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Covid-19: até 400 mil eleitores isolados dia 30 e pico de infeções passa para fevereiro, defende especialista

Matemático Henrique Oliveira acredita que pico da pandemia deverá ocorrer nas duas primeiras semanas de fevereiro, com mais de 130 mil infeções diárias

Entre 350 mil a 400 mil eleitores que querem ir votar vão estar isolados devido à covid-19 no domingo e o pico da atual vaga deverá acontecer nas primeiras duas semanas de fevereiro, estimou esta segunda-feira o matemático Henrique Oliveira.

No dia das eleições antecipadas para a Assembleia da República, Portugal deve ter cerca de um milhão de pessoas em confinamento e, desse total, entre “350 mil a 400 mil devem querer ir votar”, adiantou à Lusa o professor do departamento de matemática do Instituto Superior Técnico.

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Esta estimativa é superior à anterior, que previa entre 180 a 250 mil eleitores isolados no dia das eleições, entre um universo total de cerca de 450 mil a 500 mil pessoas impedidas de sair de casa por estarem infetadas ou serem contactos de alto risco.

O Governo já recomendou aos eleitores que se encontram em confinamento obrigatório devido à covid-19 para votarem no domingo entre as 18:00 e as 19:00, aconselhando os restantes cidadãos a fazê-lo entre as 08:00 e as 18:00.

O Conselho de Ministros aprovou na última quarta-feira uma norma que contempla uma exceção para as pessoas em situação de confinamento obrigatório poderem sair de casa no dia das eleições para votarem.

A norma de exceção foi aprovada após o parecer do conselho consultivo da Procuradoria-Geral da República (PGR) que concluiu que os eleitores sujeitos a confinamento obrigatório devido à covid-19 podem votar presencialmente a 30 de janeiro para as eleições legislativas.

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Segundo o especialista em sistemas dinâmicos, esta alteração do cenário do número de pessoas em confinamento deve-se à norma que prevê que o aparecimento de um caso positivo não obriga ao isolamento de toda a turma de uma escola, mas também ao efeito da campanha eleitoral.

“É o efeito combinado das escolas e da campanha eleitoral. Mas a campanha eleitoral está a produzir uma subida muito surpreendente face aos modelos que nós tínhamos”, adiantou Henrique Oliveira, apontando a recente subida do índice de transmissibilidade (Rt) do coronavírus SARS-CoV-2.

De acordo com o matemático, o Rt - que estima o número de casos secundários de infeção resultantes de cada pessoa portadora do vírus – estava no domingo nos 1,16, mas era superior na região Centro (1,33) e no Norte (1,23).

Face a estas alterações, o pico da atual vaga da pandemia, que esteve previsto para ocorrer nos últimos dias, deverá agora acontecer entre o “início de fevereiro e até dia 12”, com o teto a atingir os 60 mil casos notificados em média a sete dias, mas com um máximo de infeções diárias de 130 mil.

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