Salgueiros: a alma precisa de uma casa nova

26 set 2002, 14:53

Novo estádio está embargado, Vidal Pinheiro vai ser desactivado O clube de Paranhos vive num impasse: já não pode utilizar o Vidal Pinheiro para competição, mas o novo estádio nem sequer arrancou...

O Salgueiros vive um momento particularmente complicado da sua história de quase 92 anos. Se já não bastasse ao popular clube de Paranhos ter que enfrentar os problemas de disputar a II Liga, o pior mesmo são os atrasos na construção do novo estádio.

No passado sábado, o clube salgueirista disputou o seu último encontro no velhinho Estádio Engenheiro Vidal Pinheiro. Foi frente ao União de Lamas o último jogo acolhido por um recinto simpático mas, manifestamente, já desactualizado em relação às exigências da actualidade.

Mas a despedida de Vidal Pinheiro não se processou no momento ideal. Quando, há quase uma década, o sonho do novo estádio, na zona da Arca d¿Água, começou a esboçar-se em projecto, a ideia era só abandonar o reduto de Paranhos quando o Salgueiros tivesse uma nova casa. Só que os adiamentos foram-se sucedendo (o projecto de arquitectura está embargado na Câmara Municipal do Porto há quase dois anos) e, entretanto, surgiram as obras do Metro do Porto.

A questão é que o Vidal Pinheiro está situado numa zona muito próxima de uma importante estação de metro a ser construída. O Salgueiros fez um acordo com a Sociedade Metro do Porto, permitindo à Normetro, empresa responsável pelas obras, que iniciasse os trabalhos em Setembro de 2002. Ou seja, agora... Do novo estádio, é que ainda não se vê uma pedra.

A consequência mais imediata é a passagem, pelo menos até ao final da época, no Estádio do Mar, o recinto do Leixões. Mas o Salgueiros necessitará de jogar em casa emprestada pelo menos mais dois anos. Até lá, os treinos serão no Parque da Cidade e em outros campos ainda a determinar.

Demolição será por fases

O Maisfutebol ouviu Jorge Queirós, vice-presidente para as instalações do Salgueiros e responsável por estes dois dossiers, a demolição de Vidal Pinheiro e a construção do novo estádio. Sem esconder o descontentamento que os responsáveis salgueiristas sentem pelo actual estado de coisas, Jorge Queirós lá foi explicando que «Vidal Pinheiro ficará definitivamente descativado em termos de competição. No entanto, continuam lá ainda as infra-estruturas de apoio ao futebol profissional e juvenil. Permanece o sintético e ainda parte do relvado».

Mas só por mais algum tempo: «Os prazos não somos nós a determiná-los. O estádio Vidal Pinheiro é para desmontar na totalidade, mas o processo passará diferentes etapas». Concluídas as obras, o Salgueiros ficará ainda com a possibilidade de utilizar parte daqueles terrenos, em função do acordo que estabeleceu com a Metro do Porto: «Poderemos manter algum equipamento desportivo, nomeadamente piscinas e edifícios administrativos», precisou o dirigente salgueirista.

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