"…Se conseguimos estar em silêncio com alguém durante uma hora e permanecermos inteiramente à vontade, tu e essa pessoa poderão ser amigos. Se não fores capaz, nunca serão amigos e é escusado perder tempo a tentar…". A afirmação é de L.M Montgomery.
Dá que pensar.
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Tenho para mim que o silêncio é difícil de ser exercitado, tanto a nível pessoal como profissional. No plano pessoal, imperam as nossas emoções localizadas no córtex central do nosso cérebro, estudadas de forma exímia pelo médico e investigador António Damásio. As emoções comandam os nossos comportamentos. Impuseram-se à racionalidade. Pensamos e expressámo-nos em função das nossas emoções. Perdemos o controlo sobre as nossas palavras. "As palavras estão gastas", escreveu Eugénio de Andrade, mas a propósito do amor.
No plano profissional, o silêncio é muito complexo. Normalmente é exercitado pela hipocrisia que se refugia no silêncio para não se comprometer ou para fugir às responsabilidades.
Eu sou uma mulher de palavras, ditas e escritas. É um caminho perigoso? Pode ser. Tenho dificuldade em lidar com o silêncio ou com os silêncios. Talvez seja um traço de personalidade. Nem sempre o silencio é de "ouro".
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