Belenenses-V. Guimarães, 2-1 (crónica)

15 dez 2001, 17:25

Futebol não é concurso de beleza Se o futebol fosse consurso de beleza, o Vitória de Guimarães até podia ter ganho. Assm triunfaram a eficácia e a disponibilidade para sofrer.

Se os jogos fossem ganhos olhando apenas para a parte estética da coisa, qual concurso de beleza, o Vitória de Guimarães mereceria pelo menos o empate nesta tarde de sábado, no Restelo. Como se sabe, trocar bem a bola não chega sequer a ser metade da coisa e talvez por isso o Belenenses tenha vencido (2-1). Se calhar bem. 

A equipa de Inácio começou por ser a melhor, mas aos sete minutos já perdia. Contraditório? Sim, como muitas vezes só o futebol consegue ser. Os minhotos pareciam seguros na defesa, criativos no meio-campo e ameaçadores na frente. Um lance inspirado de César Peixoto, concluído por Marcão, desmentiu a primeira ideia. 

Mais tarde, ainda na primeira parte, o mesmo Marcão cimentou a ideia: a defesa, cuja solidez os números da I Liga atestavam, vivia no Restelo um dia mau. Aquelas duas falhas, e outras depois, sustentam a ideia. Foi muito por isso que o Vitória de Guimarães entregou o jogo. 

Com o passar do tempo, também o meio-campo começou a entregar os pontos. André haveria de ser o pior da equipa, Pedro Mendes apenas mediano e Nuno Assis, o mais alegre nos períodos felizes, terminou bem substituído quando a equipa decidiu apostar num futebol directo. 

Programados para aproveitar a tristeza alheia 

Do outro lado,o Belenenses preparou-se para sofrer. A equipa só conseguiu dois ou três lance de guardar no álbum, mas à excepção do momento em que Fangueiro escapou para o 2-1, nem uma falha grave. 

Sem Verona e Seba, Marinho Peres contou com os bons pés de César Peixoto, a movimentação de Neca e o acerto de Marcão para incomodar. Todos os outros pensavam primeiro em defender e faziam-no bem. Quer dizer, sem as paragens fatais dos homens do norte. 

Se na primeira parte o Guimarães, no «intervalo dos golos», deixara boa imagem, na segunda foi mais evidente a experiência e frieza dos homens de azul, nascidos para aguentar a felicidade que o adversário ajudara a criar. Até por isso, e porque Lucílio Baptista deixou de apitar bem depois do intervalo, a segunda parte foi menos interessante. Pelo menos até Fangueiro fugir da história e conseguir um golo. 

Daí até final, o Guimarães, logo a seguir com dez por expulsão de Rogério Matias, libertou quase toda a gente para a frente. Sm resultados. O Belenenses, programado para defender, dispôs então de duas ou três boas oportunidades, mas este sábado apenas Marcão estava autorizado a sorrir e ele fora mais cedo para o duche. 

Lucílio perdoou a expulsão a Tuck na primeira parte, exagerou ao punir muitas vezes simples contacto físico e foi de um erro seu que nasceu a expulsão de Rogério Matias.

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