Agostinho Costa: União Europeia sanciona a Rússia apesar da dependência energética, e é por isso que "temos a inflação que temos"
O major-general Agostinho Costa recorda as três questões colocadas por Macron e propõe que sejam aplicadas também em Portugal. O primeiro: será que o envio dos carros de combate faz diferença na operação? Para Portugal, com apenas quatro carros de combate, a resposta parece ser não.
O segundo ponto pondera o risco de escalada da guerra. O comentador da CNN Portugal considera que "basta ouvir as declarações de Dmitri Medvedev", em que diz que as retaliações serão demolidoras se a Rússia - "e, quem diz a Rússia, diz a Crimeia" - for atacada.
Por último, será que a entrega dos carros de combate tem impacto nas capacidades de Portugal? "Não temos um batalhão", explica Agostinho Costa, "e a nossa capacidade fica limitada". Para além disso, urgem também esclarecimentos mais detalhados sobre o material a enviar: "Quais são os nossos interesses nesta guerra, qual é o plano do Governo português e qual é a articulação com os outros países de língua portuguesa?"
Relativamente ao décimo pacote de sanções à Rússia, o comentador é incisivo: o impacto será sentido sobretudo pela União Europeia, que depende da energia russa para controlar a inflação.
Agostinho Costa comenta ainda o abatimento do balão chinês por parte dos Estados Unidos, que vem "agudizar a tensão" entre as duas superpotências, e aponta "alguma hipocrisia" neste processo.