AO MINUTO | CEO da TAP confirma que terá direito a um bónus se o plano de reestruturação for cumprido
O que está a acontecer
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CEO da TAP confirma que recebeu do ex-secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes, por escrito, "aprovação e autorização do acordo" para a saída de Alexandra Reis
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Processo da indemnização a Alexandra Reis foi sendo transmitido ao ex-secretário de Estado Hugo Mendes, garante CEO da TAP
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Mais alguém no Governo sabia do processo de Alexandra Reis? "Tanto quanto compreendi, haveria coordenação entre o Ministério das Infraestruturas e das Finanças. Mas eu não tive contacto direto com o Ministério das Finanças"
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"Seguimos os conselhos dos consultores jurídicos" no caso da indemnização a Alexandra Reis, garante CEO da TAP
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Saída de Alexandra Reis: "Eu nada fiz sem o consentimento dos acionistas", garante CEO da TAP
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Alexandra Reis saiu da TAP porque "houve um desalinhamento", justifica Christine Ourmières-Widener
CEO da TAP diz que Antonoaldo Neves saiu com indemnização, mas companhia garantiu na altura que não
CEO da TAP: "Faremos tudo o que está ao nosso alcance para dar informações mal elas cheguem"
Nas respostas à terceira ronda, Christine Ourmières-Widener deixou claro que não se vai demitir e que a administração "tem de assegurar que a TAP é uma empresa lucrativa, sustentável e que os sacrifícios feitos tiveram um resultado".
A presidente executiva da TAP disse que "parece que as coisas boas estão sempre a ser esquecidas" e que o foco é sempre "nas más notícias".
"Não podemos perder o foco de cumprir aquilo que tem de ser alcançado para a empresa ser sustentável e lucrativa. É possível, com um grande esforço, mas é possível. É por isso que todos os dias tomamos decisões, se são sempre corretas e perfeitas? Certamente que não, mas a administração tem o papel de avançar (...) e estamos orgulhosos do que fizemos."
Christine Ourmières-Widener voltou a dizer que a TAP agiu "de boa-fé" na contratação de Alexandra Reis, bem como dos assessores jurídicos.
"Faremos tudo o que está ao nosso alcance para dar informações mal elas cheguem", disse ao referir que se aguarda o relatório da Inspeção-Geral das Finanças e voltou a assegurar que não teve "qualquer discussão" com o ministro das Finanças.
Livre: o facto de a TAP ser pública ou privada "constitui algum obstáculo quanto à sua rentabilidade?"
Rui Tavares, do Livre, perguntou à CEO da TAP: "Qual é o impacto deste enorme diferencial de tratamento, não só remuneratório, mas também de privilégios, entre os trabalhadores da TAP e gestores para os desafios futuros da TAP? Ou seja, isto evidentemente é um obstáculo de negociações".
O deputado único questionou ainda se o facto de a TAP ser pública ou privada "constitui algum obstáculo quanto à sua rentabilidade?".
PAN: "Ninguém se lembrou de perguntar porque é que no caso de Alexandra Reis não estava a ser aplicado o estatuto de gestor público?"
Numa terceira ronda de perguntas bastante curta, a deputada única do PAN questionou a presidente executiva da TAP "se ninguém se lembrou de perguntar porque é que no caso de Alexandra Reis não estava a ser aplicado o estatuto de gestor público?".
Sobre a nomeação de Alexandra Reis para a NAV, Inês Sousa Real lembrou que vai haver uma comissão de inquérito e, por isso, "mais tarde ou mais cedo vão haver respostas".
A porta-voz do PAN questionou ainda Christine Ourmières-Widener se a TAP pediu ou não a devolução da indemnização.
CEO da TAP: "Não houve qualquer intenção por parte da companhia de mexer ou de alterar aquilo que foram os conselhos dos advogados"
A presidente executiva da TAP explicou, ao deputado Filipe Neto do Chega, que "não houve qualquer intenção por parte da companhia de mexer ou de alterar aquilo que foram os conselhos dos advogados".
"Eu percebo a sua pergunta, certamente que a investigação que está a decorrer analisará isso. Mas eu disse a verdade e esta é a única resposta que eu tenho para si."
CEO da TAP para Mariana Mortágua: "Eu acho que tem razão, somos gestores públicos (...) e o acordo de Alexandra Reis poderia ter ficado mais claro"
Sobre as questões da deputada Mariana Mortágua, Christine Ourmières-Widener respondeu apenas a uma delas.
"Penso que sim, que somos gestores públicos. É algo que enquanto Conselho de Administração temos de perceber. A TAP passou de privada a nacional e também estamos a tentar perceber... mas eu acho que tem razão, somos gestores públicos e (...) o acordo de Alexandra Reis poderia ter ficado mais claro."
CEO da TAP: "Não me lembro da sugestão de qualquer gestor público. Não me lembro de se discutir o estatuto de Alexandra Reis"
Sobre se a empresa de assessoria jurídica sugeriu ou não a utilização do estatuto de gestor público, Christine Ourmières-Widener disse não se lembrar.
"Não me lembro da sugestão de qualquer gestor público. Falaram com a outra parte, mas não me lembro de se discutir o estatuto de Alexandra Reis", referiu.
A presidente executiva da TAP preferiu não comentar a legalidade ou a falta dela no processo de Alexandra Reis, explicando que para isso é que está a ser feita uma investigação por parte da Inspeção-Geral de Finanças.
"Nós vamos acompanhar esta investigação e iremos cumprir e respeitar os resultados sejam elas quais forem. Mas eu tive a confirmação do secretário de Estado das Infraestruturas e presumi que esta aprovação coordenada com o Ministério das Finanças."
O corte nos salários dos administradores "foi aplicado desde o primeiro dia em que assumimos funções", diz CEO da TAP
Na respostas à segunda ronda de perguntas, Christine Ourmières-Widener explicou que os salários das administrações passam pela Comissão de Vencimentos, são públicos.
"Quando esta equipa se juntou ao projeto em junho de 2021, o corte aplicou-se de imediato. Não houve cá esperar pelo plano de reestruturação. Foi aplicado desde o primeiro dia em que assumimos funções", assegurou.
Mariana Mortágua: "Renunciou ou foi demitida? Esta não é uma questão jurídica, a administração e o acionista têm que saber se estão a mandar embora uma administradora ou se estão a acolher uma decisão dela"
Mariana Mortágua, que fechou a segunda ronda de perguntas, quis relembrar algumas questões que não foram respondidas.
"A administração está ou não está sujeita aos estatuto de gestor público? É uma pergunta de sim ou não."
A segunda pergunta estava relacionada com o valor do bónus, que Christine Ourmières-Widener não disse ainda ao longo desta audição.
A deputada do Bloco de Esquerda voltou a perguntar se Alexandra Reis foi ou não demitida: "Esta é a pergunta de ouro: renunciou ou foi demitida? Estamos à horas a discutir este assunto, já ouvimos o ministro das Finanças e ninguém consegue responder a esta pergunta básica. E esta não é uma questão jurídica, a administração e o acionista têm que saber se estão a mandar embora uma administradora ou se estão a acolher uma decisão dela".
PCP: "Não é preciso ser jurista, basta ser administrador para perguntar aos advogados: esta senhora que está a sair (...) foi demitida ou renunciou?"
É agora, novamente, a vez de Bruno Dias. O comunista criticou o plano de reestruturação da TAP e referiu que é precisamente por causa disso que a companhia aérea está a perder quadros.
Sobre o caso de Alexandra Reis, Bruno Dias também insistiu que a CEO da TAP não precisa de ser jurista para entender o que está em causa.
"Não é preciso ser jurista, basta ser administrador para perguntar aos advogados: esta senhora que está a sair (...) foi demitida ou renunciou? É verdade o que disseram à CMVM ou é mentira que recebeu uma indemnização para ser demitida?".
Iniciativa Liberal: "Alexandra Reis demitiu-se ou foi demitida? É esta a resposta que tem que dar e não precisa de ser advogada para responder a isto"
Na segunda ronda de perguntas, Carlos Guimarães Pinto, da Iniciativa Liberal (IL), disse que a principal pergunta à qual Christine Ourmières-Widener não respondeu e se "escondeu sempre atrás dos advogados" é "simples":
"Alexandra Reis demitiu-se ou foi demitida? É esta a resposta que tem que dar e não precisa de ser advogada para responder a isto. Como CEO, conhece os seus recursos humanos", insistiu.
Na mesma linha que Mariana Mortágua, Carlos Guimarães Pinto também quis saber qual é o valor do bónus caso a CEO da TAP cumpra com o plano de reestruturação.
Caso Lacerda Machado: "Se a senhora desconhece, quem é que vai conhecer? O que é que está a fazer na empresa?", questina Chega
Filipe Melo, do Chega, questionou a presidente da TAP pelo facto de ter dito que não sabia se Diogo Lacerda Machado, antigo administrador, tinha tido direito a uma indemnização.
"Se a senhora desconhece, quem é que vai conhecer? O que é que está a fazer na empresa?"
Sobre os cortes dos administradores, e já com o plano de reestruturação em prática, Filipe Melo perguntou: "a senhora e a sua equipa tiveram ou não cortes entre os 30% e os 55% como os trabalhadores da empresa?".
"Não estive em contacto direto com o ministro das Finanças" sobre Alexandra Reis, diz CEO da TAP
Christine Ourmières-Widener negou esta quarta-feira no Parlamento ter estado em contacto com o Ministro das Finanças sobre o caso de Alexandra Reis.
"Assumi que o acordo com o Secretário de Estado das Infraestruturas tinha sido atingido em coordenação com o Ministro das Finanças".
PS insiste na pergunta do PSD
Na voz do PS, Carlos Pereira concordou com a pergunta colocada pelo PSD, dizendo que "a questão tem de ficar clarificada".
PSD: "A senhora tem por escrito, como a lei determina e manda, a autorização do senhor ministro das Finanças e do senhor ministro dos Transportes?"
A primeira ronda de perguntas está terminada. Começa então a segunda, tendo a palavra o Paulo Moniz, do PSD, que voltou a insistir na questão das autorizações por parte do Governo.
"Tem consciência que a senhora não tem que ter somente a anuência de um membro do Governo ligado aos transportes, mas por lei teria que ter tido por escrito a autorização do ministro dos Transportes e do senhor ministro das Finanças. A senhora tem por escrito, como a lei determina e manda, da autorização do senhor ministro das Finanças e do senhor ministro dos Transportes?".
Se não a tiver, reforçou Paulo Moniz, tal é ilegal e pode vir a ter responsabilidades.
"Soube pelos jornais": CEO da TAP diz que não foi informada da ida de Alexandra Reis para a NAV
Christine Ourmières-Widener afirmou esta quarta-feira no Parlamento que não foi informada da nomeação a Alexandra Reis para ir para a NAV.
"Só fui informada depois da nomeação e soube pelos jornais", revelou.
Mais alguém no Governo sabia do processo de Alexandra Reis? "Tanto quanto compreendi, haveria coordenação entre o Ministério das Infraestruturas e das Finanças. Mas eu não tive contacto direto com o Ministério das Finanças"
Sobre a pergunta se havia mais alguém no Governo, além de Estado Hugo Mendes, que sabia de todo o processo de Alexandra Reis, Christine afirmou que o "contacto principal" era o agora ex-secretário de Estado das Infraestruturas.
"Tanto quanto compreendi, haveria coordenação entre o Ministério das Infraestruturas e das Finanças. Mas eu não tive contacto direto com o Ministério das Finanças", assegurou depois das perguntas de Mariana Mortágua.
CEO da TAP: consultores externos "aconselharam-nos em todos os momentos e foi por isso que comunicámos aquilo que comunicámos à CMVM"
Sobre o nome da empresa que foi contratada para fazer a assessoria jurídica no âmbito do processo de saída de Alexandra Reis da TAP, Christine Ourmières-Widener confirmou que se tratou da SRS.
"Eu percebo o seu comentário quando diz que não se pode seguir cegamente os acordos dos conselhos dos advogados. Eu sou CEO, tenho 32 anos de experiência, mas quando há toda uma série de coisas complexas é preciso ter a humildade de contratar pessoas competentes e especialistas. Aconselharam-nos em todos os momentos e foi por isso que comunicámos aquilo que comunicámos à CMVM", afirmou.
Todos os administradores receberam um corte de 30%, diz CEO da TAP
Na resposta a Mariana Mortágua, a presidente executiva da TAP disse que o seu salário é público e, por isso mesmo, "não há aqui qualquer questão" e relembrou que é 37% menos do que o antecessor recebia.
Todos os administradores receberam, garantiu, um corte de 30%. E, para além, todos recebem valores abaixo da equipa que estava em funções antes da nacionalização.
Christine Ourmières-Widener afirmou ainda que "abaixo de 1.520 euros, os trabalhadores não sofrerão qualquer corte salarial".
"Agora, o que temos com estes cortes é muita gente a sair da empresa, porque outras empresas pagam muito mais do que a TAP (...) estamos a tentar encontrar um solução", explicou.
Mariana Mortágua: "A senhora não recebe o seu salário para dizer que faz o que os consultores mandam. É preciso compreender se a TAP mentiu ao mercado com ou sem ordem de um consultor para o fazer"
Já sobre o caso de Alexandra Reis, Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, tinha mais perguntas para Christine Ourmières-Widener:
-"Alexandra Reis não estava alinhada com o plano de reestruturação, mas rescindiu ou foi demitida?"
-"O comunicado da TAP diz que Alexandra Reis renunciou por 'livre vontade' para 'abraçar novos desafios profissionais'. Queremos saber se a TAP mentiu ao mercado?"
"A senhora não recebe o seu salário para dizer que faz o que os consultores mandam. É preciso compreender se a TAP mentiu ao mercado com ou sem ordem de um consultor para o fazer", insistiu a bloquista.
Aproveitando ainda para perguntar quem foi esse consultou externo: "Foi o escritório SRS como tem sido anunciado publicamente?".
Seguem-se mais perguntas:
-"A que título é que Alexandra Reis recebeu uma indemnização? Qual foi a cláusula invocada?"
-"Além do secretário de Estado das Infraestruturas, o Ministério das Finanças teve conhecimento desta indemnização e da saída de Alexandra Reis?"
-"Disse-nos que o seu antecessor recebeu uma indemnização. Queria saber qual foi o montante".