Agostinho Oliveira: «É preciso tempo para preparar as selecções»

26 set 2002, 16:22

Conferência de treinadores na Polónia O seleccionador diz que os jogadores precisam de tempo entre o trabalho nos clubes e na selecção.

Agostinho Oliveira, coordenador das equipas seniores nacionais, esteve esta semana na Polónia para participar na V Conferência de seleccionadores organizada pela UEFA, que acontece de dois em dois anos. Vários aspectos do jogo - regras, arbitragens, calendários das competições - foram discutidos, mas o técnico alertou para o facto de serem apenas reflexões, e não medidas a implementar a curto prazo. Até porque tudo tem de passar depois pela FIFA.

Um dos temas discutidos foi o dos jogos particulares. Este é um assunto particularmente sensível nesta altura, depois de por altura do Inglaterra-Portugal se ter discutido se os treinadores dos clubes tinham o direito de dizer que os jogadores estão indisponíveis para representar a equipa nacional. Além disso, Portugal só vai ter encontros amigáveis até ao Euro-2004.

«Discutiu-se o aproveitamento dos jogos particulares e a sua importância, numa altura em que os jogadores estão cada vez mais sobrecarregados de jogos. Podem eventualmente ser substituídos por uma competição, cujo modelo ainda não está definido, e se falou apenas na possibilidade. As equipas mais fortes têm um calendário muito apertado. Às vezes os amigáveis coincidem com as competições mais importantes dos clubes», explicou.

Ainda na discussão das selecções, Agostinho Oliveira e os colegas falaram dos prazos de preparação para as maiores competições, como Europeus e Mundiais: «É importante colocar um tempo pré-estabelecido entre o fim da última competição, digamos a Liga dos Campeões, e a prova das selecções entre quatro e cinco semanas - talvez quinze dias para descansar e o resto para entrar em estágio.»

Mais pacífica terá sido a discussão sobre as selecções mais jovens. Foi proposto que as selecções Sub-21 passem a chamar-se Sub-23, «já que esse é o ano de 'términus'». «É preciso resolver também a interferência que as competições de sub 21 têm com as principais, colidindo muitas vezes no calendário», lembrou.

Agostinho Oliveira lembrou que tais medidas foram apenas discutidas e que todas as conclusões terão de ser transmitidas à FIFA. Mais ainda, não serão postas em prática tão cedo. «Isto demora uns tempos a 'mastigar'. Durante anos falou-se em mudar as regras do fora-de-jogo ou dos lançamentos laterais serem feitos com o pé. Houve campeonatos de sub-17 em que teve que se fazer a experiência, foram cobaias. O que se tentou fazer aqui foi antecipar a discussão, não significa que sejam medidas já aceites, só por as termos discutido», concluiu.

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