Luís Campos: «Soubemos controlar a ansiedade»

27 mai 2001, 19:58

Gil Vicente-Paços de Ferreira, 3-1 (reportagem)

Luís Campos apareceu na sala de Imprensa completamente encharcado. Os festejos molharam-lhe a camisa e o cabelo, mas tinha valido a pena. O Gil Vicente garantiu a permanência na I Liga. Valeu tudo no balneário. Tudo e mais alguma coisa. «Vive-se um sentimento de enorme felicidade», começou por referir o treinador. 

«Dedico esta vitória à minha mulher e às minhas filhas, que sofreram tanto como eu. E também à Direcção, que apostou num treinador jovem, das camadas jovens do Esposende. Deram-me esta oportunidade e agradeço. Também quero expressar uma palavra aos meus adjuntos», prosseguia o técnico gilista, em tom sereno. 

Mas o melhor ainda estava para vir. Porque Luís Campos fez questão de endereçar os «parabéns» aos jogadores, os intérpretes das vitórias, os grandes responsáveis pela permanência do Gil Vicente no seio dos grandes: «Também quero falar deles, por aquilo que se falou no início. Foram vistos como jogadores de tostões. Mas deram a prova cabal que tinham qualidade. Por isso, continuamos na I Liga», explicou. 

Sobre o jogo em si, também o técnico da equipa vencedora concordou com a ideia de que os nervos foram uma nota de destaque: «É verdade. Entrámos nervosos, mas foi uma vitória bem conseguida. Soubemos controlar a ansiedade e os receios. Quero acreditar na verdade e no futebol português, porque também sou adepto», referiu, sem explicar muito bem a sua intenção. 

No entanto, deixou transparecer alguma amargura: «Este ano as minhas maiores alegrias passavam pela permanência do Gil Vicente e a subida do Penafiel à I Liga. O presidente merecia e eu não sou uma pessoa de ganhar rancores», explicou Luís Campos, referindo-se à sua antiga equipa. 

José Mota: «Houve justiça no resultado» 

«Parabéns ao Gil Vicente». Foi assim que José Mota começou a sua intervenção na sala de Imprensa. «Houve justiça no resultado, apesar de os números terem sido algo dilatados», completou o treinador do Paços de Ferreira. «Na segunda parte, estivemos mais tranquilos, mas faltou sempre qualquer coisa no último terço do terreno. Mas o Gil Vicente esteve bem no contra-ataque», referiu. 

O técnico pacense estava bem disposto: «Foi um espectáculo agradável e o tempo convidava para ir à praia», disse, garantindo longo de seguida «estou brincar, naturalmente». Ainda com tempo para balanços, deu a entender que a sua equipa irá perder uma boa parte dos melhores jogadores. «A nossa equipa jogou sempre o jogo pelo jogo. É evidente que vão sair alguns elementos, mas estamos a analisar reforços para colmatar as baixas», finalizou.

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