Rita Matias e Fabian Figueiredo zangam-se num bar: "máfia", "ameaças a mulheres" e "porcarias de 300 páginas"
Chega x BE

Rita Matias e Fabian Figueiredo zangam-se num bar: "máfia", "ameaças a mulheres" e "porcarias de 300 páginas"

DOIS JOTAS ENTRAM NUM BAR

DOIS JOTAS ENTRAM NUM BAR || Esta imagem é uma montagem: Fabian Figueiredo recusou ser fotografado ao lado de Rita Matias. E esta montagem é uma imagem: da tensão e acrimónia entre Chega e BE. Foi uma hora de discordância política frontal. No fim, nem se despediram.

REPORTAGEM 
JOANA MOSER SOFIA MARVÃO 

VÍDEO 
SOFIA MARVÃO 

FOTOGRAFIA 
JOANA MOSER

Foi o mais difícil de preparar (por causa dele), o mais atrasado a começar (por causa dela), o mais tenso no decorrer (por causa de ambos) e o mais estragado no ambiente final (até connosco). O último confronto da rubrica “Dois jotas entram num bar” (pode ver os anteriores aqui, aqui e aqui) opôs duas pessoas de convicções tão fortes e tão antagónicas que Rita Matias e Fabian Figueiredo no início mal olhavam um para outro, a meio reviravam os olhos e no final fixavam o olhar um no outro.  

Uma amostra, já a meio:

Interrupções permanentes. “Nomeia uma”. “Isso já foi desmentido. É desmedido o que está a dizer”. “Não é desmentido. Não vou citar”. “Dê-me um exemplo”. “Não vou citar”. “Diga-me um, Rita!”. “Esse trocadilho do futebol…”. “Rita!”. “Eu não vou citar quando sabe perfeitamente...”. “Pode dizer dois, então”. “Sabe perfeitamente que o que está a dizer é injusto”. “O seu chefe também não conseguiu dizer”. “É injusto”. “Já foi desmentido”. “Dê um exemplo de uma associação que defenda vítimas de violência doméstica que não apresenta contas. Ou de uma associação LGBT”. “E que contas transparentes?!”

A luta, na verdade, tinha começado muito antes: o Chega topou logo o debate, mas os bloquistas só depois de 10 dias de mensagens, um email formal e quatro telefonemas deram luz verde. O convite foi direcionado a um jovem selecionado pelo próprio partido, já que o BE não tem juventude partidária, mas só uma hora antes do encontro soubemos o nome escolhido: Fabian Figueiredo, 35 anos, iria enfrentar Rita Matias, 25 anos, líder da Juventude Chega. “Foi-me pedido para ser porta-voz do programa relacionado com os jovens”, justificou ele.

Teve muito tempo para justificar, aliás: Rita começou por nos dar o que pode bem chamar-se uma valente seca. “Acabo sempre à espera da Rita Matias. Daqui a nada as obras acabam, já está tudo remodelado e ela ainda não chegou”, murmura sarcasticamente Fabian Figueiredo, sentado no bar de um restaurante italiano em Lisboa, ao lado de um ruidoso estaleiro de obras. “Não é a primeira vez que espero por ela”. A t-shirt e o blazer pretos ajudam a contrastar o crachá com a imagem de uma melancia, símbolo de ativistas contra a guerra entre Israel e o Hamas: são as cores da bandeira da Palestina - casca verde e branca, polpa vermelha, sementes pretas. A melancia há de vir adiante à conversa.

Uma hora depois do combinado, a deputada do Chega entra de rompante. “Apanhei trânsito a vir da Margem Sul”, diz apressada e sorridente. “É sempre essa a desculpa”, sussurra o opositor. Ainda ofegante, Rita troca o sobretudo bege por um blazer preto, tira uma caneta, prepara o bloco de notas e senta-se no lado direito da mesa. A seu lado está Manuel, 15 anos, ele tem vindo a acompanhá-la em ações de campanha. “Parece meu segurança”, graceja a deputada. Dirige o olhar para Fabian, que a ignora deliberadamente: “Entre as dinâmicas do partido pensaram que eu teria mais paciência para debater com ele”. Fabian não reage, Rita ri-se: “Estou a brincar”.

Está tudo pronto, será quase uma hora de conversa-confronto de conteúdo político. E, afinal, é isso que interessa – uma transmissão direta de política para os jovens feita por jovens da política. “Que horas são?”, questiona Rita Matias, são quase 11:30, saem dois cafés e o debate começa.

"A maior traição à mulher" do BE e as "receitas da salada russa" do Chega: dois jotas entram (e zangam-se) num bar

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A corda parte aos 40 minutos 

Rita critica, indignada: “É nisto que estamos concentrados? Quer dizer, não há acesso a creches, não há professores e estamos preocupados com as casas de banho mistas nas escolas? O guião que promoveu a implementação das casas de banho mistas nas escolas foi fruto de um financiamento europeu e estatal, para que alguns investigadores recebessem salários e conseguissem explicar como é que a mistura de homens e mulheres, ou pessoas que não se identificam nem com homens e mulheres, nas casas de banho, se traduz num avanço civilizacional. E ganharam milhões de euros para escrever um blocozinho da treta, desculpem dizer assim”. 

Fabian aponta o dedo: “Desafio-a a demonstrar isso, Rita Matias. Mostre esse relatório e mostre esses milhões”. “Olhe, digo-lhe mais…”, interrompe Rita. Fabian continua: “Estou cá e dar-lhe-ei razão quando mostrar que se recebeu milhões de euros para estudar e apresentar um ‘papelinho’, como lhe chamou”. “É um caderninho”, interrompe novamente a deputada. Fabian: “O Chega desafia as receitas da salada russa do ponto de vista retórico, mistura tudo para esconder o seu programa. Esses 400 milhões que o Chega pretende cortar servem para apoiar as vítimas de violência de género. Agradeço a Rita Matias toda a transparência. Todo o chorrilho que disse aqui deixou evidente qual é o programa do Chega”. 

“Vem tudo com dinheiro da União Europeia, são os contribuintes portugueses que pagam. E são membros ativistas de coletivos e do Bloco de Esquerda que escrevem estas porcarias de 300 páginas que não têm qualquer tipo de adição”, acusa Rita. Fabian: “Então não era um caderninho? São 300 páginas”. A deputada interrompe: “300 páginas de lixo”. 

A ideologia de género é um tema que separa dois partidos impossíveis de unir. Durante toda a conversa-confronto os debatentes mal trocaram olhares. Mas aos 40 minutos a tensão tomou conta do debate. Foram abordados vários temas, mas foi neste que a corda rebentou. Mas vamos voltar ao início da conversa.

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“O programa do Chega é uma tempestade, um jackpot para milionários”

Fabian é o primeiro a intervir: a crise da habitação. “Portugal é um dos países da Europa onde é mais difícil sair de casa dos pais”. Porquê? “As rendas são altas e os salários são baixos”. Também são preocupações do Chega, garante Rita: “Tivemos a oportunidade de trazer muitas das preocupações de um diagnóstico, que é algo partilhado também com o BE, para cima da mesa da Assembleia da República”.

No cerne do problema está a “especulação imobiliária, os benefícios fiscais concedidos aos residentes não habituais e a disparidade dos salários”, defende o bloquista. Foi por isso que as rendas “atingiram um valor histórico incomportável para a maior parte das pessoas”, diz. Pior, “o aumento das taxas de juro, que tornouo o crédito à habitação quase impossível para o cidadão médio, agravou a situação”.

Rita: “É preciso reconhecer que, em relação à habitação, faltava uma opção política”. O Chega, diz, é essa opção. E enumera soluções propostas pelo partido, sendo a principal a de que “o Estado compartilhe o valor da entrada da primeira habitação dos jovens, como é no Reino Unido ou na Hungria”. Aliás, “outros partidos vieram a reboque, quando meses atrás nem apoiavam a medida”. Destaca também a “política de fixação de jovens”, que se traduz em “combater os contratos temporários”, que identifica como um dos “fatores de discriminação no acesso à habitação”.

Até aqui, os dois ainda não cruzaram o olhar – e o aparente chão comum está prestes a desaparecer. Fabian passa à acusação: “O programa do Chega é uma tempestade, quer reintroduzir os vistos gold, que são vistos à corrupção; não quer nenhum teto ao alojamento local, que tira casas do mercado habitacional e promove a subida de preços; não quer reduzir benefícios fiscais, muito pelo contrário, quer aumentar os benefícios fiscais à especulação imobiliária”. E não fica por aí: “Não é por acaso que os interesses imobiliários financiam o Chega”.

Rita reage: “Qualquer pessoa pode ver as listas de financiadores. Que eu saiba, o Tribunal de Contas não notificou o Chega por qualquer tipo de irregularidade”. E muda o tom: “O BE, nestas eleições, elegeu o combate ao Chega como prioridade, não percebendo uma coisa óbvia: não disputamos o mesmo eleitorado”. E atira: “Concentre-se à esquerda e foque-se em mostrar que poderiam ser uma alternativa". Enfim, desabafa, “não me cabe vir dar conselhos de política ao Bloco, não lhes desejo qualquer sucesso político”.

Para o Bloco, é preciso uma política que controle o preço da habitação. “Precisamos que o dinheiro seja imparável”, defende Fabian, aludindo a 13 países da União Europeia que põem tetos às rendas. Rita contrapõe: “O Fabian disse, e bem, são 13 países em 27 da UE. Se calhar metade dos países da união reconhece que não é um bem controlar rendas”.

O pingue-pongue prossegue no alojamento local (AL). “Nenhuma freguesia deste país deve poder ter mais do que 5% de AL”, diz Fabian “Também não é o AL o grande fator de aumento de rendas nas cidades”, contrapõe Rita, defendendo que foi “fundamental para dinamizar algumas zonas de cidades”.

E, finalmente, os vistos gold - autorização de residência concedida a investidores não integrados na UE -, são “um péssimo negócio para Portugal”, porque “são vistos à corrupção, que promovem a alta de preços”, atira Fabian Figueiredo. Rita Matias, claro, discorda. “os vistos gold não representam nem 3% do total no mercado imobiliário”, diz, acusando o BE de se “fixar-se sempre em pequenas parangonas”. E quanto a corrupção – essa palavra tão cara ao Chega - “se aplicarmos medidas de combate à corrupção, de maior fiscalização, de aumento de penas, se calhar poderemos manter este regime [de vistos gold] que dinamiza zonas urbanas, traz emprego para Portugal e atrai capital”.

O grande cerne da crise da habitação, para a representante do Chega, é que “é muito difícil de construir”, pelo que “podemos desburocratizar”. Fabian discorda. “Não tem faltado nova construção em Portugal”. O representante do Bloco considera que, ao deixar integrar a política de habitação aos “grandes empreiteiros”, haverá mais habitação de luxo e resorts, “que é o que tem acontecido nos últimos anos”.

“O Chega tem uma política que é um jackpot para milionários”, proclama Fabian, enquanto “o Bloco quer justiça fiscal”. E isso passa por haver um aumento dos salários e uma intervenção no mercado habitacional, como através da limitação do valor das rendas, explica.

"A lógica derrotista do Bloco”

“Em Portugal trabalha-se muito e por pouco dinheiro, a larga maioria dos jovens ganha menos do que os outros”, diz Fabian. Por isso, o Bloco propõe que, em ambos os setores, se trabalhe “no máximo 35 horas”. Mais, “a lei do trabalho devia ser alterada de modo a promover salários”. É aqui que passa, novamente, para a acusação, defendendo que a adversária tem medidas liberais. E como exemplo, alega que “com as alterações do IRS que o Chega propõe, David Pedrosa, que recebia 440 mil euros da TAP, receberia uma borla fiscal de 60 mil euros”. “Todos os anos é o mesmo, querem manter a borla aos ricos, a promoção da especulação imobiliária e a degradação das condições de vida das pessoas comuns”.

“Isso é a lógica derrotista do Bloco”, atira Rita, explicando que, em matéria de IRS, o Chega propõe que um jovem fique isento de pagar o imposto até aos primeiros 100 mil euros. Além disso, propõe uma taxa fixa de 15%. “Estas medidas traduzem-se em maior liquidez e rendimento para os jovens. São medidas que os fixarão em Portugal”.

“É muito bonito, falarmos de uma teoria marxista e de teorizar”, dispara Rita, referindo-se ao crachá do bloquista: “O Fabian até vem com um pin de uma bolinha de melancia, verde por fora, vermelho por dentro”. “É da Palestina Rita Matias, onde está a haver um genocídio”, suspira Fabian. “Estamos de acordo nesse ponto”, reage Rita, continuando o debate sobre impostos. “Então não percebo o problema com a melancia”, atira o bloquista.

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“As palas do Bloco na especulação imobiliária” e “a política do Chega é o melhor aliado da máfia”

“O Bloco parece que tem palas nos olhos e só vê por um lado”, afirma Rita Matias, trazendo o tema da promoção de especulação imobiliária para a discussão. A deputada acusa o BE de, ao mesmo tempo em que aborda a questão, hesitar em reconhecer que haver 20 pessoas a viver num T1 no Martim Moniz, a pagar 1200 euros de renda, contribui para a especulação imobiliária. “Talvez seja difícil admitir que famílias como a minha ou a sua não consigam suportar o custo daquela casa”, atira. 

E continua: “O Fabián consegue acompanhar e dizer que a política de portas abertas, que promove 20 pessoas a viver num T1, num T2, aumenta a especulação imobiliária, aumenta a pressão imobiliária sobre os grandes centros urbanos?”, questiona. “É que, se disser isto, é coerente e quer combater a especulação. Se não, é só uma discriminação e aquele marxismo, aquele ódio e inveja por quem tem mais, quem empreendeu, quem conseguiu construir, e aquela solidariedade com os pobrezinhos, é uma solidariedade hipócrita, porque permite que vivam sem qualquer tipo de dignidade ou condições”. 

Num tom calmo, Fabian afirma que quer responder à “insinuação racista e xenófoba que Rita Matias e André Ventura andam a fazer”. Destaca que o problema do mercado habitacional não reside nos imigrantes que vêm para Portugal trabalhar. “O programa do Chega é o caos na agricultura, nos cuidados, nas pescas, na construção e na segurança social”. 

Fabian enfatiza que os imigrantes que vieram para Portugal “contribuíram com 1.800 milhões de euros para a segurança social no último ano, ajudando a financiar as pensões dos portugueses”. Na visão do bloquista, as propostas do Chega “promovem a imigração clandestina”. “As máfias esfregam as mãos em cima das propostas do Chega porque promove a sobreexploração, a entrada descontrolada e o negócio das máfias. A política do Chega é o melhor aliado da máfia”.

Rita Matias censura a descrição de Fabian do cenário atual. “O tráfico humano tem crescido porque não há qualquer tipo de controlo ou policiamento de fronteiras”, nota. Na sua ótica, há sobreexploração porque se permite “uma política de baixos salários, onde os imigrantes vêm fazer aquilo que os portugueses não querem fazer”. A deputada frisa que muitos portugueses emigram para outros países, como a Suíça, para fazer “trabalhos que os imigrantes fazem cá, a diferença é que pagam muito melhor”. Por isso, volta a criticar o Bloco: “Essas lentes marxistas do séc. XIX já não são adequadas à realidade”.

A representante do Chega apresenta como solução um sistema de quotas, como há no Canadá. “Porque é que um imigrante tem de vir necessariamente para ser TVDE?”. Através de quotas, um imigrante poderia trabalhar para aquilo que é capacitado e está habilitado, defende. “O acordo que temos com a CPLP é ridículo”.

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“A maior traição à mulher” e as “receitas da salada russa”

Na Convenção do Chega, André Ventura propôs um corte de 400 milhões de euros nas políticas de igualdade de género. “Sabe o que é que significa?”, questiona Fabian. É cortar apoios, abonos de família, casas de abrigo às vítimas de violência de género. E acusa: o Chega está a fazer uma campanha contra o tema da violência de género. "Portugal tem um problema de violência de género. A demagogia do Chega é uma ameaça às mulheres”. 

“Isto é uma falácia gigantesca!”, reage Rita Matias, defendendo, enquanto mulher, que a teoria de género foi a “maior traição à mulher”.

Para a deputada, o conceito de mulher foi desvalorizado. “Perguntem ao BE, ao Fabian, se sabem descrever uma mulher”, desafia: “Vai descrever-nos como pessoas com útero, pessoas que menstruam ou pessoas com capacidade gestacional. E uma mulher não é isso. Nós não podemos ser reduzidas à nossa condição biológica”.

Aquela teoria de que não se nasce mulher, torna-se uma, foi uma falácia, promoveu a insegurança”, diz Rita Matias. 

Confiante naquilo em que acredita, Rita traz para a mesa o tema das casas de banho mistas. “Hoje até nos espaços de intimidade, homens biológicos podem entrar e competir com mulheres, até em lugares de fala que as mulheres tiveram tantos anos a conquistar”. 

Neste sentido, apesar do Chega “rasgar com o conceito de género, não rasga com o compromisso que é feito com o combate à violência”. Para Rita, “pouco importa quem é violento, o que importa é que a violência tenha punição em Portugal”. No que toca às casas de abrigo, diz que o seu partido foi o que apresentou mais propostas. “Temos medidas como penas mais pesadas ou que a mulher tenha um advogado assim que faz uma queixa”.

A seu ver, “a mulher não é sempre vítima, também pode ser vencedora”. E, por isto, critica “um conceito que abarca tudo”, pois “tem tirado às mulheres direitos, liberdades e garantias”. E sentencia: "Os 400 milhões seriam melhor aplicados se tirássemos todo o conteúdo ideológico”. 

“O Chega desafia receitas da salada russa do ponto de vista retórico, mistura tudo para esconder o seu programa”, critica Fabian, dizendo que Rita Matias não consegue dizer que o Chega quer cortar 400 milhões de euros e admitir que quem perde são as vítimas de violência de género. Fabian explica que esse valor serve para apoiar vítimas de violência doméstica, abonos de família, casas de abrigo e creches públicas. 

A deputada diz que os ditos 400 milhões abarcam associações e organizações que deveriam estar sujeitas a um maior escrutínio. “De que forma promovem esta dita igualdade?”, questiona Rita, defendendo que não basta dizer que a defendemos e depois não apresentar contas.”Há muitas associações que não são transparentes”. 

O debate aquece. Passamos de não haver trocas de olhares para uma marcação cerrada. Nem um nem outro se contém. São interrupções umas atrás das outras. 

“É admirável a incoerência do Chega, se fosse registado pelo Guinness, daria a Portugal mais um prémio internacional”, diz Fabian. “Eu, sinceramente, não acho absolutamente nada admirável no Bloco de Esquerda, talvez mesmo só o fracasso político. Na última legislatura, a pessoa aqui ao meu lado perdeu o lugar que tinha na Assembleia”. “Eu nem era candidato, Rita”. 

 

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