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Casa Branca alerta para ataque "a qualquer momento". Pelo menos 2.000 violações ao cessar-fogo registadas no Leste da Ucrânia

Tensão entre Ucrânia e Rússia sobe de tom, com várias explosões a serem ouvidas na região separatista de Donetsk, sendo que este clima pode vir a ser o pretexto utilizado pela Rússia para iniciar uma invasão

A Casa Branca alertou este sábado, através de um comunicado, que a Rússia pode iniciar um ataque contra a Ucrânia "a qualquer momento" e anunciou que o presidente dos Estados Unidos irá convocar um Conselho Nacional de Segurança no domingo para discutir a situação.

As forças estratégicas nucleares da Rússia executaram este sábado exercícios perto da fronteira com a Ucrânia, supervisionados por Vladimir Putin. Em resposta, Washington acusou as tropas russas de se estarem a "preparar para avançar" para uma invasão.

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Momentos antes do comunicado do governo dos Estados Unidos, várias explosões foram ouvidas no centro da cidade de Donetsk, controlada pelas forças separatistas pró-russas, no Leste da Ucrânia, relatou a agência Reuters.  A origem das explosões ainda não é clara. Na mesma linha, ainda não existiu uma reação imediata ao incidente quer por parte das autoridades separatistas, quer por Kiev.

A notícia surge num momento em que parece existir uma subida de tom na tensão entre Rússia e Ucrânia, com a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) a afirmar que foram registadas 2.000 violações do cessar-fogo no leste da Ucrânia.

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A região separatista de Donbass tem registado várias explosões e é o ponto de maior conflito. O clima nas cidades de Donetsk e Luhansk pode vir a ser o pretexto utilizado pela Rússia para iniciar uma invasão. A OSCE é uma organização de segurança regional que surgiu do diálogo, a partir de 1975, entre os blocos leste e ocidental da Guerra Fria.

Também este sábado, Denys Monastyrskiy, ministro do Interior ucraniano, viu a sua visita à linha da frente das tropas posicionadas no leste do país interrompida antecipadamente por explosões de morteiros junto à fronteira. Não houve registo de qualquer ferido.

Aos jornalistas da CNN que acompanhavam a comitiva ucraniana, Monastyrskiy louvou o espírito dos militares que se encontram posicionados no local de maior tensão, a região de Donbass.

“Falámos com soldados no terreno. O espírito é incrivelmente corajoso e todos estão prontos para qualquer cenário”, disse o ministro do Interior da Ucrânia à CNN.

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Presidente Zelenski diz que o país é "um escudo da Europa"

Pouco depois, numa mensagem à população, o presidente ucraniano, Volodímir Zelenski afirmou que a Ucrânia tem sido "um escudo da Europa" contra a ameaça de uma invasão da Rússia.

"Durante oito anos a Ucrânia foi um escudo. Por oito anos, a Ucrânia travou um dos maiores exércitos do mundo, que está concentrado junto às nossas fronteiras e não nas da União Europeia", afirmou Zelenski a partir de Munique, Alemanha, onde decorre uma conferência internacional sobre segurança.

Na mesma ocasião, o presidente ucraniano já tinha pedido um calendário claro para uma possível adesão à NATO e uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas face à escalada de tensão militar com a Rússia.

Volodímir Zelenski pediu ainda aos países ocidentais para acabarem com o que chamou "política de apaziguamento" da Rússia, com cujo Presidente, Vladimir Putin, propôs um encontro.

Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia

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O Presidente ucraniano garantiu que o seu país está consciente do que se passa, de que a ameaça de guerra é real e que está disposto a defender-se, mas sem responder a "provocações, o que faria o perigo ser muito maior".

Este sábado, Putin supervisionou pessoalmente os "exercícios estratégicos", com o disparo de mísseis hipersónicos, que envolveram bombardeiros e submarinos Tu-95.

O Ocidente e a Rússia vivem atualmente um momento de forte tensão, com o regime de Moscovo a ser acusado de concentrar pelo menos 150.000 soldados nas fronteiras da Ucrânia, numa aparente preparação para uma potencial invasão do país vizinho.

Moscovo desmente qualquer intenção bélica e afirma ter retirado parte do contingente da zona.

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