Santa Clara-Nacional, 2-3 (crónica)

17 nov 2002, 20:46

O equílibrio contra o desespero O golo de Carlos Alvarez nos descontos revelou uma equipa açoriana em verdadeiro estado de sítio.

O Santa Clara averbou nova derrota em S. Miguel por 2-3 frente ao Nacional da Madeira. A sétima na Superliga. A partida esteve longe de ser agradável, mas apresentou-se competitiva e bem disputada, e onde os golos foram o principal aliciante.

O encontro iniciou-se praticamente com uma oportunidade perdida pelo Nacional, aos 2 minutos, num grande remate de Rossato. O jogador alvi-negro atirou forte na transformação de um pontapé livre indirecto, mas Jorge Silva opôs-se com muita determinação.

O Nacional, nos minutos iniciais, revelou ser a melhor equipa em campo. Conseguia ter segurança na troca da bola. No entanto, foi o Santa Clara, contra a tendência do jogo, que, aos 12 minutos e num contra-ataque rápido conduzido por Luís Soares na direita, que chegou primeiro à vantagem. Luís Soares cruzou e Ceará, num remate colocado de cabeça, fez a bola entrar junto ao poste esquerdo, sem que Nuno Carrapato se lhe pudesse opor.

O Nacional não acusou muito a desvantagem e continuou a desenvolver o seu jogo de desgaste, fazendo pressão sobre a primeira bola e levando os jogadores do Santa Clara a errar quer o passe quer a recepção da bola.

Aos 23 minutos, de novo pelo flanco direito, a equipa da casa criou o seu segundo golo. Vítor Vieira foi até à linha final e cruzou tenso. O madeirense João Fidalgo foi infeliz e, em queda, ao tentar aliviar, introduziu a bola na sua própria baliza. O Santa Clara, um pouco sem saber como, encontrava-se com dois golos de vantagem, o que permitiu à equipa atravessar por momentos o seu melhor período, com o meio campo a conseguir finalmente funcionar.

Contudo, aos 34 minutos, os centrais do Santa Clara foram surpreendidos com um lançamento de Serginho para o meio da defesa. Adriano, mais rápido, controlou a bola e, à saída de Jorge Silva, não teve dificuldade em fazer golo com um remate rasteiro.

Nacional vira o jogo

Os segundos 45 minutos iniciaram-se com uma alteração no Nacional, a troca de Serginho por Pascal. A situação, por si só, não viria a alterar nada em termos estratégicos na equipa da Madeira, mas motivou, pouco depois, que Manuel Fernandes, tentando antecipar uma futura alteração do lado contrário com a entrada de mais um avançado, fizesse de imediato entrar mais um defesa central, Kali.

Esta situação não se veio a verificar porque, aos 59 minutos, o Nacional chegou ao empate. Gouveia recolheu a bola no meio campo e lançou em profundidade Adriano, o qual, beneficiando de uma falha na marcação de Aldo, colocou a bola por cima de Jorge Silva, rubricando um golo de belo efeito.

Com esta situação, o Santa Clara, se já revelava intranquilidade, pior ficou. Esta situação permitiu ao Nacional alardear a sua condição de equipa equilibrada e objectiva. Com uma belíssima circulação de bola começou a fazer desesperar a equipa açoriana.

Foi no meio deste desespero que, aos 90 minutos e quando todos esperavam um empate final, que o Nacional apontou o golo da vitória. Num pontapé de canto marcado na esquerda, Jorge Silva saiu à bola de forma inconclusiva, o que permitiu a Carlos Alvarez marcar de cabeça um golo decisivo, que deu três pontos à equipa da Madeira e colocou o Santa Clara numa situação cada vez mais delicada e difícil.

A arbitragem da equipa chefiada por Pedro Henriques, de Lisboa, esteve bem, quer técnica quer disciplinarmente. O juiz conseguiu a proeza, hoje cada vez mais inédita, de não efectuar a amostragem de qualquer cartão.

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