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Lista de barragens, universidades, estradas e museus. Ventura sugere que Portugal também receba reparações das ex-colónias (e tem uma ideia)

Líder do Chega defende que as palavras de Marcelo Rebelo de Sousa fazem dele o "pior presidente" da história do país

O presidente do Chega, André Ventura, acusou Marcelo Rebelo de Sousa de “abrir uma caixa de Pandora” com o tema das reparações e sugeriu fazer uma lista de “barragens, universidades, estradas e dos museus” construídos nas antigas colónias portuguesas para “eles nos devolverem” o dinheiro gasto nesses países.

“Nunca esperei que Marcelo Rebelo de Sousa dissesse isto. Temo que se abra uma caixa de Pandora que não vai acabar sobre os portugueses. É preciso ter noção que Portugal esteve nos quatro cantos do mundo.  (…) Não sei porque é que não fazemos uma lista de barragens, universidades das estradas e dos museus que fizemos nesses países para eles nos devolverem”, afirmou Ventura, em entrevista à CNN Portugal.

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O líder do Chega adiantou ainda que o partido não tomou uma decisão acerca da possibilidade de avançar com uma inédita ação criminal contra o Presidente da República por “traição à pátria”, tendo como base o artigo 130.º da Constituição da República. No entanto, o grupo parlamentar do partido vai reunir-se com especialistas e tomar uma decisão ainda nesta terça-feira.

“Politicamente é uma traição à pátria. Juridicamente vamos ver. Nós decidimos, com a direção da bancada parlamentar, promover uma reunião alargada com todos, ouvir especialistas e amanhã será tomada uma decisão. Se acharmos que estamos do lado certo, avançaremos”, revelou.

André Ventura defendeu ainda que não se trata de um ataque a Marcelo Rebelo de Sousa “enquanto homem” e que faria o mesmo “se fosse Luís Montenegro ou Pedro Passos Coelho”. Ainda assim, acredita que as palavras do Presidente colocam-no no primeiro lugar do pódio do “pior presidente” da história do país.

O deputado revelou ainda ter recebido “dezenas de cartas e mensagens” de antigos combatentes e retornados que “não receberam um cêntimo e perderam tudo” e que perguntaram como é que “podemos deixar passar em branco” as palavras do Presidente da República.

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Questionado sobre se a posição tomada em torno da questão das reparações se já é a pensar nas eleições europeias, Ventura descartou e diz não tomar decisões “com base em rankings de popularidade”. “Estou a pensar no futuro”, insiste.

Mas nem por isso Ventura se mostra menos ambicioso para as eleições europeias. André Ventura coloca a fasquia alta para as eleições que terão lugar entre 6 a 9 de junho e diz que o objetivo do partido é ganhar. “Nós desde que terminamos as últimas eleições legislativas e acabámos com o bipartidarismo, a fasquia agora é vencer. Vamos lutar para isso. Agora é realista. Passámos de 7% para 18%. O Chega tem obrigação de mostrar ao país que tem condições para vencer eleições”, afirmou.

André Ventura teceu ainda duras críticas ao Governo e à AD, considerando que “em poucos dias” os portugueses perceberam que este executivo é responsável por “vários flops”, da redução dos impostos às portagens. “Trapalhadas atrás de trapalhadas”, atira.

Sobre as vezes em que o Chega tem votado em conjunto com o PS, o líder do Chega não se mostrou preocupado e volta a insistir que o mais importante é que “os portugueses paguem menos”, sublinhando que até já votou “aumentos de salários do Bloco de Esquerda”.

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“Quero que o PSD perceba, o Chega nunca vai ser muleta de nenhum governo. Se o PSD aprovar propostas que sejam uteis à vida das pessoas, nem precisam de me ligar”, refere. “O governo é que não quer acordo. Luís Montenegro tem o meu número de telefone, se quiser pode ligar”.

O ataque contra imigrantes, no Porto, na madrugada de sexta-feira ainda dá que falar. O partido de Ventura teceu duras críticas à política migratória portuguesa, que diz estar fora de controlo. Questionado sobre se acha que este tipo de discurso pode motivar este tipo de ataques, Ventura compara a influência do seu discurso com os partidos de esquerda.

“Era o mesmo que dizer que o discurso da esquerda antiempresas provoca assaltos nas lojas. É só para me atacar sem fundamento nenhum. Era o que faltava um líder político não poder dizer que a imigração está descontrolada. Isto não é a Venezuela ou Cuba. Nós temos direito à nossa opinião. A minha é esta, a imigração está descontrolada”, defendeu.

Ventura defende que “toda a violência deve ser punida e investigada” e é “sempre injustificável”, mas chamou atenção aos relatos dos vizinhos, que descrevem “um cenário de ameaças e violência”. “Há contextos de imigração que estão a gerar intranquilidade nas pessoas. Faz sentido termos 20 pessoas na mesma casa? Temos de controlar a imigração. Tem de haver controlo”, defendeu

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