"Macron não consegue convencer a maioria dos franceses". Protestos unem "radicalismo de esquerda e de extrema-direita e prenunciam anos muito difíceis" para presidente francês
Esta quinta-feira assinalou um novo dia de protestos em França, com confrontos entre polícia e manifestantes e episódios de violência que chegaram a bloquear estações de comboio, refinarias, portos, e até o aeroporto de Charles de Gaulle.
O embaixador Francisco Seixas da Costa refere que, nestas situações, os primeiros-ministros "acabam por ser sacrificados" politicamente, embora seja pouco provável que Élisabeth Borne se demarque de Macron: "Até à véspera, não se dá sinal de quebra de apoio ao chefe do Governo".
Os protestos demonstram que a lei das reformas continua sem "convencer" a maioria dos franceses, apesar da "racionalidade da medida", e deixa um presidente "ferido na sua legitimidade". A contestação, aliás, é motivo de união entre diferentes fações políticas: "há uma clara mistura do radicalismo de esquerda e de extrema-direita", frisa o comentador, uma vez que muitos militantes de esquerda votaram em Macron como mera alternativa a Marine Le Pen.