Terceira semana do julgamento do caso que coloca Johnny Depp e Amber Heard frente a frente em tribunal. Esta segunda-feira, a primeira testemunha a ser ouvida foi o agente do ator, Jack Whigham, que considerou que o artigo da atriz no jornal Washington Post, no qual Heard se descreve como uma “figura pública a representar a violência doméstica”, foi "catastrófico" para a carreira de Depp.
De acordo com o testemunho de Whigham, citado pela Associated Press, a publicação do artigo, no qual Depp nunca é citado pelo nome, coincidiu com a perda de um acordo de 22,5 milhões de dólares (21,4 milhões de euros) referentes à sequela de “Piratas das Caraíbas”, na qual o ator iria participar.
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“Foi um relato na primeira pessoa, extremamente impactante. Não foi de um jornalista, nem de um observador, foi de alguém a dizer ‘isto aconteceu-me a mim’”, afirmou Whigham sobre o artigo.
No interrogatório feito pelos advogados de Amber Heard, estes reagiram de forma agressiva, considerando que o artigo não teve consequências e que a perda foi provocada pela má publicidade gerada pelo mau comportamento de Johnny Depp.
No testemunho, Jack Whigham disse ainda que, apesar das alegações feitas contra o seu cliente, Depp continuou a conseguir fazer alguns trabalhos em 2017, como foi o caso de "City Of Lies", pelo qual recebeu 8 milhões de dólares (7,61 milhões de euros), "Crime no Expresso Oriente", no qual recebeu 10 milhões de dólares (9,51 milhões de euros), e "Monstros Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald", em que recebeu 13,5 milhões de dólares (12,8 milhões de euros). De notar que o ator tinha assinado o contrato para estes trabalhos antes das acusações.
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De acordo com a mesma testemunha, depois das acusações, Depp fez um grande esforço para conseguir qualquer trabalho e acabou por ser afastado do sexto filme de "Piratas das Caraíbas", para o qual tinha feito um acordo verbal com o diretor dos filmes da Disney, Sean Bailey, e o produtor Jerry Bruckheimer, no valor de 22,5 milhões de dólares (21,4 milhões de euros). O ator viria também a ser afastado da terceira parte de "Monstros Fantásticos".
A defesa de Amber Heard alega, no entanto, que o acordo para a sequela de "Piratas das Caraíbas" tinha caído antes do artigo ser publicado.
Mudança de equipaDepois das manchetes negativas das últimas semanas, Amber Heard cortou ligações com a Precision Strategies, a empresa de relações públicas que tinha contratado para lidar com a comunicação social nas questões ligadas ao julgamento, disseram no domingo várias fontes à CNN Internacional.
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A CNN entrou em contacto com um representante da Precision Strategies para obter um comentário. A Shane Communications, a empresa recém-contratada por Heard para gerir as comunicações no que toca ao julgamento, não fez comentários quando foi contactada pela CNN.
Segundo a NBC News, a atriz de 36 anos ficou "frustrada por a história não estar a ser contada da forma mais efetiva" e pela forma como as coisas estavam a ser tratadas, para além da quantidade de notícias negativas que saíam sobre si.
O caso, que começou a 11 de abril, deve durar seis semanas a ser julgado. Ao longo de quatro dias, Johnny Depp prestou depoimento, sendo confrontado com mensagens, vídeos e áudios das discussões enre o casal. Já Amber Heard deve ser ouvida no final desta semana.
Neste processo de difamação, Depp exige 46 milhões de euros à ex-mulher, tendo a atriz avançado com acusação semelhante, mas exigindo 93 milhões.
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