Líder do partido de extrema-direita alemão AfD vai ser julgado por usar slogan nazi

Agência Lusa
13 set 2023, 18:48
Bjorn Hocke (fonte: Getty)

Bjorn Hocke será julgado por ter dito: “Tudo pela nossa pátria, tudo pela Saxónia-Anhalt, tudo pela Alemanha”, durante um comício eleitoral no final de maio de 2021

Um dos líderes do partido de extrema-direita alemão AfD, vai ser julgado pela utilização durante um comício eleitoral de uma fórmula inspirada num ‘slogan’ nazi.

Bjorn Hocke, líder da AfD na Turíngia, região onde este partido procura chegar ao poder nas eleições de 2024, foi indiciado pela justiça alemã depois de o tribunal de Halle ter validado uma acusação por utilização de símbolos contrários à Constituição.

Na Alemanha, onde a lei proíbe estritamente o uso de ‘slogans’ da era nazi ou a exibição pública de símbolos do Terceiro Reich, este crime é punível com penas de até três anos de prisão.

Hocke, 51 anos, será julgado por ter declarado “Tudo pela nossa pátria, tudo pela Saxónia-Anhalt, tudo pela Alemanha”, durante um comício eleitoral no final de maio de 2021 em Merseburg.

“Tudo pela Alemanha” era um ‘slogan’ utilizado pela Secção de Assalto (SA) do Partido Nacional Socialista de Adolf Hitler.

Serviços de informações da Alemanha monitorizam ala mais radical do AfD

O líder regional da AfD faz parte da ala mais radical do partido, que está a ser monitorizada de perto pelos serviços de informações da Alemanha.

Pela utilização do mesmo slogan num cartaz de campanha, descoberto na sexta-feira, a polícia de Passau, na Baviera, anunciou na segunda-feira que abriu uma investigação contra outro dirigente da AfD, candidato às eleições autárquicas que irão realizar-se no dia 08 de outubro.

O partido de extrema-direita, que chegou ao Parlamento alemão em 2017, está a subir nas sondagens, que o colocam na segunda posição, atrás do partido conservador CDU, mas à frente do Partido Social Democrata (SPD), do chanceler Olaf Scholz.

As suas intenções de voto são ainda mais elevadas nos estados regionais da Alemanha oriental, que inclui a Turíngia e onde serão realizadas eleições regionais no próximo ano.

Na Alemanha, este avanço das forças de extrema-direita é acompanhado por um questionamento da culpa nacional que dominou o período pós-guerra, pela banalização dos símbolos nazis ou por uma tendência para relativizar os seus crimes.

No final de julho, desconhecidos substituíram a bandeira do arco-íris hasteada permanentemente na estação de Neubrandenburg por um estandarte com uma cruz suástica, símbolo do regime nazi.

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