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186 mil euros. Vende-se uma casa a cada três minutos em Portugal (e não, não são os estrangeiros)

Preços das casas em Portugal cresceram 12,9% no primeiro trimestre deste ano, mais até do que nos meses anteriores. Mesmo o início da invasão da Ucrânia pela Rússia, e o aumento da inflação, não travou as compras. E sim, foram sobretudo portugueses a comprá-las: em cada 17 casas vendidas, só uma o foi a estrangeiros

Mais casas vendidas, por preços mais altos e com mais crédito à habitação. O primeiro trimestre deste ano foi marcado pela invasão da Ucrânia pela Rússia, mas nem isso travou as compras de casas em Portugal nem o aumento de preços. Pelo contrário: foi tudo a subir.

Em média, foi transacionada em Portugal uma casa a cada três minutos – incluindo madrugadas e fins de semana… Em média, cada casa foi vendida por cerca de 186 mil euros. Por cada 17 casas vendidas, 15 foram compradas por famílias. Nas mesmas 17 casas, 16 foram vendidas a portugueses e uma a estrangeiros.

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Preços sobem (mais) 12,9%

Os dados foram revelados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e são inapeláveis: não só os preços das casas subiram no primeiro trimestre deste ano como subiram ainda mais do que no trimestre anterior.

O índice de preços da habitação (IPHab) cresceu 12,9%, no primeiro trimestre, face ao mesmo período de 2021. Este crescimento foi 1,3 pontos percentuais mais forte do que no trimestre anterior.

Os aumentos de preços foram mais pronunciados nas casas em segunda mão (13,6%) do que nas novas (10,9%).

Ainda segundo o INE, nos 90 dias entre janeiro a março foram transacionadas 43.544 habitações, mais 25,8% do que no mesmo período de 2021. Destas, 37.840 habitações foram compradas por famílias (86,9% do total), que movimentaram sete mil milhões de euros.

Com mais casas mais caras, o mercado valeu mais 44% do que um ano antes, movimentando um total de 8,1 mil milhões de euros em três meses. Daqui se infere o valor médio de cerca de 186 mil euros de valor médio de transação, que, segundo uma note de análise do BPI, é 14,8% mais caro do que valor médio de transações nos mesmos três meses de 2021.

O imobiliário está a subir há vários anos em Portugal, sendo as razões tipicamente apontada como uma das razões para esse movimento a procura por estrangeiros. Contudo, neste primeiro trimestre apenas 5,9% do número total de transações (2.556 habitações) envolveram compradores estrangeiros.

Recorde-se que, a 24 de fevereiro (a pouco mais de meio do primeiro trimestre), a Rússia invadiu a Ucrânia, o que veio a provocar aumentos rápidos de preços, sobretudo na energia e na alimentação, confirmados na subida da inflação, acompanhada de receios de desaceleração de crescimento económico. Entretanto, as taxas de juro começaram a subir, mesmo mantendo-se a níveis baixos – mas já não negativos. Só novas estatísticas mostrarão se durante o segundo trimestre o mercado imobiliário sofreu alguma alteração em função da incerteza económica e da subida da inflação e dos juros. Os sinais do crédito não apontam para já nesse sentido. Paulo Macedo, presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos, recordou esta semana na CNN Portugal Summit que o crédito à habitação continua a aumentar, tendo atingido o valor mais elevado de sempre em maio deste ano.

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