Fontelas Gomes justifica que os árbitros falam quando o Conselho de Arbitragem assim entende
Houve «lei da rolha», pelo menos parcial, na 1.ª Gala da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF).
Relata a agência Lusa que no evento, realizado na Figueira da Foz, apenas dois árbitros, previamente definidos pela organização, tinham indicação para falar aos jornalistas, à entrada do evento.
«Os árbitros falam quando nós entendemos que devem falar. E quando há uma gestão e uma liderança deste género, somos nós que decidimos os ‘timings’ de cada um deles falar e é apenas por isso», justificou Fontelas Gomes, presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
Artur Soares Dias, eleito o melhor árbitro da temporada, explicou que não estava autorizado a falar.
E Manuel Oliveira, um dos árbitros indicados para falar, disse que só podia pronunciar-se sobre a gala.
Diferente foi a postura de Nuno Almeida, que aceitou responder precisamente se os árbitros deveriam ter liberdade para falar mais abertamente, e mesmo justificar decisões no final dos jogos.
«Penso que o ‘frisson’ que referiu não iria, de todo, acalmar. E, como costumo dizer, não é o facto de falarmos ou justificarmos, que vai fazer com que o penálti seja mais vezes acertado ou menos vezes acertado. Por isso, tenho algumas dúvidas de que seja um fator positivo, de qualquer das maneiras, penso que o Conselho de Arbitragem estará aberto a tudo o que seja para bem da arbitragem», respondeu.
Sobre a divulgação das comunicações entre árbitros, Nuno Almeida respondeu que «se for para bem do futebol, para a verdade ser, para o público, mais transparente, é muito bem-vinda».
«Temos de melhorar a nossa comunicação, mas não pode ser só porque sim. Não podemos comunicar só para justificarmos o que quer que seja. […] Virmos falar após um jogo, só porque supostamente houve um erro num jogo que envolva os três ‘grandes’, isso não faz sentido. Isso não estamos a contribuir em nada para aquilo que é a positividade que queremos no futebol, só estamos a criar mais alarido ainda», defendeu Luciano Gonçalves, presidente da APAF, por seu lado.