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A Mensagem para Ruben Amorim, a maior figura do título: "Os grandes treinadores também têm excessos e cometem erros. Mas não mudes, guarda o essencial, em nome do futebol português!"

São diversas as figuras do Sporting associadas ao título de campeão nacional mas é justo dizer que RUBEN AMORIM foi a maior de todas.

Pela responsabilidade de gerir um grupo de trabalho ao longo de toda a época e por extrair rendimento de um plantel que conheceu dois reforços de vulto, a dupla escandinava GYÖKERES E HJULMAND, fundamentais na conquista do título, principalmente o sueco, até ao momento com 27 golos marcados na Liga e 9 assistências.

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As equipas de futebol ou têm identidade ou não têm. Cabe aos treinadores dar-lhes essa identidade. 

A impressão digital de Amorim neste “Sporting campeão” é visível: o modelo de jogo, a forma como a equipa prepara o momento de construção, o modo como a equipa se reagrupa no momento defensivo, dinâmicas essas aperfeiçoadas esta época, com a exploração magistral do “efeito GYOKERES”.

Com AMORIM, o Sporting tinha a “ideia de jogo” desde que o treinador chegou a Alvalade, mas faltava-lhe 3 coisas:

PRIMEIRA - Um ponta-de-lança que fizesse a diferença. Conseguido com Gyokeres.

SEGUNDA - Um médio que agarrasse a equipa, como Palhinha e Ugarte tão bem o faziam. Conseguido com Hjulmand.

TERCEIRA - Jogadores que fizessem a equipa crescer de trás para a frente e esse foi um dos aspectos de valorização mais importante com DIOMANDE, ST. JUSTE, EDUARDO QUARESMA e até MATHEUS REIS, a darem maior conforto a COATES e GONÇALO INÁCIO.

Quer dizer: com reforços a valer (faltou FRESNEDA mas apareceu GENY CATAMO), com mais banco e com a generalidade dos jogadores a evidenciar maior rendimento (não esquecer DANIEL BRAGANÇA e PAULINHO), o Sporting marcou uma diferença clara para todos os adversários, beneficiando também dos apagões e das contradições do Benfica e do FC Porto.

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AMORIM impôs a sua marca com o apoio de FREDERICO VARANDAS e HUGO VIANA e essa base de estabilidade foi essencial para a conquista do título. 

A gestão dos silêncios entre os principais pilares da organização e deixar o essencial da comunicação para o treinador (com um final complicado por causa de uma inopinada e mal calculada deslocação de AMORIM a Londres, quase estragando a margem de confiança que havia construído com os adeptos) foram muito importantes para a concretização de uma excelente época, que ainda pode ter o acrescento da ‘dobradinha”, se conseguir estender esta dinâmica de vitória à conquista da Taça de Portugal, frente ao FC Porto.

Caro Ruben Amorim,

Não me parece que seja dramático, neste mundo do futebol, que os treinadores mesmo com contrato estejam sob avaliação no mercado e que possam ter momentos de hesitação sobre o que devem fazer, perante as solicitações que os empresários (sempre ávidos por transferências, por causa das supinas comissões) lhes fazem chegar.

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A questão não é essa. Os empresários também servem para as ações preliminares e não para desprotegerem quem representam.

O Ruben deataca-se em Portugal por ser diferente. Diz o que pensa e di-lo de uma certa forma. Explica-se e quebra as tradicionais formas de abordagem nas conferências de imprensa. Questionar agora essa abertura e esse traço de distinção não é o que deve estar em causa. A leveza, o humor e a simplicidade são características a preservar, humor que recuperou, e bem, nos festejos no Marquês. 

Amorim é Amorim também por causa disso e esse é um capital que soube adquirir por mérito próprio que não deve desprezar. Agora que diluiu os efeitos negativos da deslocação a Londres com a conquista do título, fez bem em lançar o tema do bicampeonato.

O que está a ganhar em Portugal, desportiva e financeiramente, é muito relevante para quem quer construir uma carreira sustentada.

39 anos, Ruben! Não há pressa, não haverá muitos clubes a proporcionar a estabilidade e a autonomia que o Sporting proporciona e quanto mais crescer em Alvalade mais rapidamente apagará a má imagem que criou (sem necessidade) em Inglaterra.

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Saber aprender com os erros também é um sinal de grandeza.

Sei que isso não será muito relevante nas expectativas de carreira, mas o futebol português e a Liga portuguesa, à margem do interesse específico do Sporting, precisam de treinadores positivos, que atraiam adeptos e que façam valer a pena as deslocações aos estádios.

Estamos num momento de mudança em Portugal e Ruben Amorim faz parte dessa mudança. É bom que faça parte. O futebol português precisa de se encontrar através de pessoas mágicas, diferentes, que cometam erros, mas que devolvam ao futebol a sua génese de espectáculo. Despido de ódios, de violência, de ameaças, de confrontos estéreis. Precisamos do futebol-diversão. Precisamos do sorriso do futebol. Precisamos do sorriso do Ruben. E das piadas. No momento certo ou depois. Quando for.

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