Desde dezembro de 2007 que as famílias portuguesas não pediam aos bancos tanto dinheiro para o crédito à habitação, com o novo recorde a registar-se em março, o mês anterior à entrada em vigor de novas restrições.
Em março, os bancos concederam 1691 milhões de euros para a compra de casa. O valor representa um aumento de 33% face a fevereiro, segundo os dados divulgados pelo Banco de Portugal.
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Mas, para aceder a estes créditos, as famílias estão também a pagar taxas de juro maiores. Em março, a taxa média dos novos empréstimos situou-se nos 1,03%, ultrapassando pela primeira vez em 20 meses a fasquia de 1%.
Este cenário em março poderá ser justificado pelo facto de ser o último mês antes de entrarem em vigor restrições na maturidade do crédito. Desde abril que, acima dos 30 anos de idade, os clientes têm novos prazos para os empréstimos.
O limite passa para 37 anos de empréstimo para quem tem 30 a 35 anos; e para os 35 anos de empréstimo máximo para todos os que têm mais de 35 anos de idade.
Depois de estabilizar no período da pandemia, a procura por crédito à habitação acelerou em 2021. Os receios quanto à subida da inflação e o seu impacto nas taxas de juro, que ganharam recentemente escala com a guerra na Ucrânia, têm ajudado a alimentar este cenário.
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