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Diretas PSD: Rangel perdeu, mas está solidário com Rio que saiu com "legitimidade reforçada"

Questionado se fez as pazes com o Rui Rio durante o telefonema da vitória, Rangel respondeu: "Nunca fizemos as pazes porque nunca estivemos em guerra"

Saiu derrotado, mas solidário. Paulo Rangel começou o discurso de derrota a dizer que já tinha felicitado Rui Rio pela vitória: "falámos muito tempo". Apelou à união do partido e garantiu que as diretas do PSD foram um processo importante para "reforçar a legitimidade" do atual líder. 

"Como eu sempre disse, e continuo a dizê-lo, este processo eleitoral interno reforçou a legitimidade do líder do PSD" e acrescentou "Não tenho dúvidas em reconhecer que o reeleito presidente do PSD sai com mais força para as legislativas, do que se este processo não tivesse tido lugar."

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Os resultados destas eleições internas foram muito disputados, assim como a própria campanha. Para Rangel isso significa que o PSD é ainda um "partido vivo" e com "sentido democrático". Apelou várias vezes à união dos sociais-democratas, porque daqui a dois meses o partido tem pela frente uma "batalha decisiva" e um adversário de peso. 

"Esta unidade significa uma coisa: se vamos para as eleições legislativas, temos de ir unidos, tendo como principal adversário o Partido Socialista e o seu líder, António Costa".

"Nunca fizemos as pazes porque nunca estivemos em guerra"

Questionado se fez as pazes com o Rui Rio durante o telefonema da vitória, Rangel respondeu: "Nunca fizemos as pazes porque nunca estivemos em guerra". 

“Tive sempre uma relação de estima e de respeito pelo dr. Rui Rio. A minha relação de respeito e de estima e, até de grande franqueza, manteve-se igual”, afirmou.

Nas respostas aos jornalistas, recusou fazer uma análise dos motivos que estiveram na base da sua derrota. "Eu candidatei-me porque tinha uma estratégia diferente do candidato que ganhou, os militantes do PSD escolheram a outra estratégia e o outro protagonista para a executar".

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Questionado se poderá protagonizar uma terceira candidatura à liderança do PSD, no futuro, depois de ter sido derrotado em 2010 e este sábado, Rangel respondeu: "É uma coisa que não antevejo", embora acrescentando já ter a experiência suficiente para não fechar totalmente qualquer cenário.

Quanto ao seu futuro próximo, garantiu que irá cumprir "até ao fim" o seu mandato como eurodeputado.

Rangel falou perante uma plateia com cerca de 70 cadeiras e algumas pessoas em pé, entre os quais o ex-candidato à liderança Miguel Pinto Luz, alguns líderes distritais como Alberto Machado ou Pedro Alves, os deputados Alexandre Poço (líder da JSD), Pedro Pinto, Emídio Guerreiro ou e Duarte Marques e os antigos dirigentes Miguel Morgado e Sofia Galvão.

Mais tarde, numa reação no Twitter, voltou a apelar à união do partido.

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Análise aos resultados

Rui Rio foi, este sábado, reeleito presidente do PSD com mais de 52% dos votos, enquanto Rangel se manteve com pouco mais de 47%. 

Numa análise dos resultados pelas distritais, Rio ficou à frente em dez, entre elas Porto, Braga e Aveiro (a primeira, segunda e quarta maiores estruturas em termos de militantes) bem como em Viana do Castelo, Bragança, Viseu, Leiria, Santarém, Évora e Faro.

Além destas dez distritais, Rio venceu ainda nas duas Regiões Autónomas, obtendo nos Açores a sua maior vitória percentual, 77%, enquanto na Madeira conseguiu 57% dos votos.

Paulo Rangel venceu nove distritais, além das estruturas da Europa e Fora da Europa: na Área Metropolitana de Lisboa (a terceira maior em termos de militantes, onde conseguiu quase 60%), Setúbal (a sua maior vitória, 63%), Vila Real, Guarda, Coimbra, Castelo Branco, Portalegre, Lisboa Área Oeste e Beja.

A taxa de participação nas décimas eleições diretas rondou os 77%.

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