Estudos de seis grupos de investigadores apontam para que a nova variante cause doenças menos graves
Seis novos estudos publicados no final de 2021 dão força à tese de que a variante Ómicron não é tão grave quanto inicialmente se temia e de que, em comparação com a Delta, a Ómicron não afeta com tanta severidade os pulmões.
“A Ómicron parece mais capaz de infetar o trato respiratório superior – as células da garganta. Portanto, ele multiplica-se mais nessas células do que nas do pulmão. Isto é um resultado preliminar, mas os estudos apontam nessa direção”, afirmou Deenan Pillay, professor de virologia no Reino Unido, em declarações ao jornal The Guardian.
Dessa forma, o facto de infetar com maior facilidade o trato respiratório, torna-o mais transmissível, o que, segundo os peritos, ajudaria a explicar a elevada transmissão do vírus. No entanto, esse fator faz com que infete menos as células do tecido pulmonar, tornando-o possivelmente menos perigoso.
Apesar de os estudos ainda carecerem de revisão de pares, os investigadores da Universidade de Liverpool acreditam que os resultados que viram são promissores.
Não baixar a guarda
Esse foi o resultado de um dos estudos, levado a cabo em ratos de laboratório, que mostra que os animais infetados com esta variante perdem menos peso, têm cargas virais mais baixas e apresentam pneumonia menos grave.
“O modelo animal sugere que a doença é menos grave do que a variante Delta ou o vírus detetado em Wuhan. Parece também que os animais recuperam mais rápido”, explica James Stewart, professor do Instituto de Virologia Molecular da Universidade de Liverpool.
No entanto, o especialista sublinha que, apesar de os resultados serem “uma boa notícia, não são um sinal para baixar a guarda”.