Um vídeo publicado nas redes sociais parece mostrar um grupo de alunas iranianas a desafiar um membro da temida força paramilitar Basij, que tinha sido convidado a falar na sua escola. As adolescentes agitam os seus lenços no ar e gritam: "Vai-te embora, Basiji" - protestando assim contra o facto de esta força ter ajudado as forças de segurança a reprimir os protestos provocados pela morte de Mahsa Amini, de 22 anos.
A girls' school invites a member of the paramilitary volunteer force Basij, part of Iran's Revolutionary Guard, to address students about #MahsaAmini protests. In response, schoolgirls remove their head coverings and chant "get lost, Basiji".#مهسا_امینیpic.twitter.com/rYCJRfrp6F
— Shayan Sardarizadeh (@Shayan86) October 5, 2022
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Este é apenas um dos muitos vídeos publicados nos últimos dias nas redes sociais e que mostram como, depois das ruas, os protestos contra o regime e contra as leis repressivas a que as mulheres estão sujeitas no Irão passaram para as universidades e as escolas e estão a ser protagonizados por raparigas jovens que, na maioria das, vezes insurgem-se tirando o véu.
O ministro da Educação do Irão, Yousef Nouri, acusou na quarta-feira o "inimigo" de atacar as escolas e as universidades. Também o procurador-geral Mohammad Jafar Montazeri afirmou que as autoridades devem estar preparadas para combater os protestos de jovens iranianos, que ele alegou terem sido "enganados" pela informações partilhadas na internet.
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Students at the University of Shiraz chant "no to headscarf and subjugation, yes to freedom and equality" as female students wave headscarves in the air on day 16 of protests in Iran over the death of #MahsaAmini in morality police custody.#مهسا_امینیpic.twitter.com/n8eVD0J9in
— Shayan Sardarizadeh (@Shayan86) October 1, 2022
Veja-se, aqui, um grupos de raparigas, sem véu, a gritarem "Mulheres, vida, liberdade" e a pedirem a "morte do ditador", ao mesmo tempo que destroem a imagem de Ruhollah Khomeini.
Iranian schoolgirls take off head coverings and tear pictures of Ruhollah Khomeini, founder of the Islamic Republic, to chants of "woman, life, freedom" and "death to the dictator" on day 19 of protests in Iran over the death of #MahsaAmini.#مهسا_امینیpic.twitter.com/36vaBoFq94
— Shayan Sardarizadeh (@Shayan86) October 4, 2022
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Outras imagens divulgadas nas redes sociais mostram um homem a gritar "morte ao ditador" enquanto outro grupo de raparigas anda pelo trânsito na cidade de Sanandaj, no noroeste do país, e uma mulher idosa aplaudindo enquanto alunas sem véu cantam "liberdade, liberdade, liberdade" em protesto, na rua.
Women and in recent days teenage girls have been at forefront of #IranProtests2022. In this video while schoolgirls are waving their hijabs in air chanting "freedom, freedom", an older woman -apparently one of their mothers- join in clapping. #مهسا_امینیpic.twitter.com/wxQQ2LtYWL
— Khosro Kalbasi Isfahani (@KhosroKalbasi) October 5, 2022
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Noutro vídeo, supostamente captado na cidade vizinha de Karaj, as estudantes estão a gritar e a fugir de um homem, que se acredita ser um membro das forças de segurança à paisana, que conduz uma moto no passeio.
Video shows schoolgirls running away in a panic while in the background motorbike engines roar with a man shouting “get lost”. Security forces use bikes to chase, beat protesters. Young schoolgirls been protesting across Iran. #مهسا_امینیpic.twitter.com/7VBA9HmMNr
— Khosro Kalbasi Isfahani (@KhosroKalbasi) October 4, 2022
Um outro vídeo partilhado mostra alunas de uma escola a pisarem a fotografia do Líder Supremo ao mesmo tempo que gritam: "Não deixem o medo entrar, permanecemos juntas. Mulheres, vida, liberdade".
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Young schoolgirls smash a phot of Supreme Leader and tear it into pieces. At the end joining their hands they chant: “Don’t let fear in, we stand united. Women, life, liberty.” Tehran-Oct4 #مهسا_امینیpic.twitter.com/CucEj5mzta
— Khosro Kalbasi Isfahani (@KhosroKalbasi) October 5, 2022
Os tumultos eclodiram a 16 de setembro, após a morte de Mahsa Amini, 22 anos, que se encontrava sob custódia da polícia em Teerão desde 13 do mesmo mês, por uso indevido do véu islâmico, prisão efetuada pela Polícia da Moralidade.
Os últimos dados sobre vítimas dos protestos no Irão davam conta, há uma semana, de 41 mortes, segundo a televisão estatal, número que a ONG norueguesa Human Rights Iran rejeitou mais recentemente, estimando-as em 92.
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