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Europeias: Candidato do Chega defende "uma espécie de cooperação reforçada" entre Ucrânia e Rússia "em que os russos se sintam confortáveis"

Candidato do Chega às Europeias admite a presença de tropas portuguesas em solo ucraniano e diz que não tem medo de uma retaliação russa. "Para retaliar contra Portugal tinha que retaliar contra todos”

António Tânger Corrêa, cabeça de lista do Chega para as Europeias, disse em entrevista à CNN Portugal que a “Ucrânia não deve ceder território”, mas que a Rússia “ também não precisa de perder de uma forma categórica”. O que isso significa? “Pode perder, ou não perder… um  acordo só é bom se for positivo para as duas partes - por exemplo entrar numa espécie de uma cooperação reforçada com a Rússia em que os russos se sentissem confortáveis”. 

É uma tese, diz Tânger Corrêa, “como as outras”, mas é a sua. Também no campo das hipóteses, o diplomata de carreira admite “de forma conceptual” a presença de tropas portuguesas no campo de batalha ucraniano. “O conceito é positivo em termos conceptuais, mas quem vamos mandar no estado em que deixámos as Forças Armadas ficar… portanto vamos ter de fazer um esforço nesse sentido”, constata, sublinhando que não teme represálias do Estado de Putin: “Para retaliar contra Portugal tinha que retaliar contra todos”.

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O diplomata começou a entrevista por garantir que não é putinista, como Rui Tavares o acusou de ser durante a campanha para as eleições de nove de junho. Apenas comentou “muito bom” a um texto que subscrevia a responsabilidade da invasão ucraniana a Kiev. “Estava bem escrito, como outros em sentido contrário”, disse, realçando que hoje não se arrepende de o ter feito. “Não defendi, citei - não estou arrependido, mas se fosse hoje não voltava a citá-lo”, aponta, esclarecendo que a sua “perceção não estava absolutamente consentanea com o que se estava a passar”. “Chamar-me Putinista é grave, é chato e não é verdade”.

Sobre Sebastião Bugalho e outros que o acusaram de ser antissemita ao ter sugerido que os judeus foram avisados sobre o 11 de setembro, admite recorrer aos tribunais após o resultado das eleições. “Foi um ataque baixo numa campanha eleitoral que ele próprio me disse que queria com elevação, deixa-me triste porque não falo dessa forma”.

Relativamente ao conflito israelo-palestiniano, diz-se a favor da solução dos dois estados, mas “em pleno conflito qualquer solução é extremamente complicada”. Já sobre de que lado está, afirma não conseguir dizer, “embora nós apoiamos os israelitas desde sempre” e a “razão assiste muito mais aos israelitas do que os militantes do Hamas”.
Em entrevista à CNN Portugal, Tânger Corrêa reforçou ainda que é necessário "fechar fronteiras externas", para que sejam "garantidas as condições de trabalho" aos imigrantes que escolhem Portugal como o seu destino. "É preciso que estejam garantidas condições de trabalho e que não vivem como animais que não são…aliás eu gosto de animais portanto a expressão foi infeliz".

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