Exército de Israel não fez até ao momento qualquer comentário sobre a operação
Operações militares israelitas na Cisjordânia ocupada e distúrbios na Faixa de Gaza mataram seis palestinianos, disseram esta quarta-feira as autoridades de saúde da Palestina, parte de uma onda de violência que assola a região há um ano.
O Ministério da Saúde palestiniano disse que uma operação israelita lançada no campo de refugiados de Jenin, cidade do norte da Cisjordânia, causou quatro mortos e cerca de 30 feridos.
As autoridades da Palestina revelaram ainda que um ataque a um outro campo de refugiados, Aqabat Jabr, perto da cidade de Jericó, provocou a morte de Dhargham al-Akhras, de 19 anos. O exército de Israel não fez até ao momento qualquer comentário sobre esta operação.
O ministério disse também que um sexto palestiniano, de 25 anos foi morto a tiro por soldados israelitas em distúrbios ao longo da volátil fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza, após uma vaga de protestos.
Na semana passada, dezenas de palestinianos queimaram pneus e atiraram engenhos explosivos contra soldados israelitas colocados na cerca que separa Israel da Faixa de Gaxa.
Confrontos que levaram Israel a proibir a entrada no território de milhares de trabalhadores palestinianos vindos do enclave, onde a maioria da população vive abaixo da linha da pobreza.
A Faixa de Gaza está sob um bloqueio por parte de Israel e do Egito desde 2007. Israel diz que o bloqueio é necessário para evitar que o grupo militante Hamas, que governa o enclave, obtenha armamento.
Na terça-feira, o exército israelita tinha confirmado que um ‘drone’ (aeronave não tripulada) militar tinha "atingido" o campo de refugiados de Jenin.
Após a operação em Jenin, disse o exército, um explosivo rebentou debaixo de um camião do exército, que foi ainda alvo de disparos, sem causar qualquer ferido.
Depois de os militares israelitas se terem retirado de Jenin, dezenas de homens armados e residentes saíram às ruas para protestar contra o que consideram ser o fracasso da Autoridade Palestiniana em protegê-los, de acordo com imagens partilhadas pelos residentes.
Numa declaração, o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, considerou que a incursão militar em Jenin faz parte das "medidas necessárias para prevenir atividades terroristas".
O campo de Jenin é conhecido como um reduto de militantes e Israel efetua frequentemente rusgas e ataques na zona. Em julho, Israel levou a cabo a sua operação mais intensa na Cisjordânia em quase duas décadas, deixando uma destruição generalizada no campo.
Cerca de 190 palestinianos foram mortos na Cisjordânia desde o início do ano, de acordo com uma contagem da agência de notícias Associated Press.
Israel afirma que a maioria dos mortos eram militantes, mas também foram mortos jovens que protestavam contra as incursões e outras pessoas não envolvidas nos confrontos.
Pelo menos 31 pessoas foram mortas em ataques palestinianos contra israelitas desde o início de 2023.