Já há um milhão de infetados em Portugal desde a chegada da Ómicron. Até final de março serão 4,3 milhões     

23 jan 2022, 08:00

A nova variante está a espalhar-se a um ritmo alucinante. Matemático Carlos Antunes revela que em final de março os casos notificados, desde o início da pandemia, chegarão aos 5,5 milhões. E destes 4,3 milhões são causados pela Ómicron

Desde que a Ómicron chegou a Portugal, no final de novembro, já foram registados mais de um milhão de casos de covid-19. Segundo os dados da Direção-geral da Saúde (DGS), desde dia 3 de dezembro, data em que a nova variante já circulava no país, foram infetadas 1 018 904 pessoas.

A este ritmo, e segundo as minhas projeções, tendo em conta os modelos matemáticos, em final março haverá 5, 5 milhões de pessoas infetadas e notificadas desde o início da pandemia e destas 4,3 serão com a Ómicron”, explica Carlos Antunes matemático da Faculdade de Ciências da Universidade Nova, referindo que só os restantes 1,2 milhões dizem respeito às variantes anteriores.  

Ou seja, até final de março, nas contas do perito, mais de 3 milhões de portugueses vão receber o diagnóstico positivo para a nova variante do SarsCov2.

Valores que segundo Carlos Antunes serão, na realidade, ainda mais altos. “Estima-se que existam entre 1,5 a 1,8 vezes mais casos do que aqueles que são diagnosticados”. Por isso, em finais de março, poderão existir entre oito milhões a dez milhões de pessoas que já tiveram covid, desde o início da pandemia.

“Isto significa que nessa altura o vírus não terá muito por onde infetar, pois  poucas pessoas serão suscetíveis. E aí entra-se na fase endémica”, considera o matemático que desde o início tem estudado a evolução da pandemia no país.

Mais de 116 mil casos nos últimos dois dias

Mas até lá, o vírus estará em grande velocidade.  Os dados que constam no relatório regularmente divulgado pela DGS são reveladores do rtimo com que a Ómicron está a infetar e a espalhar-se no país. Neste momento, há mais de dois milhões de casos desde que começou a pandemia. Mas destes metade, ou seja, um milhão ocorreram em dezembro e em especial durante este mês de janeiro.

Só nos últimos seis dias, foram infetadas, quase 300 mil pessoas. Destas 116 mil só nos últimos dois dias. Estes dados são apenas referentes às pessoas que fizeram testes PCR ou antigénio, ou que conseguiram contactar as autoridades de saúde. Quem fez autoteste e não comunicou o resultado, não entra nestas estatísticas. De fora, ficam também todos os que são assintomáticos e não sabem que estão positivos.

As crianças dos 0 aos 11 anos são das faixas etárias que estão mais suscetíveis à Ómicron, até porque muitas não estão vacinadas, diz Carlos Antunes, notando que apenas 20% tiveram covid. “Há 800 mil crianças que nunca foram infetadas”, refere. Só nas últimas 24 horas, segundo o relatório da DGS, foram registados  10 mil positivos entre aquelas idades.

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