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Marcelo reafirma que 400 casos de abusos sexuais na Igreja "não parece particularmente elevado" mas dá nova justificação

Declarações iniciais do Presidente causaram muita polémica. Presidente tenta corrigir-se em comunicado - compare o que Marcelo diz agora com o que disse antes

A Presidência da República emitiu esta terça-feira, ao início da noite, um esclarecimento sobre as polémicas declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, reafirmando que o número de casos denunciados de abusos sexuais na Igreja Católica "não parece particularmente elevado". Mas desta vez o Presidente diz que não é elevado "face à provável triste realidade" - estas últimas palavras não foram ditas na declaração anterior do Presidente, que foi a seguinte:

“Não me surpreende. Está a ver, o problema é o seguinte: não há limite do tempo para estas queixas. Há queixas que vêm de pessoas de 90 anos, 80 anos, e que fazem denúncias relativamente ao que sofreram há 60 ou há 70 ou há 80 anos. Portanto, o que significa que estamos perante um universo de pessoas que se relacionou com a Igreja Católica de milhões. De jovens, muitas centenas de milhares de jovens, haver 400 casos não me parece que seja particularmente elevado, porque noutros países – e com horizontes mais pequenos – houve milhares de casos”. 

Agora, neste comunicado ao início da noite, Marcelo diz assim:

"O Presidente da República sublinha, mais uma vez, a importância dos trabalhos desta Comissão, muito embora lamente que não lhe tenham sido efetuados mais testemunhos, pois este número não parece particularmente elevado face à provável triste realidade, quer em Portugal, quer pelo Mundo", refere a nota da Presidência, referindo-se à Comissão Independente que investiga os casos de abusos sexuais contra as crianças na Igreja Católica Portuguesa

"Vários relatos falam em números muito superiores em vários países e infelizmente terá havido também números muito superiores em Portugal", refere ainda a nota.

Esta explicação pretende contrariar a interpretação generalizada que foi feita às declarações do Presidente durante a tarde, segundo as quais Marcelo estava mais preocupado em menorizar e relativizar a gravidade do comportamento de vários elementos da Igreja do que apresentar um pedido de desculpa às vítimas.

O Presidente da República espera que os casos possam ser rapidamente traduzidos em Justiça. "Tal como fez no início de setembro, transmitindo imediatamente à PGR a denúncia que recebeu, continuará a promover e apoiar todos os esforços para que os abusadores sejam responsabilizados e afastados de qualquer situação que possa permitir a reincidência nestes comportamentos, seja no seio da Igreja Católica ou em qualquer outra situação", diz o comunicado da Presidência.

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