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Governo afirma que Nuno Melo "em nenhum momento" anunciou medidas sobre recrutamento de jovens delinquentes

Executivo explica que o ministro fez apenas "uma reflexão" sobre "uma via não explorada" nas Forças Armadas tendo em vista a "ressocialização de jovens"

O gabinete do ministro da Defesa Nacional esclarece esta terça-feira que "em nenhum momento" o ministro Nuno Melo "anunciou qualquer medida sobre recrutamento de jovens delinquentes".

Em comunicado, o gabinete do ministério de Nuno Melo explica que a hipótese, apresentada num evento na Universidade Europa, não foi mais do que "uma reflexão" de uma via não explorada" para a "ressocialização de jovens".

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Naquele contexto, o ministro, em conjunto com jovens da Aliança Democrática (AD), "sublinhou as virtudes e potencialidades das Forças Armadas", tendo surgido assim "a hipótese das Forças Armadas, em complemento das possibilidades que existem noutras entidades, poderem contribuir num contexto formativo de instrução, para a ressocialização de jovens e, por essa via, criarem melhores oportunidades ao longo da vida", pode ler-se no comunicado enviado às redações.

"Em nenhum momento se referiram os termos, a forma, o modelo, ou o tempo", sublinha-se no comunicado, que termina com o ministro da Defesa a manifestar "toda a disponibilidade para prestar todos os esclarecimentos na Assembleia da República" sobre a matéria.

O esclarecimento surge depois de Nuno Melo ter defendido, no sábado passado, durante um jantar-conferência da 13.ª edição da Universidade Europa, que o serviço militar poderia ser uma alternativa para jovens que cometem pequenos delitos em vez de serem colocados em instituições que, “na maior parte dos casos, só funcionam como uma escola de crime para a vida”.

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“Quantos destes jovens é que, se em vez de estarem institucionalizados sem nenhumas condições, pudessem cumprir um serviço militar, ter oportunidade de um exercício de formação, de autoridade, de valores, não poderiam ser mais tarde cidadãos muito melhores e simplesmente não lhes foi dada essa oportunidade?”, questionou, na altura.

Mais tarde, a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, afirmou que concorda com a ideia, sublinhando que a medida pode mesmo vir a ser implementada.

Perante as declarações do ministro da Defesa, o Chega e a Iniciativa Liberal decidiram chamar Nuno Melo ao parlamento para prestar esclarecimentos sobre esta matéria, com os liberais a classificarem as afirmações do ministro como "inenarráveis".

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