Arménia e Azerbaijão negoceiam paz em Berlim após fracasso de reunião em Granada

Agência Lusa , PF
28 fev, 18:26
Annalena Baerbock (centro), Ararat Mirzoyan (esquerda) e Jeyhun Bayramov (direita) reunidos em Berlim (AP)

O encontro ocorreu após o primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinyan, e o presidente azeri, Ilham Aliyev, terem concordado em 17 de fevereiro, durante uma reunião na presença do chanceler alemão, Olaf Scholz, no prosseguimento das negociações de paz

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Arménia, Ararat Mirzoyan, e o seu homólogo azeri, Jeyhun Bayramov, reuniram-se esta quarta-feira em Berlim em novas negociações de paz, com a chefe da diplomacia alemã, Annalena Baerbock, como garante.

Esta reunião segue-se à anulação do encontro que os dois responsáveis deveriam ter mantido em Granada (Espanha).

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros arménio, Ani Badalian, indicou na rede social X que as delegações arménia e azeri se encontraram na emblemática Villa Borsig da capital alemã.

Previamente, Baerbock manteve uma reunião com Mirzoyan onde foram abordadas “questões chave do processo de normalização” com o Azerbaijão “refletidas na declaração de Granada de outubro de 2023”, como o desbloqueio das vias de comunicação.

O encontro ocorreu após o primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinyan, e o presidente azeri, Ilham Aliyev, terem concordado em 17 de fevereiro, durante uma reunião na presença do chanceler alemão, Olaf Scholz, no prosseguimento das negociações de paz.

A reunião de Granada deveria decorrer cerca de duas semanas após o Azerbaijão ter garantido a reintegração do enclave do Nagorno-Karabakh, que durante três décadas permaneceu sob controlo arménio apesar de ser reconhecido internacionalmente como território azeri.

Ilham Aliyev e o seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, cancelaram à última hora a sua participação no encontro – que seria realizado no âmbito da cimeira da Comunidade Política Europeia (CPE) – devido aos receios do Presidente francês Emmanuel Macron sobre a participação direta da Turquia, proposta por Baku.

Até momento, os mais recentes encontros entre as partes decorreram sob os auspícios de Charles Michel, presidente do Conselho Europeu. O Azerbaijão apenas admitia o regresso à mesa negocial através de uma solução tripartida com presença da União Europeia, mas sem a França.

Paris tem-se afirmado um aliado decisivo da Arménia, inclusive em termos de ajuda militar. Na semana passada, os dois países assinaram um contrato para a compra de armas e de um programa de treino para as forças arménias.

Por esse motivo, as autoridades do Azerbaijão questionaram a função da França como mediador nas negociações de paz motivadas pelo conflito do Nagorno-Karabakh, uma região que historicamente possuía maioria de população arménia mas recuperada após a ofensiva azeri de setembro passado.

O novo diálogo de Berlim ocorre após a morte de quatro soldados arménios por disparos do Exército azeri contra a localidade de Nerkin Hand (sudeste), situada perto da fronteira comum. A parte azeri acusou Yerevan de disparar contra as suas posições na zona norte

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