Fez um desfalque em Espanha, fugiu para o Brasil, acabou assassinado: chef cravejado de balas no seu próprio restaurante

28 nov 2023, 13:23
Casal Peregrina Foto Divulgação Abrasel via CNN Brasil

Criminalidade violenta tira a vida a casal

Ler jornais brasileiros é muitas vezes virar páginas sobre crimes e assassinatos: ainda ontem a CNN Brasil – da “família” da CNN Portugal – noticiava o homicídio escabroso de um dentista de 36 anos, Lucas Maia de Oliveira, encontrado morto no seu apartamento no bairro Rio Vermelho, em Salvador, na tarde de sábado.

Neste caso, o crime choca não só pela morte em si, mas pela violência e brutalidade: segundo relatos de amigos noticiados pela CNN Brasil, a vítima “foi encontrada revirada, com temperos e borra de café espalhados” e um “martelo quebrado perto do corpo”, que “estava amarrado e irreconhecível”, tanto que foi difícil até identificar a sua tatuagem. A última compra do cartão de crédito de Lucas Maia de Oliveira sugere que ele “estava indo para um encontro sexual”.

Notícias como esta são frequentes. Mas um destes assassinatos é agora também notícia na Europa, em Espanha: um chef de cozinha espanhol de origem marroquina, David Peregrina Capó, de 53 anos, e a sua mulher, a brasileira Érica da Silva Santos, de 38 anos, foram encontrados mortos na região da Ilha dos Ribeirinhos, em Porto Seguro, na Bahia, na sexta-feira.

Segundo a CNN Brasil, os corpos do casal foram encontrados, cravejados de balas, em sítios diferentes do seu restaurante turístico, “Os Ribeirinhos”, localizado na margem do Rio Buranhém e famoso pela gastronomia espanhola, nomeadamente pelas paellas, indica o El Mundo. O corpo de David Capó foi encontrado na cozinha do estabelecimento, o da sua mulher no quintal. O duplo homicídio está a ser investigado pela Polícia Civil do estado

De acordo com o espanhol EL Mundo, antes de emigrar para o Brasil, David Peregrina trabalhava na banca em Maiorca, onde há cerca de uma década esteve envolvido “num grave escândalo judicial” acabando “condenado em Palma em dois processos penais a um total de mais de 6 anos de prisão pelos crimes de fraude, apropriação indevida e falsificação de documentos”. Foragido, nunca cumpriu pena.

David Peregrina seria o cabecilha de um esquema com 28 envolvidos para defraudar o banco em causa, através de “falsos empréstimos à habitação que, entre 2003 e 2004, desviou mais de dois milhões de euros”. Neste caso, explica ainda o El Mundo, a maioria dos acusados eram jovens que tinham assinado as falsas hipotecas a troco de somas relativamente pequenas (cerca de mil euros). Peregrina “acabou por se mudar para o Brasil, refugiando-se dos seus problemas com a justiça”, escreve o periódico. Aí iniciou uma nova vida e montou um restaurante com a sua mulher.

Desconhecem-se as motivações deste assassinato.

 

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