GUERRA AO MINUTO | Nove mortos em novo ataque de mísseis russos contra Kiev
O que está a acontecer
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Casa Branca diz que paciência de Trump com Zelensky "está a esgotar-se"
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Enviado de Trump reúne-se com Putin na sexta-feira
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Ucrânia garante comprometimento total para chegar à paz
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Trump volta a criticar Zelensky e diz que Crimeia "nem é ponto de discussão"
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JD Vance faz um ultimato à Ucrânia após reunião entre Rubio e ministros europeus em Londres ser cancelada
Queda da Ucrânia pode levar à “III Guerra Mundial”, alerta Shmyhal
O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, alerta, em entrevista à BBC, que a queda do seu país na guerra contra a Rússia poderia levar à “III Guerra Mundial”, apelando por mais “fundos” para a Ucrânia, embora se tenha mostrado “cuidadosamente otimista” com um novo pacote de ajuda financeira dos Estados Unidos. “Precisamos deste dinheiro ontem, não amanhã, não hoje”, alerta o governante, deixando claro uma mensagem que tem vindo a ser transmitida por Kiev: se não houver apoios e proteção, “a Ucrânia cairá” e, como consequência, “o sistema global de segurança será destruído” e o mundo precisará encontrar “um novo sistema de segurança”, sob a pena de haver “muitos conflitos, muitos tipos de guerras e, no final das contas, isso poderá levar à Terceira Guerra Mundial”.
Siga ao minuto:
Nove mortos em novo ataque de mísseis russos contra Kiev
Pelo menos nove pessoas morreram e 63 ficaram feridas, incluindo crianças, num ataque, esta madrugada, com mísseis russos contra Kiev, anunciou o Serviço de Emergência do Estado (DSNS) ucraniano.
“De acordo com dados preliminares, nove pessoas morreram, 63 ficaram feridas e 42 foram hospitalizadas, incluindo seis crianças", referiu o DSNS, no mais recente balanço.
Uma contagem anterior divulgada pelo presidente da Câmara de Kiev, Vitali Klitschko, dava conta de dois mortos e 54 feridos.
“Os edifícios residenciais foram danificados: está a decorrer a busca de pessoas sob os escombros”, referiu o serviço de emergência na plataforma de mensagens Telegram.
Vários incêndios, agora extintos, deflagraram também na sequência dos bombardeamentos russos.
Em Kiev, um jornalista da agência France-Presse observou quando uma dezena de habitantes se refugiaram num abrigo na cave de um edifício residencial, assim que soou o alerta antiaéreo.
O último ataque com mísseis contra Kiev ocorreu no início de abril.
Em Kharkiv (leste), o presidente da câmara, Igor Terekhov, também anunciou “repetidos ataques com mísseis” contra a cidade, que deixaram pelo menos duas pessoas feridas.
Numa declaração no Telegram, Andriï Iermak, chefe de gabinete do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denunciou o facto de “a Rússia estar a atacar Kiev, Kharkiv e outras cidades com mísseis e 'drones'”.
O Presidente russo, Vladimir "Putin, mostra unicamente o desejo de matar", afirmou Iermak, exigindo o cessar das hostilidades e que “os ataques a civis parem”.
Em Washington, o Presidente dos EUA, Donald Trump, atacou violentamente Volodymyr Zelensky na quarta-feira, acusando-o de fazer comentários inflamatórios sobre a Crimeia, uma península ucraniana anexada pela Rússia em 2014. Isto numa altura em que um acordo com Moscovo estava "muito próximo", de acordo com Trump.
Ucrânia sob ataque: Kiev e Kharkiv denunciam vários drones e mísseis russos
Início de madrugada complicado na Ucrânia, com as autoridades ucranianas a denunciarem ataques às duas principais cidades Kiev e Kharkiv.
Na capital, Kiev, as unidades de defesa antiaérea estão mesmo a funcionar, referiu o autarca da cidade.
Também a partir de Kiev testemunhas da agência Reuters relataram violentas explosões em diferentes zonas da capital, incluindo junto ao rio que atravessa a cidade.
O autarca de Kharkiv também denunciou que a cidade, a segunda maior da Ucrânia, está sob ataque de mísseis.
Zelensky responde ao ataque de Trump nas entrelinhas
O presidente da Ucrânia respondeu ao ataque do homólogo norte-americano.
Volodymyr Zelensky falou num dia de “emoções elevadas”, alinhando depois para o que aconteceu em Londres, onde as partes “expressaram a sua visão com respeito”.
“O lado norte-americano partilhou a sua visão. A Ucrânia e outros apresentaram a sua visão. E esperamos que esse trabalho conjunto resulte numa paz duradoura”, reiterou, frisando que a Ucrânia “vai sempre agir de acordo com a sua Constituição”.
Nas entrelinhas, Zelensky volta a dizer a Trump que não pretende abdicar da Crimeia.
Reino Unido fala em progresso significativo após reunião em Londres
O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido refere um progresso significativo nas conversações com a Ucrânia.
Depois de uma reunião em Londres, o comunicado do governo britânico confirma que “representantes de Reino Unido, França, Alemanha e Estados Unidos encontraram-se com uma delegação ucraniana liderada pelo chefe do gabinete presidencial Yermak, pelo ministro dos Negócios Estrangeiros Sybiha e pelo ministro da Defesa Umerov, para mais uma ronda intensa de conversações”.
“Todas as partes reiteraram o forte apoio ao comprometimento do presidente Trump para parar as mortes e chegar a uma paz justa e duradoura”, pode ler-se no comunicado, que fala em conversações “produtivas e bem-sucedidas”.
Espera-se agora que as partes evoluam para os próximos passos, havendo a perspetiva de novas negociações no futuro.
Casa Branca nega ultimato a Zelensky
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, negou que o presidente Donald Trump tenha dado um ultimato ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para aceitar uma oferta de paz permanente “até ao final do dia”, ou arriscar que os EUA se afastem das negociações de paz.
“Não até ao final do dia de hoje”, disse Leavitt a Jeff Zeleny, da CNN, contradizendo alguns meios de comunicação social.
Hoje, Trump acusou Zelensky de prolongar a guerra através de “declarações inflamatórias”, depois de o presidente ucraniano ter dito que a sua nação “não reconhecerá legalmente a ocupação da Crimeia”.
Essa é uma das disposições do acordo de paz que os EUA ajudaram a negociar, informou a CNN.
Casa Branca diz que paciência de Trump com Zelensky "está a esgotar-se"
A Casa Branca acusa o presidente da Ucrânia de estar a frustrar as conversações de paz que têm em vista o fim da guerra.
Depois das críticas do presidente Donald Trump, que pediu a Volodymyr Zelensky que esquecesse a Crimeia, a porta-voz da presidência norte-americana acusou o presidente ucraniano de estar a caminhar na direção errada nestas negociações.
“O presidente está frustrado. A sua paciência está a esgotar-se. Ele quer fazer o que está correto para o mundo. Quer ver paz. Quer ver o fim da matança, mas precisamos que os dois lados estejam dispostos a isso”, referiu Karoline Leavitt.
“E, infelizmente, o presidente Zelensky parece querer movimentar-se na direção errada”, acrescentou.
Enviado de Trump reúne-se com Putin na sexta-feira
O enviado do presidente dos Estados Unidos vai encontrar-se com o presidente da Rússia na próxima sexta-feira, avança a Axios.
O jornalista Barak Ravid partilhou esta mesma informação nas redes sociais, citando um responsável norte-americano.
Steve Witkoff vai à Rússia pela quarta vez, encontrando-se novamente com Vladimir Putin, com quem tem discutido diretamente a guerra na Ucrânia.
Ucrânia mantém-se "firme" em relação à questão dos territórios
O chefe do gabinete do presidente da Ucrânia alinha pelo mesmo diapasão dos colegas de governo em relação às reuniões em Londres.
Andriy Yermak escreveu na rede social X que a Ucrânia se mantém firme nos seus princípios de integridade territorial e soberania.
“Sublinhei que a Ucrânia vai manter-se firme, sob quaisquer circunstâncias, nos seus princípios durante as negociações, sob a sua fundação, soberania e integridade territorial”, referiu.
Ucrânia garante comprometimento total para chegar à paz
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia garante que o país continua comprometido em chegar à paz.
Andrii Sybiha esteve presente na conversações com representantes ucranianos em Londres.
“A Ucrânia quer que a guerra acabe mais do que ninguém no mundo. Estamos comprometidos em trabalhar em conjunto para conseguir isso mesmo”, escreveu o ministro na rede social X.
Our delegation including @AndriyYermak and @rustem_umerov had a day of active diplomatic work in London.
— Andrii Sybiha 🇺🇦 (@andrii_sybiha) April 23, 2025
We had three important meetings: a bilateral meeting between Ukrainian and British foreign and defense ministers @DavidLammy @JohnHealey_MP, a multilateral meeting with… pic.twitter.com/Ea9RUGLJgo
Rússia garante que há uma condição que fará as operações militares "acabarem imediatamente"
O presidente da Rússia apoia totalmente a ideia do presidente dos Estados Unidos de chegar a um cessar-fogo.
O problema é que é preciso que algumas questões sejam respondidas. Isso mesmo foi deixado claro pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em entrevista à revista francesa Le Point.
O responsável russo garante que Vladimir Putin sempre quis resolver a questão pacificamente, “mas os europeus estão a exigir a guerra”.
“Queremos atingir os nossos objetivos. Pacífica ou militarmente, vamos atingi-los”, reitera, garantindo que esses mesmos objetivos não foram atingidos, não tendo mudado desde o início da guerra.
Sobre isso, Dmitry Peskov sublinha que a adesão da Ucrânia à NATO seria uma ameaça à segurança da Rússia, pelo que é preciso uma Ucrânia neutral. Além disso “temos de reconhecer a realidade dos territórios”.
“Existem quatro regiões incluídas na nossa Constituição. O exércio ucraniano deve pousar as armas e retirar-se delas. Se o fizer, as operações militares acabam imediatamente”, reiterou, falando especificamente sobre Lugansk, Donetsk, Zaporizhzhia e Kherson, deixando de fora a Crimeia, que a Rússia entende ser reconhecidamente parte do seu território.
Peskov garante que a Rússia não tem "qualquer reivindicação territorial" sobre Estados bálticos
Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, garante que a Rússia "não tem qualquer problema com os Estados bálticos" nem tem qualquer "reivindicação territorial sobre eles" no caso de chegar a um acordo de paz na Ucrânia.
Em entrevista à Le Point, Peskov assegura que a Rússia "não teve nem tem o menor problema com a Finlândia ou com a Suécia, que aderiram à NATO".
"Hoje, pouco a pouco, as infraestruturas militares estão a ser transferidas para o território finlandês. Como é que a Rússia está a reagir? Está a tomar medidas para garantir a sua segurança, as que os nossos militares consideram necessárias. Mas não temos qualquer potencial de conflito. Felizmente, nem nos Estados Bálticos nem na Finlândia, os russos estão a ser alvejados por tanques ou caças, como acontece no Donbass desde 2014. E nos Estados Bálticos não há uma guerra civil em que o exército regular extermina russos só porque são russos", afirma.
Ucrânia fala em "reunião produtiva" com os EUA
A delegação ucraniana garante que as conversações com o lado norte-americano foram produtivas, depois de Marco Rubio ter cancelado a presença em Londre.
O ministro da Defesa da Ucrânia foi à mesma à capital britânica, onde se encontrou com o enviado de Donald Trump para a guerra na Ucrânia, Keith Kellogg, que tem perdido relevância na administração norte-americana.
“Falámos sobre a posição consistente em relação ao cessar-fogo e também sobre as garantias de segurança. Da minha parte, acredito que a reunião foi muito produtiva e bem-sucedida”, reiterou Rustem Umerov.
Ucrânia atinge um local de produção de drones russos em Yelabuga
O exército da Ucrânia afirma que atingiu um local de produção de drones russos em
Yelabuga, a mais de 1.000 km da fronteira ucraniana, informa a agência Reuters.
"Sabe-se que foram causados danos à linha de montagem final dos UAVs (veículos aéreos não tripulados)", disse na rede Telegram o exército, acrescentando que a capacidade de produção da fábrica é de 300 drones por dia.
EUA desenharam um plano que deixa a Rússia a sorrir três vezes e a Ucrânia a ver navios
Trump volta a criticar Zelensky e diz que Crimeia "nem é ponto de discussão"
O presidente dos Estados Unidos acaba de renovar as críticas ao homólogo ucraniano.
Donald Trump criticou Volodymyr Zelensky por ter dito que não ia reconhecer a península da Crimeia como parte da Rússia, no que o presidente norte-americano vê como um entrave às negociações de paz.
Entende Donald Trump que as declarações de Volodymyr Zelensky foram inflamatórias e vão tornar um acordo de paz mais difícil de atingir.
"Estas declarações são muito prejudiciais para a negociações de paz com a Rússia", escreveu o presidente norte-americano na rede Truth Social, onde disse ainda que a Crimeia foi perdida há vários anos e "nem é um ponto de discussão".
"A Ucrânia está pronta para negociar - mas não para se render"
A Ucrânia não aceitará um acordo de paz que dê à Rússia a possibilidade de se reagrupar para novos ataques e considera que um cessar-fogo total é “o primeiro passo necessário”, declarou a vice-primeira-ministra Yuliia Svyrydenko.
"Enquanto a delegação da Ucrânia se reúne hoje com os seus parceiros em Londres, reafirmamos a nossa posição de princípio: A Ucrânia está pronta para negociar - mas não para se render", disse Svyrydenko, citada pelo Kiev Independent.
Estes comentários surgem no momento em que o miinistro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Andrii Sybiha, o ministro da Defesa, Rustem Umerov, e o chefe do Gabinete Presidencial, Andriy Sybiha, visitam Londres para discutir um plano de cessar-fogo com funcionários americanos e europeus. A reunião deveria ter sido realizada a nível ministerial e abordar um plano de paz mais alargado, mas foi adiada depois de o secretário de Estado norte-americano Marco Rubio - e subsequentemente outros diplomatas de topo - terem cancelado a sua participação.
A decisão de Rubio seguiu-se ao facto de o presidente Volodymyr Zelensky ter excluído o reconhecimento da anexação russa da Crimeia como parte do acordo.
Incêndio deflagra num centro comercial de Moscovo após carro explodir no parque de estacionamento
Um incêndio deflagrou no parque de estacionamento de um centro comercial em Moscovo, depois de um carro ter explodido, avança a Reuters.
Zelensky afirma que a Ucrânia insiste num cessar-fogo imediato e total
O Presidente ucraniano afirmou que a Ucrânia insiste num cessar-fogo imediato, total e incondicional com Moscovo.
No Telegram, Zelensky escreveu que a Ucrânia tem afirmado repetidamente que não exclui qualquer formato de conversações que possa conduzir a um cessar-fogo.
JD Vance faz um ultimato à Ucrânia, após reunião entre Rubio e ministros europeus em Londres ser cancelada
A importante reunião em Londres, destinada a pôr fim à guerra da Rússia na Ucrânia, foi cancelada depois de o Secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, ter cancelado a sua presença na Cimeira de Londres, agravando assim o confronto entre Washington e Kiev.
Esperava-se que Rubio participasse nas discussões com funcionários ucranianos, britânicos e europeus, mas o porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, disse na terça-feira que já não iria participar devido a “questões logísticas”.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido confirmou, na quarta-feira, que a reunião teria lugar a um nível inferior. “As conversações a nível oficial vão continuar, mas estão vedadas aos meios de comunicação social”, afirmou o Ministério numa mensagem enviada aos jornalistas.
Os desenvolvimentos lançam uma nova incerteza sobre os esforços diplomáticos para pôr fim à guerra da Rússia. Os Estados Unidos têm-se tornado cada vez mais firmes no seu esforço para forçar Kiev a chegar a um acordo, mas a Ucrânia está inflexível e não vai desistir da Crimeia, ocupada pela Rússia desde 2014, ou de partes do leste da Ucrânia que foram capturadas após a invasão total de Moscovo em 2022.
O vice-presidente dos EUA, JD Vance, ameaçou abandonar as negociações na quarta-feira, dizendo aos jornalistas durante uma visita à Índia: "Fizemos uma proposta muito explícita aos russos e aos ucranianos, chegou a altura de eles dizerem sim ou de os EUA abandonarem este processo. Envolvemo-nos numa quantidade extraordinária de diplomacia, de trabalho no terreno".
Putin diz que exército russo continua com escassez de algumas armas
Vladimir Putin disse, esta quarta-feira, que as tropas russas continua a ter escassez de alguns tipos de armamento, mas que Moscovo está a melhorar rapidamente as tecnologias bélicas graças à experiência adquirida na guerra da Ucrânia.
O presidente russo considera ainda que a o advento da inteligência artificial vai ser algo colossal para o ramo militar. "Será uma grande vantagem no terreno", defende Putin, citado pela Reuters.