Salgueiros-Espinho, 0-0 a.p. (destaques)

18 nov 2001, 17:39

Só os guarda-redes têm perdão

Ivo de novo titular

Na estreia a titular, em pleno Estádio da Luz, teve um encontro imediato com a chuteira de Mantorras que o deixou inconsciente e a necessitar de cuidados hospitalares. Desde essa noite, que lhe proporcionará sempre sensações distintas, não voltou a ser aposta prioritária, mas hoje, na estreia de Carlos Manuel no comando do Salgueiros, equipou-se novamente para ocupar a baliza e pareceu completamente refeito do susto. Ivo é um guarda-redes seguro, com presença, e pode candidatar-se a uma carreira bem interessante. 

Toy

O toque de bola chega a enganar. O defesa fica para trás num instante, com um simples gesto de anca, e a rota assumida parece ser a correcta para chegar ao perigo. Teoricamente, tem tudo para ser um avançado perigoso. O porte físico permite-lhe aguentar as cargas e a velocidade, que aumenta de forma imprevisível, garante-lhe vantagem muitas vezes clara. Toy, todavia, tem um pequeno defeito que mina tudo o resto. Não sabe em que momento rematar ou assistir e insiste em fintar quando deve soltar a bola. Se corrigir este aspecto, que, afinal, separa os grandes jogadores dos futebolistas meramente interessantes, pode afirmar-se em Vidal Pinheiro. Caso contrário, Carlos Manuel tem de procurar outras soluções ofensivas. 

Nélson sempre a abrir

Entrou para um lugar normalmente ocupado por Nandinho e cotou-se como um dos mais consistentes da equipa de Paranhos. Nélson nunca se preocupou exclusivamente em defender e subiu quase sempre no seu flanco, para combinar com o extremo ou, se o movimento o encaminhasse mais para o centro, tentar ele próprio o remate. Na segunda parte, com o pé direito, que, curiosamente, usa unicamente para gestos simples, esteve muito perto de marcar, mas Poleksic fez uma defesa fantástica. 

Poleksic

Este teria sempre de ser um jogo que destacaria quem resume a sua exibição à concentração máxima. O Salgueiros-Espinho daria sempre visibilidade aos guarda-redes, bastando-lhes unicamente um par de voos e de defesas arrojadas para que os jornalistas os considerassem figuras de um lote de futebolistas pouco inspirados. Poleksic, no entanto, quis ser muito melhor que todos os outros e fez uma defesa impossível, a remate de Nélson. O guarda-redes contrariou o movimento do corpo e esticou-se todo para, com a ponta da luva, evitar aquele que seria o primeiro golo do Salgueiros.

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