Morte de adepto do FCP: Marco 'Orelhas' nega crime em tribunal

Agência Lusa , WL
15 fev, 21:16
Marco 'Orelhas' Gonçalves e Renato Gonçalves

Em causa está a morte de Igor Silva durante os festejos do título em maio de 2022

Uma das sete pessoas acusadas de matar um adepto junto ao Estádio do Dragão, no Porto, durante os festejos do título em maio de 2022 negou hoje o crime no início do julgamento.

“Juro por tudo que não vi o Igor [vítima mortal] a ser esfaqueado”, afirmou Marco Gonçalves, conhecido como Marco `Orelhas´ perante o coletivo de juízes do Tribunal São João Novo, no Porto, e pai de um dos arguidos igualmente acusado de homicídio qualificado.

Dizendo querer dizer toda a verdade em tribunal, o arguido, em prisão preventiva, afirmou que a vítima mortal, de 26 anos, era conhecida por “fazer mal às pessoas”.

“Todos os bairros o receavam e tinham medo dele”, referiu, acrescentando que Igor Silva era ainda conhecido por usar facas, pistolas e causar distúrbios por onde passava.

Marco Gonçalves explicou que não tinha relação com Igor Silva e que as desavenças começaram quando este agrediu a filha, também arguida no processo por ofensas à integridade física, altura em que apresentou queixa contra ele na polícia.

Além disso, o suspeito adiantou que, na noite do crime, estava a trabalhar e foi para as imediações do Estádio do Dragão depois da mulher, igualmente arguida no processo por ofensas à integridade física, lhe ter ligado para ir ter às imediações daquele espaço porque Igor estava lá e tinha provocado a família.

Lá chegado e no meio da multidão, Marco `Orelhas´ contou ter levado duas facadas da vítima mortal nas costas, acabando por fugir sem saber o que se passou a partir daí.

Além destes sete arguidos acusados de matar um adepto junto ao Estádio do Dragão, um outro, inicialmente indiciado pelo mesmo crime e despronunciado na fase de instrução, responde por um crime de ameaça.

Com 28 testemunhas arroladas, o julgamento tem ainda mais quatro arguidos, três dos quais acusados de ofensas à integridade física de uma jovem e um de detenção de arma proibida.

Segundo a acusação, consultada pela Lusa, desde o início de 2022 que cinco dos 12 arguidos, três dos quais acusados de homicídio qualificado e em prisão preventiva, mantinham um clima de conflito com a vítima motivado por agressões entre eles e familiares.

A 08 de maio de 2022, cerca das 02:00, durante os festejos do título de campeão nacional de futebol conquistado pelo FC Porto, alguns dos arguidos envolveram-se numa acesa troca de palavras com a vítima mortal, junto ao Estádio do Dragão, sustenta.

E, acrescenta a acusação, motivados por um desejo de vingança, alguns dos suspeitos perseguiram, manietaram e agrediram Igor Silva com o propósito de lhe tirar a vida, agredindo-o a socos, murros e pontapés e usando uma faca com uma lâmina de cerca de 15 a 20 centímetros.

Nessa sequência, a vítima mortal foi esfaqueada várias vezes em diferentes partes do corpo e, apesar de ainda ter sido transportada para o Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto, acabou por morrer, refere.

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