Nem Pedro Nuno nem José Luís Carneiro, o candidato socialista preferido de Marcelo é António Costa (e já o aponta para presidente do Conselho Europeu)

14 dez 2023, 15:15

Chefe de Estado ressalva que foi o primeiro-ministro que tomou a decisão de sair, deixando bem claro que essa solução não lhe agradou. Mas decidiu dissolver o Parlamento apesar do o Conselho de Estado ter empatado na votação

O Presidente da República lamenta o desfecho que o terceiro Governo de António Costa teve. Em declarações aos jornalistas em Alcoitão, Marcelo Rebelo de Sousa admitiu que está acompanhar ativamente a campanha no PS, mas há um candidato que preferia em relação a Pedro Nuno Santos ou José Luís Carneiro.

“Eu tenho [um preferido], era António Costa. Teria preferido ele ter ficado”, afirmou.

Ainda assim, garantiu o chefe de Estado, não há arrependimento relativamente à dissolução da Assembleia da República, até porque Marcelo Rebelo de Sousa sempre fez uma separação entre um Governo liderado por António Costa e uma situação diferente.

Sobre essa mesma decisão, defendeu-se o Presidente da República, foi o primeiro-ministro quem a tomou. “Quem tomou a decisão foi António Costa, não fui eu. Ele é que decidiu sair, não fui eu. Ele que me comunicou que se ia embora, não fui eu que lhe disse ‘vá-se embora’”, reiterou.

Questionado sobre se tentou dissuadir António Costa da demissão, pedida na sequência da Operação Influencer e de um parágrafo em que a Procuradoria-Geral da República anunciou uma investigação paralela, Marcelo Rebelo de Sousa limitou-se a dizer que o primeiro-ministro estava demasiado convicto da sua decisão.

“Como se dissuade uma pessoa que tem uma convicção muito profunda de que aquela é a única saída correta? Pode-se dar dez argumentos, mas a pessoa fica na sua”, sublinhou.

“O senhor primeiro-ministro agora mesmo disse que sabendo o que sabe hoje provavelmente tomaria a mesma decisão, a decisão que tomei a seguir foi uma consequência”, acrescentou.

Olhando mais para a frente, Marcelo Rebelo de Sousa aponta um futuro para António Costa na política, mas não em Portugal. “Não tenho dúvida que seria útil no Conselho Europeu”, afirmou, quando confrontado pelas declarações de Francisco Assis.

O Presidente da República legitima, assim, aquela que muitos dizem ser uma ambição de António Costa. “Tem um prestígio europeu excecional. Falando com elementos dos vários grupos políticos europeus, é evidente que ele tem condições para poder vir a ser presidente do Conselho Europeu, assim ele entenda”.

Política

Mais Política

Patrocinados