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Autoridades russas anunciam testes de ADN para confirmar identidade das 10 vítimas que seguiam no avião que tinha Prigozhin na lista de passageiros

Caixa negra também foi recuperada

O Comité de Investigação da Rússia anunciou esta sexta-feira, através da sua conta do Instagram, que foram recuperadas as caixas negras e os corpos dos 10 ocupantes do avião que tinha o nome de Yevgeny Prigozhin na lista de passageiros.

“No decorrer do trabalho de investigação inicial, os corpos de 10 vítimas foram encontrados no local da queda do avião”, disse o Comité de Investigação da Rússia no Telegram.

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De acordo com informação avançada pela BBC, os investigadores anunciaram que vão ser realizados testes de ADN para confirmar a identidade dos corpos agora resgatados.

O Comité disse ainda que, no âmbito das investigações, lideradas pelo governador da região de Tver, Igor Rudenya, “também foram apreendidos objetos e documentação importantes para apurar todas as circunstâncias do acidente”, prometendo que serão realizados “os exames forenses necessários”.

O avião, um jato privado da Embraer ao serviço do grupo Wagner, despenhou-se quarta-feira a noroeste de Moscovo, quando viajava de Moscovo para São Petersburgo, e matou todos os que seguiam a bordo -  sete passageiros e três tripulantes. A lista de passageiros incluía o nome de Prigozhin, chefe do grupo de mercenários que ganhou proeminência pelos seus métodos brutais em todo o mundo e pelas suas vitórias em campo de batalha na guerra da Ucrânia.

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O acidente aconteceu precisamente dois meses depois de uma revolta falhada contra o Kremlin. A presença do nome de Prigozhin na lista de passageiros levantou de imediato questões sobre a causa exata do desastre.

Vladimir Putin, presidente russo, só quebrou o silêncio sobre a suposta morte de Prigozhin cerca de 24 horas depois do acidente. Esta quinta-feira, Putin destacou que o líder do grupo Wagner "era um homem de negócios talentoso" mas que "cometeu erros graves ao longo da vida". Em declarações citadas pela Agência Reuters, Putin sublinhou ainda que o “conhecia desde os anos 90”.

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“Eu conhecia Prigozhin há muito tempo. Desde o início dos anos 90. Ele era um homem com um destino difícil e cometeu erros graves ao longo da sua vida. Esforçou-se pelos resultados que obteve. (…) Era uma pessoa talentosa, um empresário talentoso, trabalhou não só no nosso país mas também no estrangeiro - em África em particular. Estava envolvido lá com petróleo, gás, metais preciosos e pedras. (…) Tanto quanto sei, regressou ontem de África”, acrescentou.

Vladimir Putin prometeu também uma investigação aturada à queda do avião que transportava vários dirigentes do grupo mercenário Wagner. 

Já esta sexta-feira, o Kremlin refutou as suspeitas de que a Rússia esteja envolvida na suposta morte de Prigozhin.

A morte de Prigozhin continua a ser presumida, uma vez que os testes de ADN para identificar os corpos das 10 pessoas que estavam a bordo ainda não foram concluídos.

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Os investigadores não se pronunciaram sobre as pistas que estavam a examinar, não mencionando nem a teoria de um acidente nem a de uma bomba, de um míssil terra-ar ou de um erro de pilotagem.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, em declarações aos jornalistas na quarta-feira, disse acreditar que Putin estava provavelmente por detrás do acidente.

“Não sei de facto o que aconteceu, mas não estou surpreendido. Não há muita coisa que aconteça na Rússia que não tenha a participação de Putin”, afirmou na altura.

Putin, que considerou Prigozhin um traidor após a rebelião armada de 23 e 24 de junho, prestou homenagem na quinta-feira à noite, após 24 horas de silêncio, à memória de “um homem talentoso que cometeu alguns erros graves”.

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