Como vai a Ucrânia defender-se de um dos mais poderosos exércitos do mundo?

Veteranos armados e o convite do governo ucraniano: "todos os que consigam pegar numa arma" podem juntar-se ao exército"

O apelo foi lançado cedo. O ministro ucraniano da Defesa, Oleksii Reznikov, convidou todos aqueles que "estão preparados e conseguem pegar numa arma" a juntar-se às forças de defesa territoriais ucranianas.

Seguiu-se o anúncio de que a polícia ucraniana vai distribuir armas aos veteranos que estejam aptos para regressar ao campo de batalha.

Para além disto, Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, disse também esta quinta-feira que irá retirar sanções a todos os cidadãos ucranianos que estejam prontos para defender o país através das armas e anunciou que distribuirá armas a quem as quiser.

Citado pela Reuters, Zelensky garantiu que "o inimigo sofreu perdas graves" e incentivou o comércio a fornecer bens e serviços aos cidadãos. E apelou aos russos que venham para a rua e se manifestem contra a guerra. 

O presidente ucraniano impôs ainda lei marcial e pediu calma à população. “Há alguns minutos, tive uma conversa com o presidente Biden. Os EUA já começaram a unir o apoio internacional”, referiu.

“Caros cidadãos ucranianos, esta manhã o presidente Putin anunciou uma operação militar especial em Donbas. A Rússia realizou ataques contra nossa infraestrutura militar e nossos guardas de fronteira. Ouviram-se explosões em muitas cidades da Ucrânia. Estamos introduzindo a lei marcial em todo o território do nosso país”, declarou Zelensky num vídeo partilhado nas redes sociais.

Talked to @POTUS, @OlafScholz, @eucopresident, @AndrzejDuda, @BorisJohnson. Urge to stop Putin, war against 🇺🇦 & the world immediately! Building an anti-Putin coalition. Immediate sanctions, defense & financial support to 🇺🇦! Close the airspace! The world must force 🇷🇺 into peace

— Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) February 24, 2022

A Ucrânia optou por fechar o espaço aéreo a voos civis durante a madrugada desta quinta-feira. O regulador aéreo europeu alerta para o perigo de sobrevoar a fronteiras da Rússia e da Bielorrússia, devido às atividades militares. No site dos serviços de controlo de tráfego aéreo da Ucrânia, o espaço aéreo foi fechado às 00:45 (hora portuguesa), 2:45 em Kiev, desta quinta-feira.

“A prestação de serviços de tráfego aéreo de voos civis no espaço aéreo da Ucrânia está suspensa”, pode ler-se.

Ursula von der Leyen responsabilizou o presidente da Rússia por “um ato de agressão precedentes” e pela tentativa de “trazer a guerra de volta à Europa”.

“O alvo da Rússia não é apenas Donbass, não é apenas a Ucrânia. O alvo da Rússia é a estabilidade da Europa e toda a ordem e paz internacional”, disse von der Leyen.

A presidente da Comissão Europeia lembrou que “há pessoas a morrer”, naquilo que considera ser um “ataque bárbaro” e deixou ainda um aviso: “Vamos responsabilizar Putin”.

Já o ministro sueco dos Negócios Estrangeiros anunciou que a Organização para a Cooperação e Segurança na Europa (OSCE) vai reunir-se ainda esta quinta-feira.

A OSCE manteve observadores no Leste da Ucrânia, que monitorizaram o escalar de tensões nas últimas semanas entre os separatistas pró-russos e o exército ucraniano.

Quando comparamos a Rússia à Ucrânia, o fosso que separa os dois países é significativo, a nível bélico, económico, populacional e até da área. 

PIB (fonte: ONU)

Esta era a situação militar nos dois países antes de a Rússia ter atacado a Ucrânia esta madrugada: