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Ataque informático? “Só sabemos que o site esteve em baixo”, diz o PCP

Partido garante não ter recebido qualquer comunicação por parte de hackers a reivindicar ataque

O Partido Comunista Português diz ainda não ter qualquer conhecimento de ter sido alvo de um ataque informático por parte de hackers pró-Ucrânia, na sexta-feira, que deixou alguns sites ligados ao partido inoperacionais durante várias horas.

“Só sabemos que o site esteve em baixo durante várias horas na tarde de sexta-feira”, diz à CNN Portugal uma fonte do partido, que garante não ter recebido qualquer comunicação por parte do grupo de “hacktivistas” que se diz motivado para atacar o PCP devido à posição que este tem em relação à guerra na Ucrânia.

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Além do site do PCP, também o site da Juventude Comunista e de algumas organizações regionais do partido deixaram de funcionar corretamente. Algumas horas após o ataque inicial, por volta das 18:20, o grupo terá estendido o ataque ao site do jornal Avante, que também esteve em baixo. 

“Apoiar criminosos não é política. Apoiar a matança de inocentes é intolerável. A Ucrânia está a sofrer. O povo ucraniano está a morrer. Na Ucrânia estão a ser praticados crimes de guerra. Um Estado de Direito não tolera o crime e a morte de pessoas inocentes. (...) Que o desespero de uma nação massacrada vos pese na consciência", escreveu em comunicado o grupo de piratas informáticos que reivindicou o ataque.

No comunicado enviado à CNN Portugal, o coletivo de hackers diz que “numa operação pontual e cirúrgica” neutralizou os sites do PCP, silenciando “por minutos aqueles que querem silenciar os nossos”. O grupo deixou ainda um aviso aos comunistas, ameaçando divulgar segredos do partido. “Reflitam, foi apenas um aviso. Não causamos danos. Da próxima vez iremos divulgar alguns dos vossos segredos”, pode ler-se no documento.

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Recorde-se que em entrevista exclusiva à CNN Portugal, a embaixadora da Ucrânia afirmou que tem feito uma investigação desde 2016 a organizações, que descreve como pró-russas, que têm representado a Ucrânia no Alto Comissariado para as Migrações e sublinha que a Embaixada russa tem tido um papel ativo de desinformação sobre o conflito.

Inna Ohnivets salientou à CNN Portugal que a posição do Partido Comunista Português “sempre foi de apoio à posição russa durante os últimos oito anos de conflito internacional entre a Ucrânia e a Rússia”. Para a embaixadora, o partido liderado por Jerónimo de Sousa “participou na campanha de desinformação”.

O PCP opôs-se na semana passada ao convite feito a Zelensky para discursar no Parlamento - um discurso que deve acontecer ainda este mês. Segundo Paula Santos, líder parlamentar do PCP, a proposta de ouvir o presidente ucraniano “não vai ao encontro do objetivo de defender a paz”, acrescentando que a posição do próprio presidente ucraniano surge “numa lógica de confrontação".

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