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Montenegro alerta para "cenários irrealistas" nas negociações com as forças de segurança

Montenegro lembrou ainda que "qualquer alteração provoca uma mexida muito substancial nas contas" do país

Durante a cerimónia de tomada de posse de Luís Carrilho enquanto diretor Nacional, o primeiro-ministro assegurou que o Governo quer dar "boa sequência" às negociações com as forças de segurança. No entanto, deixou o alerta para os "cenários irrealistas", uma vez que "isso é indutor de uma relação de desconfiança quando dizemos à sociedade que podemos uma coisa que não podemos ter".

"É evidente que, para nós termos capacidade de recrutar mais pessoas para o Governo, temos de voltar à carreira policial. Para reter mais pessoas na carreira policial. E todos nesta sala sabem que nós temos um problema de recrutamento e de retenção. Para nós termos essa capacidade, nós temos de dar atratividade à carreira. Temos de a valorizar", afirmou Luís Montenegro, acrescentando que "são centenas de milhares de prestadores de serviço público, em varias áreas, que se encontram na mesma circunstância" e que "qualquer alteração provoca uma mexida muito substancial nas nossas contas e na nossa gestão orçamental".

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Reiterando a "intenção muito firme de, a breve prazo" dar "boa sequência às negociações que foram encetadas com sentido de responsabilidade", Montenegro elogiou ainda a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, pela forma como tem conduzido o processo.

"Nós no Governo somos Governo a todo o tempo e os agentes de segurança também, estejam em funções na rua, em funções associativas ou sindicais à mesa da negociações", afirmou, dizendo ainda que “este não é o tempo de entrevistas, de recados através da comunicação social”, mas do trabalho de casa.

"Este é o tempo do aprofundamento até ao último detalhe de tudo aquilo que é possível fazer. E eu sei que é nisso que está concentrada, quero felicitá-la por isso e quero incentivá-la também a podermos continuar esse trabalho".

Lembrando que os objetivos não se alcançam "sem ter homens e mulheres que estejam empenhados, motivados para o trabalho, seja nas funções policiais propriamente ditas, seja naquelas que estando ao lado ou na retaguarda, são essenciais para que essas funções ocorram com sucesso".

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"É imprescindível valorizar o trabalho, valorizar as carreiras de todos os profissionais que prestam serviço na Polícia de Segurança Pública. Isso faz-se não só nas condições remuneratórias", afirmou, acrescentando que "as condições físicas e os equipamentos que estão disponibilizados a muitos operacionais são indignos daquilo que é a assunção da responsabilidade de exercer autoridade em nome do Estado".

Na quinta-feira, foi divulgada a proposta da plataforma que congrega os sindicatos da PSP e associações da GNR que propõe um aumento de cerca de 600 euros através da alteração do atual suplemento por serviço e risco nas forças de segurança.

Além deste valor, os sindicatos da PSP e as associações socioprofissionais da GNR defendem a manutenção da componente variável do suplemento, que corresponde a 20% do salário base.

O MAI propôs um novo suplemento de missão para os elementos da PSP e da GNR de entre 365,13 e 625,94 euros.

O suplemento proposto tem como referência os vencimentos base do diretor-nacional da PSP e do comandante-geral da GNR e substitui o atual suplemento por serviço e risco nas forças de segurança.

No final da reunião de segunda-feira, o porta-voz da plataforma disse à Lusa que os sindicatos e associações da PSP e GNR vão abandonar as negociações com o Governo “se não houver por parte do MAI” uma proposta com “bom senso” e que se aproxime dos valores que defendem para o suplemento de missão.

A próxima reunião está marcada para 15 de maio.

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