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Opositores internos fizeram-lhe “a vida negra”, mas Rio quer engatar a quinta rumo à vitória

Falta uma semana para a campanha terminar, mas a confiança e tranquilidade de Rui Rio é notória. A mobilização é grande e o presidente do PSD não quer velórios nas ruas, quer festa e berraria. Este sábado deu uma entrevista exclusiva à CNN Portugal

Está quase a terminar a primeira semana de campanha e o balanço para o PSD tem sido positivo. A mobilização é grande, os antigos opositores estão a remar para o mesmo lado e as sondagens já colocam Rui Rio no topo.

Numa entrevista exclusiva à CNN Portugal, admitiu que os opositores internos lhe fizeram “a vida negra” e que esta união e coesão do partido “é muito relevante”, principalmente numas legislativas que podem representar um ponto de viragem no país. Há até quem fale em última oportunidade. Por isso, Rui Rio vê a presença de antigos opositores, Luís Montenegro, Paulo Rangel, entre outros, como um sinal de confiança.

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"Eu acho que é muito relevante esta unidade que o partido tem (…) isto mostra um partido unido que é importante, mas que no PSD ainda é mais importante, porque normalmente não está unido, é o contrário. Normalmente, fazem a vida negra ao líder, como me fizeram a mim".

Disse que não sai de casa com um papel na mão com a lista das mensagens que quer transmitir, mas acredita que tem passado “aquilo que é fundamental”: votos no PSD. No entanto, não pode fugir dos temas que o adversário António Costa tem trazido para o meio da corrida eleitoral e, desabafou, não têm sido poucos.

“É ir, de certa forma, monitorizando, aquilo que o meu adversário vai dizendo e, de facto, ele tem dado pano para mangas com aquilo que tem dito, porque, na prática, em vez de propor as coisas dele, tem vindo a falar das nossas propostas, mas de forma deturpada. Por isso, obriga-me a repor a verdade”.

“Festa tem de haver, se não parece um velório”

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Já disse mais do que uma vez que não gosta de berraria nos discursos políticos, mas que os gritos de vitória, a música e os tambores têm de marcar o ritmo nas arruadas, caso contrário “parece um velório”.

“Quando eu digo que não gosto de berraria é nos discursos políticos. Outra coisa é quando há este ambiente de festa que tem de haver, se não aquilo parecia um velório ali pelas ruas abaixo”, explicou.

Questionado sobre se mudou a predisposição depois da disputa interna e do bom resultado nas autárquicas, Rio respondeu: “Nós recuperámos metade do atraso que tínhamos para o PS. Nós tínhamos sessenta e tal [câmaras] de atraso (…) Esse excelente resultado eleitoral e depois eu ter ganho as internas é que deu esse élan positivo”.

O presidente do PSD tem agora “a exata noção” que estão reunidas as condições para ganhar no dia 30 e acha “um bocado surrealista” quando os partidos pequenos dizem que estão a concorrer para ganhar. “Se for a ver o PCP e o Bloco de Esquerda não dizem isso, são mais realistas. Dizem eleger mais deputados”. Rui Rio admitiu que não se lembra dos debates que teve com o CDS, o Livre e o PCP, mas reconhece que os mais importantes foram com André Ventura e António Costa.

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Apesar da corrida até ao dia 30 ser cada vez mais curta e, com apenas mais uma semana de campanha na rua, Rio está embalado e já só quer gerir a velocidade até à vitória. “Eu estava em quarta, agora tenho de meter a quinta que é uma velocidade que aproveita a tração do carro, quando se carrega no acelerador já não dá mais e, portanto, é consolidar aquilo que foi feito ao longo deste tempo, desde que a Assembleia [da República] foi dissolvida”.

"Eu estava em quarta, agora tenho de meter a quinta que é uma velocidade que aproveita a tração do carro, quando se carrega no acelerador já não dá mais e, portanto, é consolidar

Sempre foi, e continua a ser, discreto e reservado sobre a vida privada. Questionado sobre se a família está preparada para o ver como primeiro-ministro, disse: “Tiveram tempo para se mentalizar para isso (…) Penso que se há de encontrar aqui o equilíbrio certo para esse choque”.

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