«Não fui no canto daqueles que me disseram ser o presidente dos presidentes»

Samuel Santos , Coliseu do Porto
4 fev, 19:50

Pinto da Costa visou Villas-Boas e Angelino Ferreira na oficialização da recandidatura à presidência do FC Porto

Sob o lema «Todos pelo Porto», Jorge Nuno Pinto da Costa apresentou, na tarde deste domingo, no Coliseu do Porto, a recandidatura à presidência do FC Porto. Ao fim de quase 42 anos ao leme dos azuis e brancos, admitiu-se «emocionado» pela receção, mas rapidamente «afiou» o discurso, lembrando que entrou na sala «sem seguranças» e que dispensou telepontos.

«Vim dizer, como sempre, aquilo que sinto. Tenho uma sala repleta de gente ilustre, de notáveis, porque para mim todo e qualquer dragão é notável. O orgulho de ter uma plateia cheia e de não ter qualquer ressabiado», começou por dizer, envolvido num ambiente de fazer inveja a muitos comícios políticos.

Entre (longos) cânticos, ovações de pé e até gritos, lembrou o currículo edificado desde 1982, com 2558 títulos acumulados. Até porque, para Pinto da Costa, «não basta sonhar com a cadeira de sonho», há que fazer valer o percurso trilhado.

«Não fui no canto daqueles que me disseram ser o “presidente dos presidentes”, que merecia ser presidente honorário. Estou aqui para levar o FC Porto em frente», atirou.

Num discurso marcado pelos ataques a Villas-Boas, o presidente dos dragões não esqueceu Angelino Ferreira, até 2014 administrador da SAD azul e branca e peça fundamental na candidatura «rival».

«Ninguém mais se preocupou com a situação financeira do que eu, e só Fernando Gomes a conseguiu resolver. Nesses momentos de dificuldade, era Angelino Ferreira responsável. Estivemos meses sem pagar salários. Era ver que os nossos funcionários não recebiam o que era devido. Portanto, estejam sossegados, porque quem ultrapassa essas situações, e as mais recentes, nunca sucumbirá», atirou, para euforia das mais de 2500 pessoas presentes.

Depois de reiterar que a SAD apresentará «contas positivas» e «capitais próprios positivos» nas próximas semanas, Pinto da Costa assegurou que nenhuma entidade externa ao FC Porto será capaz de «assaltar» o controlo da SAD.

«Quando iniciei este processo, o FC Porto tinha apenas 40 por cento do capital do clube, hoje detém 74 por cento. Garanto que ninguém entrará no FC Porto, a não serem portistas de coração, que compram ações para estarem mais ligados ao clube», concluiu.

As eleições no FC Porto estão agendadas para abril. Além de Pinto da Costa, também André Villas-Boas e Nuno Lobo são candidatos.

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