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Diplomacia, ou falta dela, na história das ex-colónias

Um dos assuntos que mais marca a atualidade é, sem dúvida, as recentes e muito badaladas declarações do Presidente da República. Com que então, deixem-me(nos) situar no tempo e espaço: por alma de quem é que vem agora à tona a história que dá conta – e que conta, da recuperação das ex-colónias. Sim, porque são poucas, tão-poucas. Ora vejamos as principais antigas colónias portuguesas: Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste (antigo Timor Português); Goa, Damão e Diu (na Índia), Macau (na China) e Índia Portuguesa (incluindo partes do que hoje é a Índia e Sri Lanka).

Assistimos na insistência de Marcelo Rebelo de Sousa no avanço do processo de recuperação às antigas colónias. Não chegou já tudo o que de nefasto a descolonização provocou e causou? Pois, parece que não…

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Insistência não será, certamente, sinónimo de diplomacia. E a imagem de Portugal por estes dias e em diante? Acordámos, salvo seja, agora para o período do colonialismo por capricho. Que esta peregrina ideia seja liderada e pilotada por quem se dela lembrou, já bem fora da validade. Que também quem a ressuscitou (des)oriente o processo ou programa de ações específicas. 

A capacidade do dito e tão aclamado e proclamado diálogo e entendimento com as ex-colónias só trará e garantirá mais comportamentos anti diplomáticos, anti cooperação e anti concessão, tanto bilaterais quanto multilaterais entre os ditos estados, como - aliás, já está a acontecer. E ainda a “procissão vai no adro”.

Pergunto: porquê só agora? Para ficar, diplomaticamente, bem no quadro das celebrações dos 50 anos de Liberdade, por ocasião do 25 de abril? Inventem-se novos presidentes da República ou um novo conceito de diplomacia colonial! 

Lamento, mas não é assim que o modus operandi da descolonização se processa. A colonização e a subsequente descolonização portuguesa foram um período da história de Portugal que já teve o seu tempo. Temos agora de olhar o futuro e potenciar a relação com os países que, em tempos, muito contribuíram para a riqueza de Portugal – há que trabalhar em conjunto e tornar esta relação “win-win”. A Diplomacia Económica pode ser essa ponte!

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