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"A Polícia Judiciária tem crença, paciência e tempo" para localizar João Rendeiro

Diretor nacional da Polícia Judiciária acredita que, mesmo que tivessem sido aplicadas medidas de coação, o antigo banqueiro podia ter fugido

A Polícia Judiciária (PJ) está a "trabalhar afincadamente" e com "parceiros internacionais" para localizar o antigo banqueiro, João Rendeiro.

“A Polícia Judiciária tem uma grande crença – e sobretudo paciência e tempo – para podermos tratar desta situação e estamos a fazê-lo com todo o afinco para poder dar a resposta que é a que o tribunal nos solicitou”, começou por dizer Luís Neves, diretor nacional da Polícia Judiciária, em entrevista à CNN Portugal.

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Luís Neves explicou que está a ser feito um trabalho minucioso, envolvendo várias equipas com um objetivo final. "Temos uma equipa que trata e troca informação e estamos a trabalhar com parceiros internacionais na deteção do paradeiro de João Rendeiro”, diz Luís Neves, quando questionado sobre a hipótese do antigo banqueiro se encontrar na África do Sul.

Relativamente ao facto das investigações mais mediáticas serem muitas vezes apelidadas como "lentas", Luís Neves explica que isso se justifica porque “há necessidade de muita informação que tem de ser apreendida e analisada". "Há, de facto, grandes dificuldades em entrar nesse meio, porque temos pequenos atos de corrupção e depois temos estes casos”, continuou, lembrando a complexidade do mesmo.

“Até chegarmos a uma decisão final, foram três processos de que João Rendeiro foi julgado e condenado, com toda a esfera de recursos que acabou por levar mais de dez anos até chegarmos à decisões finais”, explica.

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"De alguma forma podia ter tentado fugir, como fugiu"

O diretor nacional da PJ acredita mesmo que podiam ter sido aplicadas medidas de coação, mas está convencido que "de alguma forma, João Rendeiro podia ter tentado fugir, como fugiu", adianta, dizendo que as únicas duas medidas de coação que poderiam impedir uma fuga seria a detenção ou a obrigação de permanência na habitação. Mesmo que o passaporte fosse retido, "nada o impediria de fugir através de outros meios”, lembra.

“Tenho confiança no trabalho que fazemos”, rematou Luís Neves, numa entrevista em que foi ainda abordada a importância do reforço da nova estratégia Nacional anticorrupção, cujo dia internacional se celebrou esta quinta-feira.

Fora de Portugal desde o final de setembro, João Rendeiro deu uma entrevista em exclusivo à CNN Portugal, em que avançou não estar arrependido da decisão que tomou, admitindo saudades dos "pequenos elementos que fazem a nossa vida, os objetos, os sabores, os adores, as cadelinhas", ainda que, "acima de tudo", tenha saudades da mulher: "Custa-me estar longe de Portugal, dos meus amigos e de tudo o que amo na vida".

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