Joe Biden está a perder terreno, especialmente entre os jovens, sendo que apenas 41% dos inquiridos na faixa etária dos 18 aos 29 anos decidiu, definitiva ou provavelmente, votar no candidato Democrata, em comparação com 40% em Donald Trump
Diversas sondagens divulgadas esta semana colocam o ex-presidente dos EUA Donald Trump à frente do atual Presidente, Joe Biden, na corrida presidencial em vários estados importantes, mas processos judiciais do candidato Republicano podem mudar resultados.
Nas diversas sondagens divulgadas por estações de televisão e jornais norte-americanos, Trump aparece à frente de Biden em cinco de seis swing states – estados em que tradicionalmente os eleitores podem mudar de partido entre eleições – colocando o candidato Republicano em boa posição para vencer as presidenciais marcadas para 2024, se vier a ser escolhido pelo seu partido.
As primárias para a escolha dos candidatos dos dois partidos vão iniciar-se no final deste ano, tendo Trump como o melhor posicionado entre os candidatos Republicanos e Biden como o favorito a uma recandidatura, entre os candidatos Democratas.
Trump surge à frente nas sondagens nos estados de Nevada, Michigan, Geórgia, Pensilvânia e Arizona, com Biden a estar ligeiramente à frente no sexto destes swing states, Wisconsin.
De acordo com a sondagem do New York Times/Siena College, o ex-presidente republicano domina as intenções de voto no Nevada (52% contra 41% para Joe Biden), Geórgia (49%/43%), Arizona (49%/44%), Michigan (48%/43%) e Pensilvânia (48%/44%), enquanto Biden venceria no Wisconsin (47%/45%).
A sondagem foi realizada por telefone entre 22 de outubro e 03 de novembro com 3.662 eleitores registados em seis estados e os resultados devem ser considerados com uma margem de erro entre 4,4 e 4,8 pontos, dependendo do estado.
A tendência dos resultados não favorece o atual Presidente norte-americano, com 67% dos inquiridos a considerarem que o país vai na direção errada, 59% a desaprovarem a forma como Biden desempenha o seu papel (46% desaprovam veementemente) e 71% concordam com a ideia de que, aos 80 anos, “é velho demais para ser um Presidente eficaz”.
Joe Biden está a perder terreno, especialmente entre os jovens, sendo que apenas 41% dos inquiridos na faixa etária dos 18 aos 29 anos decidiu, definitiva ou provavelmente, votar no candidato Democrata, em comparação com 40% em Donald Trump.
Diversos analistas consideram que os resultados eleitorais nestes estados podem ser decisivos para a escolha do próximo presidente dos EUA, tendo em conta a sua natureza de volatilidade de voto.
Os resultados destas sondagens causaram alarme no Partido Democrata, nomeadamente devido ao facto de muitos inquiridos invocarem a idade de Joe Biden, que iniciará um segundo eventual mandato com mais de 80 anos, para justificarem a sua resistência em aceitar uma recandidatura do Presidente.
A rede CNN pediu na terça-feira aos eleitores do Ohio que também dessem a sua opinião sobre os dois prováveis candidatos rivais para as presidenciais de 2024. Apenas um quarto dos entrevistados acha que Joe Biden deveria concorrer novamente, enquanto um terço pensa assim para Donald Trump.
Contudo, as mesmas sondagens revelavam igualmente que muitos eleitores admitem alterar a sua declaração de intenção de voto em Trump se o ex-presidente vier a ser condenado em pelo menos um dos processos judiciais em que está envolvido.
Trump responde em vários tribunais, por processos judiciais de diferente natureza, que vão desde matérias relacionadas com a gestão das suas empresas até acusações de tentativa fraudulenta de alteração dos resultados das eleições presidenciais de 2020.
Esta semana, contudo, os resultados de eleições para governos e parlamentos estaduais também mostraram que o Partido Democrata continua a gozar de forte popularidade entre os eleitores, tendo obtido importantes vitórias em bastiões do Partido Republicano.
Igualmente relevante foi o facto de vários candidatos a governadores apoiados diretamente por Donald Trump terem sido derrotados, com dirigentes Republicanos a acusarem o ex-presidente de ser uma má influência eleitoral, pelo seu discurso mais radicalizado.
A campanha para as eleições desta semana foi muito centrada no tema do acesso ao aborto - que passou a ser uma competência dos governos estaduais, após uma recente decisão do Supremo Tribunal dos EUA – onde as posições mais liberais do Partido Democrata parecem ter sido melhor acolhida junto dos eleitores.
Em Ohio, um estado controlado pelos Republicanos e onde o ex-presidente Donald Trump venceu facilmente duas vezes, os eleitores aprovaram na terça-feira a inclusão do direito ao aborto na Constituição estadual.
Andy Beshear, governador Democrata do Kentucky, foi reeleito através de uma campanha em defesa do direito ao aborto, contra um candidato Republicano apoiado por Donald Trump.
Na Virgínia, na costa leste, os Democratas asseguraram o controlo do parlamento local, uma afronta ao governador Republicano Glenn Youngkin, considerado um futuro candidato presidencial e que tentou reunir os eleitores em torno de um projeto que restringia o direito ao aborto.
Vários representantes da Casa Branca aproveitaram os resultados da noite eleitoral para desvalorizar as sondagens.
“Votar é melhor do que se preocupar”, escreveu o diretor de comunicações da Casa Branca, Ben LaBolt, nas suas redes sociais pessoais.