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Administrador diz que centro comercial Stop precisa de investimento de seis milhões de euros para garantir condições de segurança no edifício

"O grande problema do Stop são ‘sprinklers’, uma ventoinha que há nos tetos para injetar água em caso de incêndio"

O Centro Comercial Stop, no Porto, precisa de um investimento de seis milhões de euros para que sejam asseguradas todas as condições de segurança para a continuação da comunidade musical no edifício, revelou esta segunda-feira o administrador do condomínio.

Ferreira da Silva revelou o número no final de uma reunião com o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, para debater uma solução para o Stop, depois de na sexta-feira o autarca ter-se reunido com as associações representativas dos músicos desalojados do local pela Polícia Municipal.

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Após revelar que o processo de licenciamento em curso é do condomínio e que este possui um orçamento de cerca de 190 mil euros - o documento apresentado na reunião com o autarca e que o município tornou público é de 2019 – o responsável precisou que esta verba “serve apenas para pagar as despesas”.

Sobre as obras necessárias, foi perentório: “As obras dificilmente serão feitas”, disse, divulgando logo de seguida que “o projeto de alteração implicava seis milhões de euros”.

A solução, segundo Ferreira da Silva, passa por “outras condicionantes mais acessíveis” que não obriguem a gastos “sumptuosos”.

“O grande problema do Stop são ‘sprinklers’, uma ventoinha que há nos tetos para injetar água em caso de incêndio e, isso, estamos a falar de um investimento muito grande [para a sua instalação]", divulgou o responsável do condomínio.

Neste contexto, admitiu, o “condomínio não tem outra solução se não aceitar” as condições da câmara.

“Acho bem. Esclareceram-se alguns pontos e aceitamos o que a câmara pretende para a abertura do centro. Da nossa parte não há nenhum inconveniente”, disse sobre a solução para o imóvel que aloja “cerca de 140 proprietários”, contabilizou.

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Reiterando que “não há proposta nenhuma de compra do imóvel” da parte da câmara, argumentou que o município “apenas mostrou interesse em resolver o assunto”.

O administrador afirmou-se “confiante” na reabertura em breve do Stop e que a exigida presença dos bombeiros, 12 horas por dia, à porta do centro comercial “pode implicar uma ou duas correções”.

Entretanto, a câmara divulgou os termos do acordo assinado esta segunda-feira com Ferreira da Silva e que comprometem a administração a “adotar e fazer adotar comportamentos de segurança e de medidas de autoproteção e mitigação do risco de incêndio”.

Respeitar e fazer respeitar o horário de 12 horas de funcionamento do Stop, zelar pela correta utilização da instalação elétrica e colaboração com o regimento de sapadores e com a câmara fazem também parte do termo de compromisso e responsabilidade assinado.

Na terça-feira, mais de uma centena de lojas do centro comercial Stop foram seladas pela Polícia Municipal “por falta de licenças de utilização para funcionamento”, justificou a Câmara Municipal do Porto.

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Centenas de músicos ocuparam durante cerca de cinco horas a Rua do Heroísmo em protesto, obrigando a polícia a desviar o trânsito automóvel para outras artérias da cidade.

O centro comercial Stop funciona há mais de 20 anos como espaço cultural e diversas frações dos seus pisos são usadas como salas de ensaio ou estúdios por vários artistas.

Em conferência de imprensa, na quarta-feira, o presidente da Câmara do Porto garantiu que não vai autorizar a construção de "nenhum hotel" no local do centro comercial e que a compra do edifício pela autarquia não é viável.

A Câmara do Porto começou por apresentar duas alternativas para o realojamento dos músicos, nomeadamente a escola Pires de Lima e os últimos andares do Silo Auto, avançando depois para a solução do regresso com condicionantes, como a presença dos bombeiros no local, 12 horas por dias, exatamente o mesmo horário que o Stop poderá funcionar.

As duas associações estão a avaliar as propostas.

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