AO MINUTO: Temido, Bugalho, Tânger Corrêa e Oliveira em debate
Debate entre Marta Temido (PS), Sebastião Bugalho (AD), António Tânger Corrêa (Chega) e João Oliveira (CDU)
João Oliveira: "O que a Europa precisa é de cidadãos iguais nos seus direitos"
"O que a Europa precisa é de cidadãos iguais nos seus direitos", afirma João Oliveira, criticando os discursos "chauvinistas" que põem os imigantes à mercê da escravatura. "Nós recusamos completamente essa perspetiva anti-democrática. Defendemos qie deve haver solidariedade, acolhimento e integração dos imigrantes, com condições."
Tânger Corrêa: "A Europa solidária tem de sê-lo primeiro com os seus cidadãos"
"A Europa foi pensada como um espaço de paz e prosperidade, a começar pelos seus cidadãos e depois para os cidadãos não europeus. Nós temos que tratar primeiro os nossos cidadãos", defende Tânger Corrêa. "A Europa solidária tem de sê-lo primeiro com os seus cidadãos."
"Precisamos de imigração com regras e não com portas escancaradas."
Bugalho: "Eu não tenho dúvidas que os portugueses acreditam na Europa"
Sobre o pacto migratório, Sebastião Bugalho explica que não recusa o pacto mas quer melhorá-lo, de forma a aumentar os mecanismos da imigração legar e diminuir a atuação das redes de tráfico.
"Eu não tenho dúvidas que os portugueses acreditam na Europa, mas a Europa tem que responder a esses anseios e a essas expectativas", afirma o candidato da AD.
O Chega é "contra o pacto migratório"
Tânger Corrêa afirma que o Chega é "contra o pacto migratório, consideramos que impõe soluções atacando a soberania dos países", defendendo que cada país deve poder encontrar as suas soluções. "Pode haver uns conceitos da União Europeia sobre a imigração, mas cada país" deve poder tomar decisões. "Queremos uma Europa mais próxima dos cidadãos".
"O Chega nunca fez um discurso contra a imigração, nós não queremos é um país de portas abertas", defende o candidato.
Outra prioridade do Chega é o combate à corrupção, diz.
Marta Temido e Sebastião Bugalho trocam acusações
Os assuntos externos e os constitucionais são duas das áreas que Sebastião Bugalho gostaria de trabalhar enquanto deputado europeu, admitindo que lhe interessa participar nos debates sobre o alargamento.
Marta Temido elege os temas sociais como prioritários, em concreto habitação e jovens. Mas afirma que trabalhará "onde for mais útil".
Neste momento, Marta Temido e Sebastião Bugalho envolvem-se num debate sobre a votação da habitação sobre direto universal. Bugalho acusa a socialista de estar a ser "inverdadeira", Marta Temido por seu lado acusa Bugalho de estar "impreparado".
Guerra na Ucrânia: "A posição do PCP neste tema é indefensável"
"A favor do paz estamos todos nesta mesa", responde Sebastião Bugalho. "Eu acredito que as suas intenções são boas, mas as consequências dessas intenções são péssimas."
Marta Temido também responde: "Nós não podemos impor a paz, quando a própria Ucrânia diz que só quer em paz em determinadas condições. Evidentemente que o caminho para paz todos o queremos, mas a posição do PCP neste tema é indefensável."
Os jovens portugueses devem ir para uma guerra na Europa?
Questionados sobre as declarações de Gouveia e Melo sobre a possibilidade de uma guerra, os candidatos respondem:
Sebastião Bugalho: "Afirmações sobre o futuro dos jovens portugueses devem ser feitas por elementos eleitos pelos portugueses e não pelo chefe de estado maior da Armada".
Marta Temido: "Entendemos que a eventual ideia de envio de tropas para o terreno é admitir a escalada daquilo que se passa num contexto regional para uma guerra mundial, portanto há que utilizar uma grande prudência quando se fazem essas análises."
Tânger Corrêa: "Essa é mais uma declaração de intenções do que outra coisa. Para já, não temos ninguém para mandar para lado nenhum. As forças armadas portuguesas foram convenientemente destruídas. Temos que investir na defesa, sem dúvida. Dito isto, nós não somos de todos belicistas. Em última análise, tem de ser uma decisão concertada entre todos os estados-membros."
João Oliveira: "As declarações são preocupantes mas são ainda mais graves quando as juntamos às declarações dos líderes europeus - há um ambiente de preparação para a guerra e é agora que o povo tem de se levantar para interromper esse caminho, porque esse caminho não serve a ninguém. A melhor ajuda que se pode dar à Ucrânia é trabalhar para a paz e não se trabalha para a paz enviando armas." - "quer a Ucrânia quer o Médio Oriente precisam de um cessar-fogo imediato", defende.
"A AD não pode aceitar lições de conovência e complacência com a extrema-direita da parte do Partido Socialista"
"A AD não pode aceitar lições de conovência e complacência com a extrema-direita da parte do Partido Socialista", reage Sebastião Bugalho.
Os socialistas na Europa votaram em consonância com a extrema-direita 823 vezes juntos, acusa.
"A Europa está sob ataque e não é só a guerra que está às portas, é um ataque aos seus valores essenciais"
Marta Temido sublinha que falar da extrema-direita é debater "uma Europa que avança versus uma Europa que retrocede".
"Muitos destes partidos têm no seu seio elementos que são anti-União Europeia e que querem referendar a integração europeia", diz, referindo-se ao PPM - Partido Popular Monárquico, que integra a AD.
"Estamos a dizer que a Europa está sob ataque e não é só a guerra que está às portas, é um ataque aos seus valores essenciais, é um ataque a uma visão solidária da Europa que se está a esboroar", afirma Marta Temido.
"Há um são convívio da União Europeia com a extrema-direita", sublinha João Oliveira
"Há um são convívio da União Europeia com a extrema-direita", sublinha João Oliveira. Isso acontece porque, no seu entender, "a extrema-direita não põem em causa nem o militarismo nem o capitalismo".
"A extrema direita tem um projeto político profundamente reacionário e anti-democrático, mas em algumas circunstâncias têm de mascarar o seu discuros."
João Oliveira afirma que o combate à extrema-direita faz-se sobretudo com políticas de asilo, garantia de salários, combate ao desemprego e à precariedade, discriminação, migrações, racismo e xenofobia.
"O Chega não se revê em ideologias caducas", diz Tânger Corrêa
António Tânger Corrêa considera que é "totalmente errado" classificar o Chega como partido da extrema-direita, uma vez que repugna toda a ideologia neo-nazi e totalitária. "O Chega não se revê em ideologias caducas", diz.
Na sua opinião, "o Chega é um partido conservador e que não é de todo a favor de Putin".
Posto isto, Tânger Corrêa não exclui a hipótese de, o Chega no Parlamento Europeu, passar para a família conservadora. "Vai seguramente haver negociações entre as várias plataformas políticas", prevê.
"Não podemos amalgamar o grupo da identidade com o grupo dos conservadores e reformistas", alega Bugalho
Bugalho reage a Temido: "Não podemos dizer que a senhora Von der Leyen está mais próxima daqueles que estão ao lado de Putin do que aqueles que estão ao lado da democracia".
"Não podemos amalgamar o grupo da identidade com o grupo dos conservadores e reformistas", alega o candidato da AD.
"Ai não?", Marta Temido discorda de Bugalho e diz que a diferença não pode ser só definida pela posição em relação à Rússia. "Há mais coisas além disso."
"O respeito pelos princípios do estado de direito é absolutamente essencial e não podemos condescender"
"Entendemos que o respeito pelos princípios do estado de direito é absolutamente essencial e não podemos condescender", responde Marta Temido.
"Também não nos podemos esquecer que há determinadas forças políticas, que tendem a pôr maior presença no Parlamento Europeu, que podem pôr em causa ideias que podem em pôr em causa alguns princípios democráticos."
Temido recorda a reunião da extrema-direita realizada há dias em Espanha onde foram proferidas "declarações inaceitáveis" - e com as quais Ursula von der Leyen parece aceitar fazer parcerias.
"Isso é que está em causa nestas eleições, isto não é dramatizar."
"Expulsar um país da União Europeia só em caso limite"
"Expulsar um país da União Europeia só em caso limite, mas há princípios dos quais não abdicamos", diz Bugalho quando questionado sobre a subida extrema-direita em toda a Europa. "A tolerância à diversidade tem-nos servido para fazer um caminho em comum", diz, explicando que "não deixamos de ser críticos e atentos" mas irá continuar a defender a democracia.
"Neste momento quanto estamos a enfrentar uma guerra, quanto mais unidos melhor. Temos de defender o estado de direito e a democracia, mas a coesão é essencial."
João Oliveira: "Sondagens há muitas"
De acordo com a sondagem, a CDU aparentemente pode perder um mandato mas mantém a representação no Parlamento Europeia.
João Oliveira comenta que "sondagens há muitas" e que, por isso, vai continuar o seu combate para levar os portugueses a votar.
Tânger Corrêa: "Sondagens são sondagens, nós começámos assim nas legislativas e acabámos como se sabe"
"Sondagens são sondagens, nós começámos assim nas legislativas e acabámos como se sabe", comenta António Tânger Corrêa, do Chega, sublinhando que ainda há muito por fazer nesta campanha.
O candidato explica que Ventura vai juntar-se à campanha: "Eu não sou uma figura tão conhecida como ele", admite. "É evidente que o André, além de ser presidente do partido, tem uma presença".
Sebastião Bugalho: "Nenhum de nós se apresenta a eleições para perder"
"Nenhum de nós se apresenta a eleições para perder", reage Sebastião Bugalho, da AD.
"Estou satisfeito com a sondagem mas é só uma sondagem."
Bugalho assume como meta mínima manter os 7 deputados - "Esta sondagem já supera as minhas expectativas".
Marta Temido não comenta as sondagens
Ums sondagem realizada pela Universidade Católica para a RTP prevê um empate técnico entre as duas principais forças - PS e AD - com uma ligeira vantagem da AD.
Marta Temido afirma que não lhe interessa comentar sondagens, mas antes "enfrentar o trabalho que temos pela frente".
"Nós queremos deixar bastante claro que estas eleições europeias são um momento bastante especial e provavelmente as mais importantes dos últimos anos" - uma guerra na Europa e uma ameaça da extrema-direita em toda a Europa, afirma a candidata socialista.
Este é o quinto debate entre os candidatos ao Parlamento Europeu
Esta noite, o debate para as Eleições Europeias junta Marta Temido (PS), Sebastião Bugalho (AD), António Tânger Corrêa (Chega) e João Oliveira (CDU).
O debate deverá começar pelas 20:50 e será moderado por Carlos Daniel.
A interrupção voluntária da gravidez ainda não é livre nem financiada em toda a Europa?
O diretor-executivo da CNN Portugal Pedro Santos Guerreiro analisa as afirmações que foram proferidas durante o quarto debate para as europeias, esta segunda-feira.