AO MINUTO | CNN International Summit: a nova economia
Regev na CNN Portugal: Terroristas do Hamas são "mentirosos em série"
Mais evidências de terrorismo por parte das forças do Hamas vai surgir, adianta Regev. "Mais provas vão surgir, mas deixe-me dizer que o Hamas nega-las deve ser dado como garantido, também negaram ter morto civis nos ataques do 7 de outubro". "São mentirosos em série".
Regev: "Este é o primeiro de vários grupos de reféns que deverão ser libertados"
Regev adianta que "este é o primeiro de vários grupos de reféns que Israel pretende libertar. Esperamos chegar a todos os reféns".
O conselheiro fala ainda no objetivo de criar uma "nova realidade" em Gaza, onde podemos viver em estabilidade com a Faixa de Gaza, onde não haverá mais esta ameaça dos terroristas em Gaza e que as pessoas, do nosso lado da fronteira, não temem pela entrada de terroristas" em solo israelita.
Cessar-fogo permitiu libertação de reféns, diz conselheiro de Netanyahu
Mark Regev reflete ainda sobre o cessar-fogo declarado pelo primeiro-ministro Netanyahu esta noite. "Uma das preocupações que estão a desafiar o primeiro-ministro, mas a opinião é que é um bom acordo. Dissemos sempre que iremos aceitar um cessar-fogo temporário para a libertação da nossa população e, de facto, se vamos libertar reféns é precisamente por causa desse cessar-fogo".
"Temos atingido o Hamas intensamente e eles estão a sentir essa dor. Por causa deste tempo difícil isso exige que aceitem este cessar-fogo e isso facilitou a libertação dos reféns". "O Hamas não está a libertar reféns porque de repente se tornaram bonzinhos, longe disso, são um grupo terrorista brutal, mas por necessitarem de uma pausa", afirma.
Acordo para libertação de grande grupo de reféns do Hamas alcançado, avança conselheiro de Netanyahu no CNN International Summit
Mark Regaev, conselheiro do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, avançou esta terça-feira na CNN International Summit que foi alcançado um acordo para a libertação de "um grande grupo" de reféns do Hamas.
"Estamos felizes por as pessoas estarem a caminho de casa, mas ao mesmo tempo há ainda pessoas deixadas para trás, em Gaza, ainda reféns e, portanto, o sentimento é agridoce".
Regaev, que fala a partir do Ministério da Defesa de Tel Avive, explica que ainda não pode avançar com mais detalhes porque o acordo ainda está em negociação. "Temos um processo constitucional que tem de ser cumprido".
Inflação está a cair a "um ritmo muito superior ao ritmo que subiu"
O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno entende que a inflação está a cair a "um ritmo muito superior ao ritmo que subiu", ainda que seja "muito cedo para cantar vitória". "Esta luta contra a inflação fez muitos danos, ainda vai fazer alguns", indica, referindo-se às taxas de juro que "nunca antes aumentaram em tão pouco tempo". "Essa é a principal preocupação".
Centeno diz ainda que "há uma compreensão muito clara no conselho de governadores do BCE das consequências" das subidas de juro " tem para as famílias", mas também de qual é o objetivo, "que é só um, descer a inflação para os 2%. Eu acho que isso vai acontecer e podemos ter um pouco essa garantia".
"Vivemos durante quase um ano numa espécie de apeneia, a questionar-nos até onde é que isto nos vai levar, agora podemos dizer uma coisa que é boa - a diferença entre a taxa de juro nominal e a inflação está a aumentar e é esse indicador que é importante para todos nós, portanto durante alguns meses mais, enquanto isto estiver a acontecer, o aperto financeiro não para de aumentar", indica.
Já sobre os impactos da guerra no Médio Oriente, Centeno aponta para o facto de o "preço do crude estar mais baixo desde o conflito". Na Europa, não tem nenhuma comparação quando comparado com a invasão da Rússia do território ucraniano". "Podemos ter isso em conta, mas não devemos exagerar nas consequências que podemos vir a ter", acrescenta.
Procura externa dirigida à economia portuguesa projeta-se entre 2023 e 2025 como "a menos dinâmica dos últimos 15 anos", aponta Centeno
"O maior desafio que a economia portuguesa enfrenta nos próximos tempos, não é interno, continua a ser externo. Na verdade, a procura externa dirigida à economia portuguesa projeta-se entre 2023 e 2025 como a menos dinâmica dos últimos 15 anos".
Este facto "só não tem tido consequências mais negativas para Portugal porque as nossas empresas têm todos anos ganho quota de mercado no exterior". "Este ganho de quota de mercado prova a nossa capacidade de evoluir".
Mário Centeno responde ao "milagre" de Paul Krugman
Centeno é questionado sobre as declarações do Nobel Paul Krugman esta terça-feira, em que referiu que Portugal é uma "espécie de milagre económico". "Depois de 30 anos de estudo de economia, eu tendo a não usar a palavra milagre associada a processos económicos, tento estudar um bocadinho e tentar perceber de onde vem esse crescimento em Portugal", responde Mário Centeno.
"Portugal hoje é um País que apresenta números que não são postos em causa, depois de termos passado 80% dos dias entre 2000 e 2017 em incumprimento por défice excessivo - não havia nenhum país que crescesse sustentavelmente se não invertêssemos"
"A nossa balança corrente e de capitais está este ano, no fim do mês de setembro, positiva em mais de 6 mil milhões de euros, quando no ano passado pela mesma data era negativa em mais de mil milhões de euros"
Centeno: "Instabilidade, de qualquer que seja a fonte, não rima com crescimento económico"
Depois da piada, a resposta a sério. "Instabilidade, de qualquer que seja a fonte, não rima com crescimento económico". "Na primeira década deste século, Portugal teve 3 legislaturas interrompidas, se alguém pensa que as dificuldades económicas enfrentadas nesse período não tiveram a ver com isso, desiluda-se, porque teve".
É muito importante que valorizemos as conquistas estruturais que a economia portuguesa obteve e que se devem às decisões das famílias e das empresas. Há duas que eu privilegio enquanto economista e decisor político". Em primeiro lugar, diz, está "a nossa capacidade para aumentar qualificações". O segundo pilar é a "estabilidade financeira, conquistada após o programa de ajustamento".
"Temos hoje uma dívida que tem um custo mais baixo do que a espanhola", que está a cair de forma "não paralela" na Europa.
"São estes os indicadores que permitem explicar porque é que Portugal converge com a média europeia há tantos anos".
"Alice, tem outra pergunta para mim?", Mário Centeno desvia-se de pergunta imitando Inteligência Artificial
Perante a primeira pergunta sobre a crise política e quais os riscos que podem trazer ao País, Mário Centeno desvia-se em tom jocoso. "Se estivéssemos no campo da inteligência artificial eu dizia, Alice, tem outra pergunta para mim?"
Mário Centeno: "A Europa não tem uma história de grande sucesso na coordenação da política monetária com a política orçamental"
Começou a entrevista de Pedro Santos Guerreiro a Mário Centeno. "A Europa não tem uma história de grande sucesso na coordenação da política monetária com a política orçamental", destaca o Governador do Banco de Portugal.
"A resposta que demos às crises financeira e da dívida soberana, em parte, custou-nos mais caro a todos os cidadãos europeus pela falta de coordenação nestas duas dimensões da política económica".
Polarização política precisa de ser contrariada através da "cooperação e diálogo entre partidos"
José Luís Carneiro marcou presença na CNN Internacional Summit focando-se no tema novas fronteiras. O ministro da Administração Interna e candidato à liderança do PS defende a necessidade de uma voz firme e ponderada na União Europeia e, em especial, de uma cooperação dos Estados-membros.
Relativamente à política interna, José Luís Carneiro considera o orçamento de estado bom e ainda faz uma análise ao PRR.
Montenegro: PS e Chega não esclareceram se irão "coligar negativamente" para inviabilizar um governo do PSD
Luís Montenegro destaca que nem o Partido Socialista, nem o Chega esclareceram se irão "coligar negativamente para inviabilizar um governo do PSD". "Nessa circunstância o Governo só pode ver o seu programa rejeitado se o voto for em conluio político entre o PS e o Chega".
"Já que se valorizam mutuamente, é preciso perguntar aos dois se estão disponíveis para isso?", questiona.
Antes, Montenegro já havia sublinhado que prefere "ganhar as eleições com conforto eleitoral que me permita ter uma base de sustentação do Governo no Parlamento que confira estabilidade e governabilidade a uma ideia de legislatura de quatro anos e meio".
"Eu sou muito claro - eu só serei primeiro-ministro se ganhar as eleições, eu não farei coligação com o Chega, nem sustentação do governo por essa via e respeitarei os portugueses se tiverem um entendimento contrário", acrescentou, antes de enunciar um leque de questões.
"Aquilo que pergunto é: os outros putativos candidatos a primeiro-ministro governam se não ganharem as eleições? Era bom saber. Porque a primeira e única vez em que isso aconteceu o povo não foi informado previamente. Dentro do espírito de entendimentos políticos, o PS está disponível para se coligar com o Partido Comunista que ainda recentemente titubeou relativamente à invasão da Ucrânia. Se se vai coligar com o BE que tem uma postura anti-NATO?"
"Ao contrário do que considera o PS, eu não considero que uma pessoa que ganhe 1200 euros é rica"
É possível e desejável baixar ao mesmo tempo IRS e IRC. Mas a prioridade é o IRS. "As pessoas estão a sentir-se castigadas, porque eu não considero ao contrário do que considera o PS, que uma pessoa que ganhe 1200 euros é rica".
"Acho que é necessário baixar os impostos de forma transversal", afirma, destacando que "é possível ter uma diminuição do IRS com maior incidência na classe média e ao mesmo tempo termos uma descida gradual do IRC que estimo que possa ser 2 pp ao ano durante três anos".
"Comissão Europeia tem sido muito permissiva com Portugal"
Montenegro afirma que o PRR em Portugal está a ser utilizado como "o grande orçamento retificativo", em contraste com outras economias europeias que têm investido em novos projetos públicos e, daqui "a quatro ou cinco anos", "os nossos parceiros da Europa vão estar a tirar proveito daquilo que andaram a semear, enquanto Portugal esteve a compor obras públicas engavetadas durante oito anos".
O líder do PSD sublinha ainda que a Comissão Europeia tem sido "muito permissiva com Portugal". "Agora que temos uma situação de maior estabilidade", face aos tempos da Troika, "assobia para o lado".
Montenegro volta a defender descidas de IRS alargadas aos jovens "a dez, quinze anos"
Luís Montenegro, líder do PSD, responde à questão de Anselmo Crespo, que lhe pergunta quais são os eixos estratégicos para colocar a economia a crescer acima dos 3% - "talvez 4%"
Primeiro, afirma, é necessária a capacidade para atrair "mais investimento e fazer desse investimento um espaço para conquistas de mercado". Isto consegue-se, diz, "com uma fiscalidade mais amiga das pessoas e das empresas"
E ainda, sobre os mais jovens, recorre a uma medida que tem anunciado por várias vezes: "Precisamos de lhes dar privisibilidade para construir projetos, iniciar uma vida familiar, comprar casa" e por isso defende que o IRS seja "ainda mais baixo para os jovens a dez, quinze anos".
Montenegro acredita que Portugal vai escapar à recessão e promete duplicar crescimento da economia
Montenegro afirma que acha que Portugal vai evitar a recessão em 2024. "Sinceramente acho que sim".
Mesmo com eleições em março. "As eleições vão ser um fator positivo, como eu espero mudarmos de Governo e de política económica, isso vai ter depois um reflexo subsequente que é depois o país poder perspetivar um nível de crescimento no mínimo o dobro daquele que tem sido a média dos últimos oito anos", apontando que em 2020 esse fenómeno começou a ser invertido.
Luís Montenegro: "Estamos há 40 anos a ser subsidiados"
Luís Montenegro já fala na CNN International Summit. Na sua intervenção sublinha que Portugal está há 40 anos a ser subsidiado para ter um impulso económico para se aproximar dos países da UE que se encontram mais avançados.
"O drama de Portugal é que esses países vão se interrogar cada vez mais porque é que Portugal continua a receber apoios e porque é que eles entraram 20 anos mais tarde na União e qualquer dia são contribuintes líquidos precisamente para nos ajudar a ter essa aproximação.
"Temos continuar a defender os nosso valores mas também temos que, sem ingenuidade, defender os nossos interesses"
O que fazer? "A União Europeia tem vindo a evoluir no bom sentido, tem deixado a sua adolescência geopolítica para entender que não pode ser apenas uma entidade económica ou comercial, que é importante. Falta-lhe a capacidade de afirmação político-diplomática, sobretudo no capítulo da defesa, mas isso está a mudar", afirma Durão Barroso.
"A solução é entendermos que temos continuar a defender os nosso valores mas também temos que, sem ingenuidade, defender os nossos interesses. Uma afirmação de segurança faz à falta à UE. Acredito que é nesse sentido que vamos, mas temos que fazer muito mais."
"A questão do Médio Oriente está a dividir o Ocidente e está a dividir as sociedades"
A própria Europa está dividida na questão Israel/Palestina, conclui Durão Barroso. "Numa questão tão importante quanto esta, França e Alemanha votaram de maneira diferente na ONU. E o Reino Unido votou de forma diferente dos EUA."
"A questão do Médio Oriente está a dividir o Ocidente e está a dividir as sociedades. Vemos manifestações de centenas e centenas de pessoas a apoiar a Palestina, também nos EUA parte da população está a fastar-se da posição tradicional pró-Israel."
Por isso, Durão Barroso está "obviamente proecupado" com a situação atual. "Para estes dois grandes conflitos [Ucrânia e Israel], não há uma solução à vista. A desconfiança vai continuar a agravar-se."
Durão Barroso: "A emergência da China é sem dúvida o facto mais importante em termos de crescimento económico"
"Há uma nova situação geopolitica mundial, estamos num momento de transformação, com consequências profundas", afirma José Manuel Durão Barroso, ex-presidente da Comissão Europeia.
Essa transformação tornou-se visível com a crescente rivalidade e competição entre EUA e a China entre EUA e China, que são as duas maiores economias mundiais, explica. "Temos visto uma China muito mais assertiva que começou a desafiar a hegemonia dos EUA. Não há dúvida de que a China é já a sehunda economia mundial. Os EUA querem conter a China."
"Sobre esta tendência tivemos a pandemia, quer agravou a desconfiança entre os EUA (e o mundo ocidental) e a China. Teve como consequência a repatriação das cadeias de valor. Os países mais ricos do mundo entenderam que não tinham acesso às vacinas ou até a algum equipamento essencial, que tinham produção deslocalizada. Começou aí uma aceleração do repatriamento das cadeias de valor, uma espécie de reglobalização. E isto também se importante com os minerais raros e com os microprocessadores. "
"A China é sem dúvida o país que mais lucrou com a globalização, com a abertura de mercados, com a gora internacional. A emergência da China é sem dúvida o facto mais importante em termos de crescimento económico."
"A situação mundial foi transformada, depois, pela agressão da Rússia à Ucrânia. As coisas correram mal a Putin que não esperava uma reação tão forte dos países ocidentais", considera. "Mas a verdade é que isto alterou a relação de poder da Rússia com a China, a Rússia precisa mais do que nunca da China. (...) Além disso, voltámos a ter um conflito semelhante ao que tínhamos na Guerra Fria, mas agora em moldes mais complexos, porque não só temos a China muito próxima da Rússia, como temos outros países (Índia, África do Sul, Brasil) a procurarem uma informação própria e outros ainda, como a Arábia Saudita e a Turquia, que têm afirmado posições muito distintas daquelas que são mais consensuais no eixo Atlântico. Estamos assistir a uma desordem internacional, com uma confrontação, com uma separação Leste/ Oeste mas com uma enorme fragmentação."
"E isto leva-nos à nova erupção do conflito antigo entre Israel e Palestina, com o bárbaro ataque do Hamas e a resposta muito vigorosa de Israel. Este conflito vai alimentar a mobilização de ressentimento contra o Ocidente", conclui Durão Barroso.
Analisando todos estes factos em conjunto, "há aqui um terreno fértil para fazer um discurso anti-Ocidental", diz Durão Barroso.