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Eunice Muñoz homenageada na TVI: “Estou deslumbrada"

Tem 80 anos de carreira, 21 deles em comum com a estação de televisão. Esta segunda-feira celebrou-se.

Chega sorridente e sorridente ouve os elogios de quem na TVI quis homenageá-la pelas suas oito décadas dedicadas à representação, esta segunda-feira. “Estou deslumbrada. Muito obrigada por estes anos todos”, diz a atriz, 93 anos. Vinte e um deles foram passados nesta estação.  

“Sinto-me muito honrada por tudo o que me dão. Estive sempre de coração aberto para o meu trabalho. Sempre. E ele deu-me muitas compensações. Tive muitas alegrias, agradeço a todos. A todos”, diz. 

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Protagonista da novela da RTP “A Banqueira do Povo” (1993), em que interpretava Dona Branca, Eunice Muñoz já era Eunice Muñoz, popular entre os portugueses, quando foi convidada para protagonizar a novela “Todo o Tempo do Mundo”. 

“Foi a viragem da TVI para a ficção nacional”, lembra Luís Cunha Velho, atual CEO da Media Capital (que também detém a CNN Portugal), “com atores portugueses, produção portuguesa, paisagens e cenários portugueses e a vida dos portugueses”. 

José Eduardo Moniz, que dirigia então os destinos da estação, compôs o elenco da novela, que estreou em 1999. “Era uma questão de afirmação num território que não era o nosso. Um dos grandes pressupostos era tê-la a ela e ao Ruy de Carvalho”, diz. “Foi o projeto mais emblemático, foi com ele que iniciámos a nossa cavalgada na ficção”. 

Num salto para o presente, ainda que à distância, Mário Ferreira, presidente do conselho de administração da Media Capital, diz de Eunice Muñoz que “um dos seus maiores contributos foi e é a forma como inspira as novas gerações”. “O seu legado fará parte do futuro da cultura do nosso país e em particular deste grupo de media”, afirma. 

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“Quer o Destino” (2020) foi a última novela em que participou. “Esteve ali com a mesma vontade, sabemos que vai dar tudo até ao limite”, diz Cristina Ferreira, diretora de entretenimento e ficção, à margem da homenagem. E as portas continuam abertas. “Vamos continuar a tê-la, dentro do que quiser”. 

“Mais do que termos a Eunice na TVI, temos a Eunice no país”, diz Cristina Ferreira num discurso dirigido à atriz. “Todos nós nesta casa pudemos comprovar como deu a mão a tantos atores”. Eunice Muñoz tinha 13 anos quando estreou profissionalmente em palco, no Teatro Nacional, em Lisboa. Nessa estreia, a 28 de novembro de 1941, interpretou o papel de Isabel na peça "Vendaval", produção da Companhia Rey Colaço-Robles Monteiro. 

Despediu-se 80 anos depois, a 28 de novembro, no mesmo sítio, e a fazer o que mais gosta, representar. A peça era "A Margem do Tempo", espetáculo com que escolheu encerrar simbolicamente a carreira, ao lado da sua neta, Lídia (e com o qual fará uma digressão pelo país). 

Nessa sessão especial, como na TVI, contou com a presença de amigos, colegas e do primeiro-ministro. António Costa. “Não perca esse sorriso”, disse-lhe o primeiro-ministro, “é um dos sorrisos mais bonitos do mundo”. Houve lágrimas e uma declaração da atriz. “Fui feliz no palco em tudo o que fiz”. 

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