AO MINUTO: Galamba garante que ligou ao MAI para falar com a PSP e à ministra da Justiça para falar com a PJ; chefe de gabinete é que contactou as secretas
- Salário do novo CEO da TAP é igual ao da anterior, mas "sem bónus"
- Galamba garante que só falou com a PJ, chefe de gabinete é que contactou as secretas
- Galamba insiste que não mentiu sobre reuniões “normais” com CEO da TAP
- Deputados aprovam envio das imagens de videovigilância do Ministério das Infraestruturas
Termina a audição de João Galamba
Sensivelmente oito horas após ter começado, a audição de João Galamba termina.
Galamba falou com Costa "ao final da noite, talvez uma ou duas da manhã"
Depois de ter sido a primeira tentativa de contacto a 26 de abril, o primeiro-ministro só falou com o ministro das Infraestruturas por volta das 01:00, já dia 27 de abril.
Questionado sobre quando tinha falado com António Costa, João Galamba diz que “ao final da noite, talvez uma ou duas da manhã”.
Galamba esteve "algum tempo" com a PSP antes de perceber que Frederico Pinheiro tinha levado o computador
O ministro das Infraestruturas explica que só quando chegou ao ministério é que percebeu que o computador foi levado.
João Galamba esteve "algum tempo" na sala com os agentes da PSP, antes de perceber que, afinal, o computador tinha sido levado por Frederico Pinheiro.
“Sei que estive cerca de 15 minutos com a polícia”, lembra, voltando a referir que vai tentar saber ao certo quais as horas de entrada no edifício, que terá sido sempre antes das 21:30 e “bastante antes das 23:00”.
Galamba diz que TAP já sabe quanto dinheiro Alexandra Reis tem de devolver
O ministro das Infraestruturas afirma que a devolução da indemnização de Alexandra Reis está a ser tratada, uma vez que havia “algumas dúvidas processuais”.
João Galamba diz que havia dúvidas sobre o cálculo de valores, mas acrescenta que “a TAP consolidou a sua interpretação e já tem apurado o montante exato e vai proceder a essa recuperação”.
Galamba volta a dizer: "Não estava na sala quando a minha chefe de gabinete ligou ao SIS"
O ministro das Infraestruturas refere que vai tentar perceber ao certo a sua hora de entrada no Ministério das Infraestruturas no dia 26 de abril.
João Galamba volta a garantir que não transmitiu à sua chefe de gabinete que ligasse ao Serviço de Informações de Segurança (SIS).
Questionado pelo deputado da Iniciativa Liberal Bernardo Blanco sobre a linha temporal dessa noite, o ministro diz que esteve “bastante tempo” com os polícias, mas também fez “outras coisas” naquela noite, nomeadamente preparar o Conselho de Ministros que ia acontecer no dia seguinte.
“Eu não estava na sala quando a minha chefe de gabinete ligou ao SIS, nem eu lhe disse ‘liga ao SIS’ e ela ligou ao SIS. Quando eu lhe disse isso foi muito depois de ela ter ligado ao SIS”, acrescenta.
Deputado do Chega impedido de fazer perguntas a Galamba
O presidente da comissão inquérito parlamentar impediu o deputado do Chega Filipe Pinto de fazer questões ao ministro das Infraestruturas.
Em causa estará uma falha na lei, depois de Filipe Pinto ter substituído André Ventura a meio da audiência, o que vai, na ótica de António Lacerda Sales e de vários grupos parlamentares, contra o regime jurídico da Assembleia da República.
Filipe Pinto volta a pedir “respeito e urbanidade” ao deputado do Bloco de Esquerda Pedro Filipe Soares, que sugeriu que utilizou o termo “aldrabice” para se referir ao caso.
Deputado do Chega pode vir a ser impedido de fazer questões
Há uma questão formal a interromper a comissão de inquérito, depois de o deputado do Chega Filipe Melo ter substituído André Ventura.
O presidente da comissão parlamentar indica que Filipe Melo intervir, sem que tenha feito solicitação prévia para tal, não respeita a lei, mas concede tempo ao deputado do Chega.
Só que o deputado do Bloco de Esquerda Pedro Filipe Soares entende que não devem existir “exceções à lei”, gerando burburinho na sala.
A discussão prossegue e ainda não se percebeu se o deputado do Chega vai ou não poder falar.
"Isto não é a escola do Galamba". Estala o verniz entre ministro e deputado do PSD
O ministro das Infraestruturas criticou a formulação do deputado do PSD Paulo Rios de Oliveira, que chamou “desvairadas das mulheres” às assessoras do Ministério das Infraestruturas.
Deputado e governante trocaram algumas bocas, com o parlamentar social-democrata a pedir que não sejam ditas mentiras. “Isto não é a escola do Galamba”, atira, obrigando à intervenção do presidente da comissão parlamentar de inquérito.
Galamba antecipa ano de 2023 "muito, muito positivo" para a TAP
O ministro das Infraestruturas afirma que a melhoria face ao esperado na TAP não se deve aos cortes salariais, mas sim o turismo e a melhoria da economia.
“O grande responsável pelos excelentes resultados em 2022 deve-se à recuperação muito significativa dos voos e do turismo”, diz João Galamba.
O responsável explica que os cortes não aumentaram face ao ano anterior, e que só a “boa gestão da TAP” permitiu antecipar em três anos a obtenção de lucros.
Questionado pelo deputado do PS Bruno Aragão, João Galamba lembra que os resultados do 1.º trimestre nunca são tão bons, e diz ter “indicações” de que “tudo indica, com os dados conhecidos, que o ano de 2023 será muito, muito positivo”.
“Isso são excelentes notícias para a TAP e para o país”, termina.
Galamba e assessores tiveram como "prioridade" chamar a PSP
O ministro das Infraestruturas diz que a “prioridade” do ministério foi chamar a PSP, e não o Serviço de Informações de Segurança (SIS).
Respondendo ao deputado do Bloco de Esquerda Pedro Filipe Soares, João Galamba garante que foram feitas cinco chamadas para a PSP antes de qualquer outra autoridade.
“Depois a minha chefe de gabinete reportou que tinha sido levado um computador com informação classificada”, explica, garantindo que ninguém impediu Frederico Pinheiro de entrar no edifício.
João Galamba reitera que o computador “não podia ser levado porque era do Estado”, sendo que esse computador tinha informação classificada. Diz o ministro que a sua chefe de gabinete cumpriu o seu dever.
Galamba diz que intervenção do Governo na TAP "permitiu salvar milhares de empregos"
O ministro das Infraestruturas afirma que a nova gestão da TAP terá como missão cumprir o plano de reestruturação, mas também garantir o futuro da empresa.
João Galamba garante que o que salvou os empregos na TAP “foi a decisão do Governo de intervir na TAP, de salvar a TAP”.
“Foi isso que permitiu salvar milhares de empregos. Todos os sindicatos reconheceram a situação dramática em que a TAP vivia”, acrescenta o ministro, falando num momento de urgência para se referir à nacionalização da empresa.
Em resposta ao deputado do PCP Bruno Dias, João Galamba saudou “todos os que trabalham na TAP”, vincando que todos os colaboradores são “essenciais para o sucesso da TAP”.
“O objetivo não é manter os cortes, é que a empresa cresça”, acrescenta, dizendo que a sustentabilidade exige que a realidade da TAP não seja diferente dos seus concorrentes, o “standard de mercado”.
João Galamba admite, assim, que possam existir acordos de empresa para os trabalhadores, garantindo a Bruno Dias que existe “toda a confiança no atual presidente do conselho de administração e da comissão executiva”.
Galamba recebeu indicações para ligar ao SIS antes de a sua chefe de gabinete contactar as secretas
O ministro das Infraestruturas explica que fez chamadas às 21:52 para o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, que terá sido quem disse a João Galamba que era necessário chamar o Sistema de Informações de Segurança.
Novamente questionado pelo deputado da Iniciativa Liberal Bernardo Blanco, o governante confirmou que se tratava de António Mendonça Mendes.
Antes disso, às 20:40 João Galamba ligou a Frederico Pinheiro, comunicando-lhe a exoneração.
Seguiram-se “vários” telefonemas para o ministro da Administração Interna, dois deles de 30 segundos, às 21:10 e 21:12. Houve ainda mensagens trocadas para José Luís Carneiro.
Às 21:13 e às 21:30 ligou para a sua chefe de gabinete, Eugénia Correia, para mais tarde, às 22:53, ligar à ministra da Justiça.
Sobre a chamada para o primeiro-ministro João Galamba diz que foi antes de ligar a António Mendonça Mendes, ainda que não se recorde da hora.
"Ameaças físicas, violentas, muito". Galamba volta a relatar telefonema com Frederico Pinheiro
O ministro das Infraestruturas volta a rejeitar “categoricamente” as ameaças de que Frederico Pinheiro diz ter sido alvo.
João Galamba reitera que “se houve alguma ameaça não foi, seguramente, minha”. O governante fala num telefonema de um minuto e 20 segundos, recusando-se a relatar qual o tom das ameaças.
“Foram ameaças físicas, violentas, muito”, termina.
Galamba diz que participou em “muitas reuniões” preparatórias enquanto era deputado
João Galamba considera que as reuniões preparatórias, como a que existiu com a ex-CEO da TAP, não são “impróprias”. E garante que, nos anos em que foi deputado, existiram “muitas reuniões” deste género, por exemplo para a comissão de inquérito sobre o BPN.
Quem aconselhou a ativar o SIS? “O gabinete do primeiro-ministro”
O liberal Bernardo Blanco insiste para saber quem aconselhou Galamba a ativar o SIS. “O gabinete do primeiro-ministro”, responde. E concretiza: o secretário de Estado António Mendonça Mendes.
Galamba não tem o plano de reestruturação da TAP no telemóvel nem no computador
Galamba admite que não tem o plano de reestruturação da TAP nem no telemóvel nem no computador, “embora pudesse tê-lo”. Ainda assim, diz que tem acesso sempre que precisa.
O ministro lembra que o adjunto que tinha toda a informação era Frederico Pinheiro. “Penso que terei pedido a Frederico Pinheiro e tenho acesso via TAP”, concretizou.
Galamba já estaria no ministério quando a chefe de gabinete chamou as secretas
O ministro das Infraestruturas afirma que chegou ao Ministério das Infraestruturas no dia 26 de abril por volta das 21:30/22:00, tendo saído às 23:30/00:00.
João Galamba diz que estava sozinho no seu gabinete quando falou com a ministra da Justiça, não sabendo esclarecer se nessa altura já sabia da chamada do Serviço de Informações de Segurança (SIS).
O governante volta a dizer que apenas contactou com a PSP e com a Polícia Judiciária.
Sobre a conversa com a ministra da Justiça, o deputado da Iniciativa Liberal lembra que, de acordo com a linha temporal da chefe de gabinete do ministro, João Galamba já estava no ministério quando foram chamadas as secretas.
João Galamba diz que não esteve sempre com Eugénia Correia, referindo novamente que quando transmitiu a necessidade de reportar ao SIS já a sua chefe de gabinete o tinha feito.
Questionado diretamente por Bernardo Blanco se já estavam ambos no ministério na altura da chamada do SIS, João Galamba diz que, quando chegou ao local, estavam agentes de PSP e a sua chefe de gabinete estava a ligar a "pessoas".
"Estive em vários sítios. Estive sempre com a minha chefe de gabinete? Não", refere, explicando que houve momentos em que esteve sozinho.
Ventura insiste: quem chamou o SIS? Galamba volta a dizer que foi a chefe de gabinete
O deputado do Chega André Ventura volta a insistir na questão do contacto ao Sistema de Informações de Segurança (SIS), perguntando ao ministro das Infraestruturas quem lhe disse para contactar as secretas.
João Galamba diz apenas que foi a chefe de gabinete a fazer o contacto, garantindo que não teve conhecimento disso nem foi sua iniciativa a chamada.
“A doutora Eugénia não me pediu autorização quando falou com o SIS. Foi-me transmitido que era preciso avisar o SIS e a PJ e a minha chefe de gabinete disse-me que já o tinha feito”, acrescenta, reafirmando que Eugénia Correia falou com as secretas sem o seu conhecimento.
Afinal, quem chamou o SIS? A chefe de gabinete, diz Galamba
Ventura volta à questão do SIS. E recorda declarações da chefe de gabinete a dizer que Galamba não sabia de nada sobre a articulação com o SIS. “Sinto que está a mentir. E com grande probabilidade foi o primeiro-ministro que lhe disse para contactar o SIS”, aponta o líder do Chega. Quem é que lhe disse para falar com o SIS?
Galamba pede para Ventura levantar a notícia que citara anteriormente, onde se lê que foi a chefe de gabinete quem tomou a iniciativa de chamar o SIS. “Não sabia e a Dra. Eugénia não me pediu autorização quando falou com o SIS”, reforça.
“É totalmente coincidente com o cabeçalho que acabou de mostrar”, insiste.
IMT disse ao Ministério das Infraestruturas que existem imagens do dia 26 de abril
O ministro das Infraestruturas afirma que o Instituto de Mobilidade Terrestre (IMT) disse que as imagens de videovigilância do Ministério das Infraestruturas existem.
João Galamba espera que as mesmas imagens sejam entregues às autoridades competentes.