Juiz de instrução e Ministério Público concordaram na libertação de quatro arguidos por tráfico de seres humanos, com apresentações diárias às autoridades e proibição de contactos com restantes arguidos, e na prisão dos restantes 31 - que respondem ainda por associação criminosa, falsificação de documentos e branqueamento de capitais. Só discordaram no tipo de prisão, com Carlos Alexandre a conceder oito prisões domiciliárias, enquanto a procuradora Felismina Carvalho Franco, que lidera a investigação, apenas promoveu pulseira eletrónica para dois dos arguidos.
A magistrada que lidera o combate ao crime violento no DIAP de Lisboa deverá agora requerer a especial complexidade do processo, o que lhe permitirá ter até um ano para deduzir acusação contra a rede que alegadamente escravizava mais de 500 imigrantes no baixo Alentejo. As vítimas, recorde-se, eram colocadas pela rede a trabalhar em explorações agrícolas, em condições sub-humanas de alojamento e quase sem direito a descanso e a vencimento.
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A investigação do DIAP é articulada com a Unidade de Contraterrorismo da Polícia Judiciária, que avançou para as 35 detenções na quarta-feira e seguiram-se três dias de interrogatório.
A investigação não está terminada e outras pessoas podem ser constituídas arguidas, nomeadamente empregadores proprietários das explorações que tivessem conhecimento da forma como os trabalhadores eram explorados.
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