Milhares de pessoas invadiram armazéns da ONU em Gaza. Guterres alarmado com situação “cada vez mais desesperada”

Agência Lusa , MM
29 out 2023, 11:15

Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA) eleva para 59 o número dos seus trabalhadores mortos desde o início do conflito a 7 de outubro

A Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA) afirmou que milhares de pessoas invadiram os seus armazéns em Gaza para levar alimentos e outros artigos essenciais, divulgou hoje a agência de notícias Associated Press (AP).

Thomas White, diretor da agência da ONU em Gaza, disse no domingo que a invasão foi “um sinal preocupante de que a ordem civil está a começar a colapsar”, após três semanas de guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas.

A UNRWA fornece serviços básicos a centenas de milhares de pessoas em Gaza.

As suas escolas espalhadas pelo território foram transformadas em abrigos que estão lotados com palestinianos deslocados pelo conflito.

Número de trabalhadores da UNRWA mortos em Gaza sobe para 59

A UNRWA elevou este domingo para 59 o número dos seus trabalhadores mortos na Faixa de Gaza, desde o início da guerra entre Israel e o movimento islamita Hamas.

“Lamento confirmar que, até à data, 59 colegas da UNRWA - membros das nossas equipas em Gaza - morreram desde o início da guerra, a 07 de outubro”, disse à EFE uma fonte da agência da ONU.

O último balanço, feito na sexta-feira pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), dava conta de 38 funcionários da UNRWA, na sua maioria professores e educadores.

A UNRWA é responsável por 183 escolas em Gaza que no ano letivo passado acolheram 300.000 alunos e, durante esta guerra, muitos destes centros tornaram-se abrigos para a população, que se encontram atualmente lotados com palestinianos.

Guterres alarmado

O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, mostrou-se alarmado com a situação “cada vez mais desesperada” na Faixa de Gaza, lamentando que Israel tenha “intensificado as suas operações militares” na região.

"A situação em Gaza está a tornar-se mais desesperada a cada hora que passa. Lamento que, em vez de uma pausa humanitária extremamente necessária, apoiada pela comunidade internacional, Israel tenha intensificado as suas operações militares", disse Guterres durante uma visita a Katmandu, a capital do Nepal.

O grupo islamita Hamas desencadeou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, matando mais de 1.400 israelitas, sobretudo civis, e sequestrando mais de 200.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.

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