«Sporting não gasta mais de 1,2 milhões de contos», diz Luís Duque

10 jul 2000, 17:27

Presidente demissionário destaca rigor da SAD Luís Duque esteve no estágio de Rio Maior e sublinhou em conferência de imprensa a política de contratações levada a cabo pela SAD neste defeso. Sá Pinto, Simão, Vidigal, Koller e Mornar foram nomes chamados ao diálogo.

Luís Duque, presidente demissionário da SAD do Sporting, garantiu ao final da manhã de hoje (segunda-feira) que «o investimento do Sporting em jogadores não ultrapassará, em circunstância alguma, 1,2 milhões de contos». 

Neste «pacote», que Luís Duque considera representar «um desfasamento muito grande em relação aos que os outros clubes grandes estão a investir», estão incluídas a contratação de João Pinto - «portanto não existem esses ordenados que têm sido divulgados» - e a eventual vinda de Sá Pinto para o Sporting. 

Luís Duque voltou a confirmar que existe acordo entre o Sporting e o jogador, tudo dependendo agora da Real Sociedad: «Temos a noção de que estamos a ser razoáveis. A Real Sociedad está a usar os seus trunfos porque sabe que o Sá Pinto também quer vir para o Sporting, mas nós temos um acordo de princípio com o jogador e ele é livre para o ano...» 

Afinando o seu discurso pelo diapasão do rigor, Duque sublinhou que «o Sporting, sem gastar muito dinheiro, tenta ter um plantel com qualidade suficiente para disputar o campeonato e a Liga dos Campeões». 

«Contratámos cinco jogadores a custo zero, um por uma verba que não chegou a um milhão de dólares [Horvath], outro que ultrapassou um pouco [César Prates] e João Pinto, embora neste caso se tenham que fazer contas diferentes», acrescentou o ainda líder da SAD leonina. 

Luís Duque revelou que «a SAD investiu cerca de um terço daquilo que vai encaixar com a venda de direitos desportivos de jogadores», negando que «qualquer problema entre a SAD e a SGPS tenha tido origem num alegado despesismo que não corresponde à verdade». 

«Os sportinguistas estão seguros de que não queremos hipotecar o futuro do clube e de que se nos enganarmos nalguma aquisição teremos meios para alterar e corrigir essas situações», concluiu a propósito do assunto. 

Vidigal, Simão e plantel fechado... até ver 

Luís Duque esteve esta manhã pela primeira vez em Rio Maior desde que se iniciou, na quinta-feira passada, o estágio da equipa comandada por Augusto Inácio. 

Entre vários assuntos abordados em conferência de imprensa, Luís Duque confirmou que «há bases para um acordo» com o Nápoles para a transferência de Vidigal. «A saída passa também pela vontade do jogador», acrescentou. 

A recente ida à Bélgica, onde assistiu ao Standar Liège-Perúgia, deu origem a declarações no mínimo misteriosas por parte de Luís Duque. 

O presidente da SAD referiu que «há negociações que foram encetadas mas ainda não estão concluídas», mas ao mesmo tempo disse que «o ciclo de contratações fica oficialmente encerrado com a chegada de Horvath». 

Luís Duque, contudo, deixa «a porta aberta», já que «até ao último dia das inscrições pode surgir um negócio daqueles que o Sporting não deve deixar fugir». 

O nome do defesa belga Van Buyten foi, ainda assim, completamente colocado de parte pelo líder do futebol sportinguista: «Temos bons centrais, está fora de questão.» 

Menos categóricas foram as respostas em relação ao checo Koller e ao belga Mornar, ambos avançados. 

A hipótese de regresso de Simão Sabrosa a Alvalade, por empréstimo, é questão «que só poderá ser resolvida depois das eleições no Barcelona, pois a actual direcção não se sente à vontade para tratar do assunto». 

«Jogadores devem estar indiferentes ao que se passa acima» 

Os atletas leoninos que no decorrer do estágio se têm deslocado à sala de imprensa de Rio Maior têm sido unânimes no pedido de união lançado aos dirigentes sportinguistas. 

Luís Duque, em face da crise que levou à sua própria demissão e à de José Roquette, presidente do clube e da SGPS, desvaloriza o tema: «Essas questões passam ao lado dos jogadores desde que haja estabilidade. O que se passa um pouco mais acima tem de lhes ser indiferente, a não ser que tenha repercussões no seu dia-a-dia. Temos tido o cuidado de fazer com que qualquer tipo de divergência não afecte o grupo, estamos sossegados quanto a isso.» 

À beira da saída de Alvalade, Duque não deixa espaço para lamentações: «A minha obrigação, enquanto cá estiver, é construir uma equipa coesa e competitiva. Mudámos um bocadinho, desde que chegámos, aquilo que era a cultura do futebol do Sporting. Ao alterar princípios e procedimentos, tivemos a preocupação de construir uma verdadeira sociedade dentro de um grupo empresarial. Ela agora funciona e não necessita de A, B ou C. Qualquer um pode desempenhar estas funções com relativas garantias de sucesso. Venha quem vier, fica com uma equipa melhor do que a que eu encontrei.»

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